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veja os cargos que mais abrem vagas e lista de empregos em alta e em baixa
27 de setembro, 2021Levantamento da CNC mostra que atividades do setor de serviços dominam o ranking de geração de vagas com carteira assinada em 12 meses. Já as […]
Levantamento da CNC mostra que atividades do setor de serviços dominam o ranking de geração de vagas com carteira assinada em 12 meses. Já as ocupações que mais perderam vagas foram motorista, cobrador, escriturário, carteiro e professor de ensino superior
Profissões do setor de serviços e ocupações relacionadas a atividades operacionais e de início de carreira foram as que mais abriram novas vagas de trabalho com carteira assinada no país em 12 meses, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Comércio no Amapá, loja de acessórios para celulares — Foto: Maksuel Martins/GEA/Divulgação
Das 10 ocupações que mais criaram novos postos de trabalho, 8 são do setor de serviços. No topo da lista estão as profissões de alimentador de linha de produção, vendedor do comércio, faxineiro, auxiliar de escritório e servente de obras. Veja no quadro abaixo:
Ocupações com maior criação de vagas formais em 12 meses — Foto: Economia g1
O levantamento considera o saldo de admissões e desligamentos no período de 12 meses encerrado em julho entre um total de mais de 2.500 ocupações do Caged.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Economia, o Brasil gerou 316.580 empregos formais em julho, atingindo um saldo de 41,2 milhões de brasileiros empregados, contra 38,1 milhões em julho do ano passado. Por outro lado, ainda são mais de 14 milhões de desempregados no país.
“Por mais que a economia esteja crescendo alguma coisa, o mercado de trabalho não consegue empregar todas as pessoas que estão procurando emprego. Existem vagas sendo criadas, mas a geração não se tem dado no ritmo da procura”, destaca o economista Fabio Bentes, autor do levantamento da CNC.
O setor de serviços é o que mais emprega no país e foi o mais afetado pelas medidas de restrição para combater a pandemia de coronavírus. Com o avanço da vacinação e reabertura da economia, o setor tem sido o principal destaque em 2021, sendo o único que não teve retração no 2º trimestre.
“O setor de serviços está reabrindo e quando por qualquer motivo ele cresce, precisa contratar, porque é intensivo em mão de obra. Então estamos numa janela de geração de vagas pelo menos até o final do ano”, destaca Bentes.
Segundo os últimos números divulgados pelo IBGE, o aumento do número de ocupados no país tem sido puxado pelo trabalho informal e por conta própria. Ao término do 2º trimestre, o Brasil ainda tinha 6,7 milhões de pessoas a menos trabalhando na comparação com o período pré-Covid.
Profissões mais atingidas pela pandemia
O setor de serviços também concentra as ocupações que registram a maiores perdas de vagas com carteira assinada em 12 meses. No topo da lista aparecem motorista de ônibus, cobrador, escriturário de banco e carteiro. Veja quadro abaixo:
Ocupações que mais perderam vagas formais em 12 meses — Foto: Economia g1
Segundo a CNC, a lista reflete não só transformações no mercado de trabalho mas também a recuperação ainda desigual da economia.
“A circulação de pessoas está aumentando, mas a demanda por serviços de transportes ainda não se normalizou. Todas as profissões que dependem de circulação de pessoas sofrem ainda os efeitos da pandemia, que ainda não acabou”, afirma o economista.
Ele destaca que indicadores do Google apontam que no final de agosto a quantidade de pessoas em circulação nas áreas comerciais ainda estava 12% abaixo do nível pré-pandemia.
A área de educação é outra que perdeu muitos profissionais durante a pandemia e passou a demandar menos professores com o avanço do ensino à distância.
“Essa é até uma certa perversidade das livres forças do mercado. Professor, que é uma profissão tão nobre, ainda estão sofrendo bastante no mercado de trabalho”, diz Bentes.
Empregos em alta e profissões promissoras
O levantamento também listou os empregos com maior expansão percentual no número de profissionais em atividade com carteira assinada, considerando ocupações com pelo menos 50 mil empregos formais no país.
No período de 12 meses, o maior salto relativo no número de empregos formais foi entre empregados domésticos, refletindo o aumento da demanda por esses profissionais após o alto número de demissões na fase mais aguda da pandemia. Veja quadro abaixo:
Ocupações com maiores expansões percentuais no estoque de vagas formais — Foto: Economia g1
Na segunda posição, aparece o cargo de auxiliar de logística. Levantamento anterior da CNC já tinha mostrado que essa foi a posição com maior crescimento no saldo de postos de trabalho com carteira assinada no país em 2020, com alta de 28,1%.
Área de inovação e TI está em alta
Destacam-se profissões relacionadas às áreas de tecnologia da informação, que registraram um grande salto durante à pandemia em meio a mudanças de hábitos de consumo e avanço da digitalização da economia.
Os dados do IBGE mostram que os serviços de tecnologia de informação e os técnico-profissionais são os que mais crescem no país, já tendo superado em mais de 20% o patamar pré-pandemia, enquanto que os serviços prestados às famílias ainda operam 23,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.
Além de serem áreas que seguem promissoras, as atividades associadas aos chamados serviços modernos possuem uma remuneração média bem mais alta que a paga nos serviços tradicionais.
Profissões em baixa
Já as ocupações cujo estoque de empregados mais encolheu em termos percentuais em 12 meses foram cobrador, operador de exploração de petróleo, motorista e cabeleireiro. Veja quadro abaixo:
Ocupações com maiores retrações percentuais no estoque de vagas — Foto: Economia g1
Segundo a CNC, o ranking reflete os impactos da pandemia nas cadeias produtivas e também mudanças estruturais provocadas pelo avanço tecnológico no setor de transportes e financeiro.
“Profissões como carteiro e cobrador já estavam em decadência e que a pandemia de certa forma agravou”, afirma economista.
Salários iniciais encolhem
De acordo com os números do Caged, o salário médio de admissão em julho de 2021 no país foi de R$ 1.802, contra R$ 1.878,16 em julho do ano passado, o que corresponde a uma queda de 4% em termos reais (descontada a inflação).
Os salários de admissão mais baixos foram os pagos para serviços domésticos (R$ 1.300,19) e para atividades do segmento de alojamento e alimentação (R$ 1.361,40), enquanto que os mais altos foram os dos serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (R$ 2.130,95).
“Sempre que há uma combinação de crescimento com taxa de desemprego alto, o salário de admissão fica pressionado porque o contratante fica com um poder de barganha muito grande. É a lei da oferta e da demanda. Se tem muita gente procurando e necessitando entrar no mercado de trabalho, o sujeito que ganhava R$ 1.500, acaba aceitando ganhar R$ 1.300, R$ 1.200 para reaver uma vaga”, afirma Bentes.
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Fonte: Por Darlan Alvarenga, g1