BRASIL

Wilson Witzel vira réu na Justiça Federal por organização criminosa

17 de junho, 2021

Denúncia aponta que ex-governador do Rio liderava grupo em esquema de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro A Justiça Federal do Rio de Janeiro recebeu nesta quarta-feira (16) denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal) que acusa o ex-governador do estado Wilson Witzel e outras onze pessoas de formar organização criminosa para a prática …

Denúncia aponta que ex-governador do Rio liderava grupo em esquema de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro

A Justiça Federal do Rio de Janeiro recebeu nesta quarta-feira (16) denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal) que acusa o ex-governador do estado Wilson Witzel e outras onze pessoas de formar organização criminosa para a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, peculato e lavagem de dinheiro no setor da saúde. Witzel seria o líder do esquema, segundo a denúncia.

Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel

EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO 

A ação tem origem da Operação Favorito, um desdobramento da Lava Jato. Entre os acusados estão a esposa de Witzel, Helena Alves Brandão Witzel e Everaldo Dias Pereira, o pastor Everaldo. A denúncia foi aceita pela juiza federal Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

De acordo com o denúncia, o ex-governador e as outras 11 pessoas agiram pelo menos entre 1º de janeiro de 2019 e 28 de agosto de 2020 e os recursos financeiros movimentados no esquema eram destinados ao exterior, especialmente Portugal e Uruguai.

Segundo o MPF, “a organização criminosa teria se utliizado de rede complexa de empresas constituidas por pessoas próximas ao Governador WILSON WITZEL, que teriam realizado pagamentos sistemáticos de propina a diversos agentes públicos, com intuito de fechar ou manter os seus contratos com o Governo do Estado do Rio de Janeiro”. A organização teria usado o escritório de advocacia de Helena Witzel para emitir notas fiscais de serviços advocatícios não prestados.

A acusação aponta quatro núcleos de ação da organização criminosa. Um deles é econômico, formado por empresários e lobistas com interesses em contratos públicos e que ofereceram vantagens indevidas a mandatários políticos e gestores públicos. O segundo núcleo é o administrativo, formado por gestores públicos do estado Rio, que teriam solicitado e administrado o recebimento das vantagens indevidas pagas pelos empresários.

O terceiro núcleo é o financeiro operacional, formado por responsáveis por receber e repassar as vantagens indevidas e ocultar sua origem, usando empresas e escritórios de advocacia – alguns constituídos exclusivamente com este propósito. O quarto é o núcleo político, formado pelo líder da organização, Wilson Witzel e por Everaldo Dias Pereira, o pastor Everaldo, presidente do PSC.

Ao descrever as funções de cada participante do esquema, o MPF afirma que o ex-governador tiha participação ativa em todo os crimes envolvidos no esquema, loteava recuros públicos do estado em prol da organização criminosa, recebia vantagem ilícita e lavava dinheiro a partir do escritório da mulher.

Helena Witzel, segundo a denúncia, era responsável pelo processo de lavagem de dinheiro e, por meio de seu escritório, recebia valores provenientes de outros dois acusados, únicos clientes do escritório, em uma tentativa de dissimular a origem dos pagamentos. Pastor Everaldo, de acordo com o MPF, teria estruturado a organização nas áreas da saúde, Cedae e Detran, comandando o orçamento das pastas, suas contratações, a distribuição de cargos e o pagamento de prestadores de serviços e repasses aos municípios “sempre auferindo vantagens indevidas nas diversas oportunidades identificadas pelo grupo, ao fazer uso das estruturas do Estado”.

Ao receber a denúncia, a juiza argumenta que verificou a autoria e a materialidade dos crimes e que há farta documentação para basear o prosseguimento da ação penal. As defesas têm prazo de dez dias para se manifestar.

Record TV entrou em ontato com os advogados de Wilson Witzel, mas até as 20h40 desta quarta, ainda obteve retorno.

 

Fonte: RIO DE JANEIRO | Do R7

Artigos Relacionados