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5,7% da população do país vive com menos de R$ 155 por mês

4 de dezembro, 2021

Em 2020, eram 7,3 milhões de pessoas (3,5% dos habitantes) com renda mensal per capita abaixo da linha de pobreza extrema O Brasil tem 12 […]

5,7% da população do país vive com menos de R$ 155 por mês
Divulgação

Em 2020, eram 7,3 milhões de pessoas (3,5% dos habitantes) com renda mensal per capita abaixo da linha de pobreza extrema

O Brasil tem 12 milhões de pessoas (5,7% do total de habitantes) que vivem na linha de extrema pobreza. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (3), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Brasil tem 12 milhões de pessoas que vivem na linha de extrema pobreza

REPRODUÇÃO / PIXABAY

O levantamento mostra que 5,7% da população do país vive com renda de US$ 1,90 por dia, ou R$ 155 mensais per capita, apontada como linha de extrema pobreza pelo Banco Mundial.

Em 2020, o país tinha 7,3 milhões de pessoas (3,5% da população) com renda mensal per capita de até R$ 89, abaixo da linha de pobreza extrema do Bolsa Família.

Já abaixo da linha do BPC (Benefício de Prestação Continuada), de R$ 261 per capita, vivem 22 milhões de pessoas (10,5%).

Apesar de o Brasil não ter uma linha de pobreza oficial, são avaliados os seguintes critérios:

–    Linha de elegibilidade do Bolsa Família (R$ 178 per capita), que concentrava 13,6 milhões de pessoas (6,5%);
•    Linha do Banco Mundial de US$ 5,50 por dia, que estava em R$ 450 mensais per capita e reunia 50,9 milhões de pessoas (24,1%); e
•    Linha de meio salário mínimo, utilizada para o Cadastro Único do Governo Federal, que estava em R$ 523 per capita e incluía 61,4 milhões de pessoas (29,1%).

Sem programas sociais, 32,1% estariam em situação de pobreza

Considerando os indicadores de pobreza (US$ 5,50/dia) e extrema pobreza (US$ 1,90/dia) pelas linhas do Banco Mundial, houve redução da incidência de extrema pobreza e pobreza no Brasil entre 2019 e 2020: as proporções recuaram, respectivamente, de 6,8% para 5,7% e de 25,9% para 24,1% da população.

No entanto, em um cenário hipotético sem os benefícios dos programas sociais, a proporção de pessoas em extrema pobreza teria aumentado de 5,7% para 12,9% e, em situação de pobreza, de 25,9% para 32,1%.

De 2012 a 2019, a diferença entre as taxas de pobreza e extrema pobreza, com e sem benefícios de programas sociais, oscilou entre 2 e 3 pontos percentuais.

Em 2020, o Maranhão era o estado com a maior proporção da sua população (14,4%) em situação de extrema pobreza (linha de US$ 1,90), com Amazonas (12,5%) e Alagoas e Pernambuco (ambos com 11,8%) a seguir.

Houve uma queda acentuada da extrema pobreza nesses estados em relação a 2019, quando os percentuais da população abaixo dessa linha eram: Maranhão (21,3%), Amazonas (15,0%), Pernambuco (13,6%) e Alagoas (15,7%).

No outro extremo, os estados com os menores percentuais de sua população abaixo da linha de extrema pobreza em 2020 eram Santa Catarina (1,9%) e Rio Grande do Sul (2,4%), com Mato Grosso do Sul e Distrito Federal (ambos com 2,6%) a seguir.

Brancos ganharam 73% mais que os negros

A Síntese de Indicadores Sociais também mostrou que a desigualdade entre pessoas brancas e negras só aumentou no primeiro ano da pandemia.

Em média, a população ocupada branca (R$ 3.056) tinha um rendimento mensal médio real do trabalho 73,3% maior que o de pretos e pardos (R$ 1.764) em 2020.

Para os homens, o ganho (R$ 2.608) era 28,1% maior do que o para as mulheres (R$ 2.037).

Pretos ou pardos ocupavam a maior parte das vagas (53,5%), porém ganhavam menos, representando 64,5% do total de subocupados.

Eles também morreram mais de Covid no caso de óbitos de pessoas com menos de 70 anos (acima disso, ficaram atrás dos brancos).

Pobreza causada pela pandemia deve persistir pelos próximos anos

Em 2020, porém, na ausência simulada dos benefícios sociais, a diferença seria de 7,2 pontos percentuais para extrema pobreza e 8 pontos percentuais para pobreza.

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Fonte: ECONOMIA | Do R7