VARIEDADES

Vera Fischer conta que fãs adoram vê-la em fotos de collant, mas que não se acha sexy: ‘Sexy é a Camila Pitanga’

7 de novembro, 2025 | Por: Agência O Globo

Prestes a completar 74 anos, atriz conta que quer chegar aos 100 saudável e diz que prefere cuidar de si a fazer procedimentos estéticos invasivos

Sexy é praticamente o segundo sobrenome artístico de Vera Fischer. O adjetivo a acompanha publicamente desde os 17 anos, quando a catarinense conquistou o título de Miss Brasil, em 1969. A partir daí ela se tornou musa das pornochanchadas nas telonas, estrela de novelas e séries nas telinhas e diva nos palcos brasileiros. E assim segue atualmente, em cartaz no Rio com uma peça de nome sugestivo: “O casal mais sexy da América”. Aos quase 74 anos — a serem completados no próximo dia 27 —, Vera coloca as belas pernas à mostra, faz carão e esbanja charme ao encarnar Susan White, personagem cuja trajetória se assemelha à dela.

A trama se passa num quarto de hotel em que dois atores veteranos — Susan e Robert McAllister, interpretado por Leonardo Franco, também muito à vontade em cena — se reencontram para o velório de um colega de elenco de uma série de grande sucesso da TV americana, que estrelaram 30 anos atrás. Surge a possibilidade de voltarem a trabalhar juntos, e os dois revisitam memórias, confrontam diferenças e encaram as transformações que marcaram suas trajetórias, reacendendo uma paixão sufocada no passado. Com texto do premiado roteirista e dramaturgo norte-americano Ken Levine, aqui adaptado e dirigido por Tadeu Aguiar, a peça que ainda tem Vitor Thiré aborda etarismo, machismo, sexo na maturidade, realização profissional, assédio, vaidade, inveja e morte, temas de que Vera não fugiu na conversa exclusiva com o EXTRA. Confira os melhores trechos:

Vera Fischer, Vitor Thiré e Leonardo Franco na peça "O casal mais sexy da América" — Foto: Carlos Costa/Divulgação
Vera Fischer, Vitor Thiré e Leonardo Franco na peça “O casal mais sexy da América” — Foto: Carlos Costa/Divulgação

Sensualidade

“Eu olho pra mim no espelho e não me acho sexy. Sexy é a Juliana Paes, a Camila Pitanga… Não é o físico, é a postura. É a voz, é como você anda, como se coloca. Tudo isso traz uma energia de sensualidade. Eu boto um collant, tiro foto na frente do meu espelho em casa e aparecem milhões de pessoas falando: ‘Olha ela, linda, com mais de 70! Eu com 40 estou um bagulho (risos)’. Mas esse título de sex symbol deixou de ser um fardo pra mim. Lá atrás, quando eu nem me considerava atriz e fazia as pornochanchadas, ficavam os seios de fora, o bumbum… Mas hoje, quando tenho que fazer uma personagem mais sensual, eu construo isso nela”.

Vera Fischer em 1984 — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer em 1984 — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer e Perry Salles em 1980 em Berlim — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer e Perry Salles em 1980 em Berlim — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer nos anos 2000 — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer nos anos 2000 — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer na novela "Espelho mágico" — Foto: tv globo
Vera Fischer na novela “Espelho mágico” — Foto: tv globo
Vera Fischer quando criança — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer quando criança — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram
Vera Fischer — Foto: reprodução/ instagram

O casal mais sexy da América

“Na minha opinião, é Sharon Stone com George Clooney. Ela continua lindona, né? Viu ela falando sobre etarismo, que máximo? E o Clooney, meu amor, quem é que não gosta?”

O casal mais sexy da ficção no Brasil

“Eu e Tarcísio Meira. A maioria dos meus pares românticos em novelas foi com ele. Fiz mais casal com Tarcísio do que a Gloria Menezes, com quem era casado”.

