A corrida marcou também as despedidas de Daniel Ricciardo, Mick Schumacher e Nicholas Latifi – que não tiveram seus contratos com McLaren, Haas e Williams renovados -, e o tetracampeão Sebastian Vettel. O GP de Abu Dhabi foi o GP de número 299 do alemão, que cruzou a linha de chegada em décimo, disputando com Ricciardo na volta final.

A RBR já havia levado o pentacampeonato de construtores nos EUA. O vice de pilotos foi perdido para a Ferrari, que não tinha um piloto como o segundo melhor do Mundial desde Vettel em 2018. A escuderia ainda garantiu seu vice de construtores, com 39 pontos a mais que a Mercedes. Alpine sagrou-se a “melhor do resto”, ocupando a quarta colocação vencendo a batalha contra a McLaren.

A Mercedes, que celebrou a largada de número 200 com Hamilton na equipe, começou a prova com problemas; primeiro, um toque de Carlos Sainz no heptacampeão. Depois, um erro do próprio time no pit stop de George Russell, que perdeu tempo e ainda foi punido por quase atingir Lando Norris no pit lane. O heptacampeão acabou tendo problemas no monoposto e abandonou na volta 56/58.

Enquanto boa parte do grid abriu a janela de pit stops entre as voltas 15 a 20, o líder Verstappen se manteve na pista por mais tempo sucedido por Leclerc, que ganhou a vice-liderança da disputa após a troca de pneus e um erro de Pérez. Este, porém, conseguiu se recuperar e retornar ao terceiro posto.

O bicampeão se queixou de desgaste nos pneus dianteiros e visitou os boxes no 21º giro. Assim como os rivais, trocou os pneus médios pelos duros numa parada lenta de 3s4. Na volta seguinte, foi a vez de Leclerc, repetindo a estratégia do rival e devolvendo à dupla da RBR as primeiras colocações. Mas a segunda parada de Pérez – único no top 3 a fazê-lo duas vezes – acabou prejudicando o mexicano, que perdeu muito tempo atrás da dupla e de Hamilton.

A prova teve apenas um incidente, envolvendo Schumacher e Latifi na volta 39. O contato rendeu 5s de punição ao alemão, mas não chegou a paralisar a disputa. O canadense se retirou da prova. Fernando Alonso, que se despede da Alpine rumo à Aston Martin, também abandonou – com um vazamento hidráulico.

A F1 encerra aqui seu passeio por 2022. A temporada 2023 terá início em 5 de março.

Pérez partiu pra cima de Verstappen mas não teve sucesso no ataque ao colega de equipe, que manteve a pole position. Hamilton, de quinto, se pôs entre as Ferraris e conseguiu subir para a quarta colocação – sustentando-a mesmo quando Carlos Sainz o tocou e fez sua Mercedes subir na tentativa de retomar a posição.

Russell, por sua vez, caiu de sexto para sétimo, parando atrás de Norris.

A direção de prova deixou de investigar o toque de Sainz em Hamilton na curva 6, mas voltou a revisar o ocorrido; dessa vez, por Hamilton sair da pistar e ganhar vantagem. Como consequência, o piloto da Mercedes teve que devolver a posição ao espanhol na volta 5, embora tenha sido forçado pelo rival pela área da escape da curva quando o resto do pelotão passava no trecho naquele momento.

No giro seguinte, Hamilton conseguiu fazer a manobra sobre Sainz uma segunda vez, passando por dentro na curva 9. E duelo contra as Mercedes continuou; na oitava volta, Sainz voltou à quarta colocação depois de superar o heptacampeão.

Chegando empatado em 290 pontos com Charles Leclerc, Sergio Pérez seguiu tranquilo atrás de Verstappen, com pouco mais de 2s de vantagem sobre o monegasco. O piloto da Ferrari conseguiu se aproximar mais entre a décima e 15ª volta, que inaugurou os pit stops na prova, e ascendeu à vice-liderança provisória quando o mexicano visitou os boxes na frente.

