O segundo clássico do Campeonato Carioca traz o duelo entre dois dos principais centroavantes do futebol brasileiro e donos de marcas importantes entre os goleadores do campeonato. Enquanto Pablo Vegetti, artilheiro do torneio com cinco gols, comanda um início invicto do Vasco, Germán Cano, autor de três e um dos vice-artilheiros, tenta se reencontrar no clube, assim como o Fluminense como equipe. Os times se enfrentam no Mané Garrincha, em Brasília, às 21h30.

Nascidos em 1988, os argentinos chegam ao ano dos 37 — Cano já fez, em janeiro, e Vegetti completa em outubro — com morais distintas em seus clubes. O atacante cruz-maltino vem de temporada em que foi artilheiro da Copa do Brasil e geral do Vasco, com 23 gols. Recentemente, encaminhou uma renovação de contrato até o fim de 2026, com valorização financeira.

Mesmo com a chegada do técnico Fábio Carille, ele manteve seu status no time: é titular, capitão e cobrador de pênaltis. Esteve em campo em todos os jogos que o cruz-maltino fez com seu elenco principal — até quando entrou com os reservas, contra o Maricá — e marcou os dois gols no empate em 2 a 2 diante do líder Volta Redonda, na rodada passada. Tudo isso sem demonstrar limitações físicas além do natural.

— Um jogador que é exemplo, já mostrou desde o primeiro dia, quando se apresentou, que é um exemplo. Que escuta, que trabalha, que se cobra bastante. E ele vai crescer juntamente com o grupo — disse Carille após a goleada por 4 a 1 sobre a Portuguesa.

O desafio do treinador tem sido adaptar o camisa 99 a um estilo de jogo que já é adaptado. Sem os jogadores de lado de campo, que a diretoria tem feito esforços para contratar, Vegetti tem dependido bastante do avanço dos laterais para receber oportunidades claras quando os adversários fecham a principal ligação ofensiva do time, entre o argentino e Philippe Coutinho. Companheiro ofensivo da dupla, Alex Teixeira vem sendo contestado.

Hora de recomeçar

Se em 2023 Germán Cano viveu a maior glória da carreira com a conquista da Libertadores, 2024 foi um ano para esquecer. O atacante foi castigado por lesões e terminou o ano com apenas sete gols marcados. Somadas as 42 oportunidades iniciando partidas e entrando como reserva, teve média de 66 minutos por jogo

Sem sequência no time titular por conta dos problemas físicos, Cano acabou perdendo espaço para o jovem Kauã Elias, que já vinha bem cotado das categorias de base tricolores e da seleção brasileira. A partir desta semana, a disputa pela vaga deve mudar, uma vez que o Fluminense acertou a venda de Kauã ao Shakhtar Donetsk-UCR. O jovem viajou ontem para assinar contrato e já está fora do clássico.

Agora, o tricolor vai ao mercado em busca de outro atacante para a função. Um dos desejos da comissão técnica é o de um perfil mais físico, de altura, diferente do de Cano, de mais movimentação e oportunismo. De qualquer forma, é de Cano a responsabilidade dos gols. Mas o camisa 14 precisa também que o tricolor se acerte em meio às dificuldades no último passe. Hoje, Lima volta a estar à disposição.

— Quando não temos esse jogador de tomada de decisão, a tendência é acelerar o jogo. Essas escolhas, quando são erradas, precipitadas, custam caro à equipe. Você perde a bola com muita facilidade. Você perde a confiança de jogar — analisou Mano após o empate em 1 a 1 com o Boavista.

Para o Fluminense, que não terá o lateral Samuel Xavier, com desconforto muscular na coxa direita, o segundo clássico do ano é vital nas chances de classificação, que podem ficar ainda menores em caso de mais um tropeço. Ainda sem o zagueiro Mauricio Lemos, que passa por condicionamento físico, o Vasco faz seu primeiro clássico na temporada.

BS20250205060018.1 – https://extra.globo.com/esporte/noticia/2025/02/vasco-e-fluminense-fazem-classico-apostando-em-protagonismo-de-vegetti-e-recuperacao-de-cano.ghtml