Vera Fischer e Leonardo Franco em cena na peça "O casal mais sexy da América" — Foto: Joaquim Araújo/Divulgação
Vera Fischer e Leonardo Franco em cena na peça “O casal mais sexy da América” — Foto: Joaquim Araújo/Divulgação

Paixão ‘sufocada’

“Eu fui casada com o Perry Salles, um ator mais de teatro, por muitos anos. Quando fiz ‘Mandala’ (1987), trabalhei com o Felipe Camargo e rolou uma paixão, mas a gente não teve nada. Ele queria muito sair comigo, tinha 26 anos e eu, 35. Naquela época, as pessoas achavam que era uma diferença de idade gigantesca. Hoje em dia, Ana Maria Braga e Fátima Bernardes têm namorados muito mais jovem. Mas as pessoas adoravam falar de mim, eu era foco do bom e do mau. Então, esperei a novela acabar e me separei do Perry para assumir um relacionamento com o Felipe, com quem tive o Gabriel (de 32 anos). Meu filho puxou o pai, é recolhido. A Rafaela (de 46 anos, filha do Perry) é mais sociável, como eu. Mora em São Paulo, tem as amigas dela lá, mas também gosta de meditar. Ela já fez novela, fez peça, cantou, mas decidiu não mais ser atriz e seguir caminhos diferentes do meu. Não gosta de ser chamada de filha da Vera Fischer, nenhum filho de artista gosta, né?”.

Solteirice

“Acho que o meu último namorado foi em 2015. A gente flerta, né? Eu gosto de encontrar um cara atraente, trocar olhares, fazer um charme… Mas quando chega perto e convida para sair junto… Eu gosto tanto da minha própria companhia, que não me faz falta, não. Eu namorei a vida inteira… Depois que me separei do Felipe, tive muitos namorados. Teve o Floriano Peixoto, o Murilo Rosa, o Marcos Paulo… Tem uma hora que você vai amadurecendo, quer ter mais amigos e sair com eles. Para namorado você tem que dar um uma atenção especial, e eu não estou muito a fim, não. Pra eu voltar a me relacionar com alguém, teria que ser uma pessoa inteligente, culta, pra gente poder conversar sobre tudo. E bom caráter, porque detesto gente que fala pelas costas. Sexo vem por último neste momento da vida. A gente vai educando os nossos instintos, os nossos gostos, se dá outros tipos de prazeres. Quando você tem 20 é uma coisa, com 40 é outra e aos 70 é outra”.

Vaidade

“Eu nunca fui extremamente vaidosa, mas gosto de me ver bem, então me cuido. Grande parte do público se equivoca ao achar que eu já fiz botox, harmonização facial… Gente, minha testa franze quando eu falo! E meu rosto é naturalmente redondo, pra que preencher mais? Meu dermatologista manda manipular os cremes para a minha pele, mais madura. É um ritual longo… Chego às 3h da manhã em casa e tenho que tirar a maquiagem, lavar o rosto, passar o hidratante, deixar secar, passar um creme nos olhos, outro no pescoço, outro nas mãos, outro nos pés… Se com o passar do tempo os homens ficam grisalhos e gordos, as mulheres acham charmoso. Já a gente… Eu prefiro seguir todos esses cuidados a fazer procedimentos estéticos”.

Inveja alheia

“Eu não tenho amigas do peito no meio artístico. Desde que eu entrei na televisão, senti olhares de inveja, sabe? Das mais velhas e das mais novas, e nunca entendi por quê. Eu nunca quis ser como ninguém, nunca quis copiar ninguém. Eu fui criada de maneira a dar valor a mim mesma. Sempre corri atrás das minhas coisas, sem me basear nos outros. Muita gente tem esse pensamento: ‘Se eu não tenho, não quero que ela tenha’. E com a internet, as pessoas transbordam raiva umas pelas outras, de forma gratuita. Às vezes eu até deixo meu celular de lado, desligo, porque não gosto de ver essas coisas”.