Um erro importante prejudicou o piloto do carro nº 11: ele escorregou na saída do pit lane, perdendo a a quinta colocação para Vettel. Ele conseguiu retornar à segunda colocação depois que os outros rivais pararam, se manteve à frente e foi chamado de novo para os boxes na volta 34, adotando um novo jogo de pneus duros.

No entanto, Pérez acabou preso atrás do top 3 nos últimos giros da prova, retornando em sexto. Ele passou Hamilton na volta 45, levou o troco do heptacampeão algumas curvas depois e conseguiu reaver a última vaga no pódio.

Quando restavam dez voltas para a bandeirada, começou a perseguição a Leclerc: o mexicano conseguiu tirar quase 1s por giro do rival, mas a diferença ainda era grande: 6s. Ele chegou a 1s7 na volta final, entretanto, não teve tempo para tentar a manobra decisiva.

Russell foi autorizado pela Mercedes a disputar com Hamilton e, sem grandes dificuldades, superou o colega na curva 1. E depois das duas ultrapassagens e mais o contato com Sainz, o heptacampeão se queixou de estar perdendo potência no carro e tornaria a reclamar em seu primeiro pit stop, na volta 19, de uma possível quebra no assoalho.

A Mercedes mandou Russell para os boxes na volta 16 e prejudicou a prova do britânico com uma parada lenta, de 5s2. Para piorar, o piloto ainda foi liberado da substituição (dos pneus médios pelos duros) de forma insegura, quase colidindo com Norris no momento em que deixava os boxes da equipe alemã. Ele foi punido com 5s.

Hamilton subiu para terceiro lugar com as trocas dos rivais, mas caiu para nono após deixar o pit lane. Na metade das 58 voltas, ele estava em sexto, atrás do colega de equipe; porém, começou a reduzir a desvantagem até meio segundo no 39º giro. Com o segundo pit stop de Russell para cumprir a punição, na volta 40, o heptacampeão retornou à terceira colocação.

Em nono lugar, Vettel manteve sua posição nas primeiras voltas da prova, mas se viu entre Ocon e Alonso na 11ª volta, enquanto tentava a posição do francês – em oitavo. O tetracampeão continuou pressionando o jovem da Alpine nos giros seguintes, mantendo a ligeira diferença de 0s8, e conseguiu a posição com o pit stop do rival no 15º giro.

Com os pit stops subjacentes, o alemão conseguiu subir para quinto lugar, beneficiado ainda pelo erro de Pérez na saída do pit lane. Depois, ele foi para a quarta colocação, até ser ultrapassado por Sainz. Postergando seu pit stop, Vettel foi o único piloto com médios na pista quando a prova se aproximava de sua metade. Ele foi ultrapassado por Hamilton na volta 24, retornando ao sétimo lugar.

Depois de se queixar da perda de desempenho, Vettel enfim foi convocado para os boxes. A troca lenta (de 4s1) o mandou para a 19ª colocação na volta 27, mas o tetracampeão não parou, decisão que impactou seu restante de prova.

Dois giros depois, o alemão estava em 17º e subiu mais um posto ao ultrapassar Pierre Gasly. Ele retornou à zona de pontuação superando Guanyu Zhou na volta 44, até ser superado pelo colega de equipe, Lance Stroll, que havia largado em 14º.

Dos outros três pilotos que também se despedem da F1, Ricciardo foi o único a pontuar. Largando em 13º, ele passeou pela nona colocação por alguns giros até despencar pra 18º depois de seu pit stop. Ainda assim, o australiano conseguiu ganhar mais posições e terminou em nono. Schumacher, que partiu em 12º, perdeu boas posições no começo da prova.

Latifi, por sua vez, não saiu do 20º lugar em que iniciou sua última corrida na F1. E ele ainda foi atingido por trás por Schumacher na volta 39, acionando uma bandeira amarela rapidamente; a dupla acertou a barreira macia da curva 5, o que evitou danos maiores – apesar do canadense ter deixado a disputa. Schumacher foi punido com 5s pelo incidente.