Enquanto presidente denuncia ataques ao país, vencedora do Nobel da Paz pede mais armas para enfrentar Moscou
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta segunda-feira (28) que as Forças Armadas da Rússia bombardearam 30 áreas na região de Kherson, no sul do país, por pelo menos 258 vezes durante a última semana.
O exército da Rússia se retirou da margem oeste do rio Dnipro no início deste mês, mas têm bombardeado cidades e vilarejos, incluindo a cidade de Kherson, de novos pontos na margem oposta.
Em discurso, Zelenski também disse que as forças russas danificaram uma estação de bombeamento que fornece água para a cidade de Mykolaiv, a noroeste de Kherson, em mais um ataque contra infraestruturas vitais para o país.
Nobel da Paz pede armas para a Ucrânia
À medida que a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz se aproxima, a chefe de uma das organizações contempladas com a honraria pediu nesta segunda-feira que a comunidade internacional forneça armas à Ucrânia para ajudar o país a se defender e acabar com as atrocidades.
“Quando alguém me pergunta como acabar com esses crimes prolongados nos territórios ocupados, só posso responder: fornecer armas à Ucrânia para libertar esses territórios”, disse à AFP em Estocolmo a advogada ucraniana de direitos humanos e presidente do Centro de Liberdades Civis, Oleksandra Matviitchouk.
“Devemos evitar mais danos à infraestrutura civil. E precisamos de sistemas de defesa antiaérea. Precisamos de outros tipos de equipamentos militares que possam nos ajudar a defender nossos céus”, continuou.
A organização, co-laureada este ano com o Prêmio Nobel da Paz, assim como o defensor dos direitos humanos bielorrusso Ales Beliatski e a organização russa Memorial, receberá o prêmio em uma cerimônia em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel.
“É uma situação estranha para mim e um sinal claro de que algo está errado com todo o sistema internacional quando uma advogada de direitos humanos pede sistemas de defesa aérea”, concluiu.
A Ucrânia quer transformar alguns dos cenários que a invasão russa no país tornou internacionalmente famosa em destinos turísticos para promover este setor e, ao mesmo tempo, ajudar a não esquecer o sofrimento e a destruição que sofreu nas mãos da Rússia
Genya Savilov/AFP – 16.11.2022

A informação foi confirmada à EFE por Mariana Oleskiv, presidente da Agência Estatal de Turismo e Desenvolvimento da Ucrânia, que participou em Praga da 104ª Assembleia Geral da Comissão Europeia de Viagens
AFP – 16.11.2022

Por enquanto, a agência estatal ucraniana começou a trabalhar com cidades como Bucha e Irpin, onde centenas de civis foram mortos por tropas russas. Oleskiv opinou que o turismo seria uma forma de “celebrar esses lugares’, que foram símbolos dos combates e atrocidades cometidas pela Rússia na Ucrânia
AFP – 16.11.2022

“Tenho a certeza que as pessoas vão ter interesse em saber o que aconteceu”, declarou, acrescentando que é importante “construir memoriais que recordem a guerra, alguns acontecimentos trágicos e de coragem”
AFP – 13.11.2022

“Tenho a certeza que as pessoas vão ter interesse em saber o que aconteceu”, declarou, acrescentando que é importante “construir memoriais que recordem a guerra, alguns acontecimentos trágicos e de coragem”
AFP – 13.11.2022

Esse foco no turismo, segundo disse, é uma forma de preservar a memória histórica, agora que “estão frescos os acontecimentos dramáticos vividos” durante os nove meses que já duram a invasão russa. Outra parada deste futuro circuito turístico, que terá seu monumento comemorativo, será o aeroporto de Hostomel, libertado pelos soldados ucranianos
Oleksandr Gimanov/AFP – 14.11.2022

A prioridade agora é trabalhar com o turismo local, que caiu 50% em relação a 2021.Em todo o caso, os gestores de turismo ucranianos duvidam que já tenha chegado o momento de promover estes destinos turísticos, uma vez que a guerra continua e o país não pode relaxar
Genya Savilov/AFP – 12.11.2022

‘Trabalhamos muito para vencer a guerra e todos precisamos recarregar nossas baterias e recuperar forças para continuar lutando por nós mesmos’, comentou a principal responsável pela promoção do turismo ucraniano
Yuriy Dyachyshyn/AFP – 16.11.2022

Felizmente, segundo Oleskiv, a guerra não destruiu a infraestrutura turística. Em relação aos visitantes em potencial, a campanha de turismo na Ucrânia se concentrará naqueles que apoiaram a Ucrânia de alguma forma
Yuriy Dyachyshyn/AFP – 16.11.2022

‘A mensagem é ‘obrigado pelo apoio, pelas doações, por ajudar os refugiados e dar-lhes empregos. Agora precisamos que você venha e gaste dinheiro aqui. Ajude-nos financeiramente”, explicou Oleskiv, destacando que parte da estratégia seria conseguir o apoio de celebridades que visitaram a Ucrânia durante a guerra
AFP – 16.11.2022