Vera Fischer, sem maquiagem nem filtro, com um de seus gatinhos — Foto: Reprodução de Instagram
Vera Fischer, sem maquiagem nem filtro, com um de seus gatinhos — Foto: Reprodução de Instagram

Quase 2 milhões de seguidores

“Passei a ter celular em 2020. Antes, eu não ligava para isso. Tinha horror, na verdade, porque achava que aquilo escravizava as pessoas. E não deixa de ser verdade, tem que andar com isso pra todos os lugares. Eu tinha umas bolsinhas lindas pequenininha, não cabe o aparelho ali. Era prático ter só telefone fixo, as pessoas deixavam as mensagens. Se você queria, ligava de volta. Ou não. Hoje em dia é considerado mal educado não responder. Meu filho (Gabriel, de 32 anos) me alertou: ‘Mãe, não precisa ficar nervosa para responder no mesmo dia. Se você não tem tempo e não for importantíssimo, responde no teu tempo’. Nas redes sociais, eu fazia postagens todos os dias, aí comecei a me cansar. Agora tenho uma agente que me ajuda nisso. Adoro me comunicar por emojis! Respondo com borboleta, unicórnio, brilhinho… Meus fã-clubes gostam de me ver em fotos bem glamourosa e também em casa com meus dois gatinhos, sem filtro nem nada. Acho que eles confiam em mim, veem que sou uma pessoa de verdade ali, e não uma deusa inatingível. E, graças a Deus, nunca sofri com stalker”.

Assédios

“Quando eu comecei no cinema e na televisão, as pessoas te cantavam mesmo. Eu sempre fui muito inteligente, graças a Deus, e tive muita criatividade para sair disso sem que me mandassem embora. Porque muita atriz e ator cedeu a isso naquela época por ter medo da demissão. Eu sempre dava umas desculpas e continuava na novela, continuava no filme, sem ter que fazer o que eles queriam. Agora, psicologicamente, é claro que mexe com você. Mas eu tive uma educação alemã, consegui me colocar com firmeza”.

Vera Fischer entre os filhos, Rafaela e Gabriel — Foto: Reprodução de Instagram
Vera Fischer entre os filhos, Rafaela e Gabriel — Foto: Reprodução de Instagram

Valorização profissional

“Eu ganhava bem, mas me empunha (para que houvesse uma equiparação salarial com colegas de elenco homens). Quando protagonista, eu ia conversar diretamente com o cara do dinheiro. Havia uma troca bacana entre mim e a empresa. A minha trajetória foi diferente da maioria dos artistas. Eu comecei por cinema, fiz televisão e vim pro teatro. Geralmente, a ordem é teatro, cinema e TV. Eu gosto do jeito como conduzi minha vida profissional. Teve um período em que fiquei um pouco parada na TV por causa da idade, mas logo engrenei no teatro e não parei mais. As pessoas adoram me ver ao vivo, pertinho. E teatro você pode fazer com qualquer idade e sempre”.

Morte

“Assim como Susan na peça, tenho presenciado mais frequentemente colegas da classe artística morrendo. Às vezes são pessoas muito próximas a mim. Eu sinto muito, faço uma homenagem no meu Instagram… Mas eu quero viver! Sabe aquele filme do Almodóvar, “Mamãe faz 100 anos”? Eu quero! Quero fazer 100 anos e saudável. Ainda tenho muito a a realizar, na profissão e na vida. Minha cabeça fervilha! Eu tiro umas feriazinhas e já volto a trabalhar. Como bem disse Fernanda Montenegro, eu não tenho medo da morte, tenho é pena de morrer”.

Vera Fischer — Foto: rep/ instagram
Vera Fischer — Foto: rep/ instagram

‘O casal mais sexy da América’

Teatro Clara Nunes (Shopping da Gávea): Rua Marquês de São Vicente 52. Sextas-feiras e sábados, às 20h; domingos, às 19h. Ingressos a partir de R$ 25. 90 minutos. 14 anos. Até 23 de novembro.


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