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15 de junho, 2023

A VITÓRIA DO BOM SENSO O bom senso saiu vitorioso na queda de braço entre o Governo Federal e os policiais civis do DF. Tudo começou quando o governador Ibaneis Rocha se comprometeu a dar reajuste salarial de 18% à categoria de uma só vez. Aí entrou o ministro falastrão Ruy Costa, chefe da Casa …

A VITÓRIA DO BOM SENSO

O bom senso saiu vitorioso na queda de braço entre o Governo Federal e os policiais civis do DF. Tudo começou quando o governador Ibaneis Rocha se comprometeu a dar reajuste salarial de 18% à categoria de uma só vez. Aí entrou o ministro falastrão Ruy Costa, chefe da Casa Civil, fatiando o reajuste em três anos. Os policiais reagiram ameaçando greve geral. Parlamentares do DF entraram na briga. O clima ficou tenso. Mas o diálogo falou mais alto.

Reajuste em duas parcelas

Na terça-feira, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) propôs conceder o reajuste em duas parcelas: 9% este ano e 9% em janeiro de 2024, sendo 24% para os policiais com mais tempo de serviço e 18% aos demais servidores, percentual a ser concedido também a policiais militares e bombeiros. Em assembleia na noite de quarta-feira, os policiais civis bateram o martelo: proposta aprovada.

Jabuti no meio do caminho

Mas o reajuste só cairá na conta após a aprovação da medida provisória e do projeto que concedem o reajuste, ainda a serem enviados ao Congresso Nacional. A aprovação, contudo, esbarra na proposta do Arcabouço Fiscal, onde foi embutido o jabuti que reduz os repasses do Fundo Constitucional do DF, a fonte que sustenta a segurança, a saúde e educação da capital.

Omissão dos interessados

A briga no parlamento é manter ou retirar o jabuti do Arcabouço Fiscal. Os policiais civis, parte mais do que interessada nessa disputa, continuam imóveis. A categoria nada fez para defender Brasília. Com a redução dos recursos do fundo não haverá dinheiro suficiente para bancar os prometidos reajustes salariais das forças de segurança do DF. O estridente silêncio dos policiais, dos professores e dos profissionais de saúde apenas ajuda a engrossar a voz dos que dão vida ao jabuti malandro.

SERVIDORES GANHAM ALIADOS

Renasceu das cinzas a Frente Parlamentar do Serviço Público. Na última terça-feira, 200 parlamentares (191 deputados federais e nove senadores) recriaram o movimento, que une desde petistas de carteirinha a bolsonaristas radicais. Todos juntos e misturados em defesa de mais recursos federais para bancar salários de servidores da União, dos Estados, do DF e dos municípios. Fogo amigo e inimigo em cima do Governo Lula.

Recomposição salarial

Os servidores já apresentaram à Frente Parlamentar uma pauta bombástica: a recomposição de perdas salariais sofridas desde o Governo Michel Temer. São sete anos sem reajuste. A fatura agora será apresentada ao presidente Lula.

Reforma administrativa

Outra pauta priorizada pela bancada: o arquivamento da Reforma Administrativa, projeto defendido com unhas e dentes pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A reforma quebra a espinha dorsal do funcionalismo público: a estabilidade. Pela proposta, servidores terão que se submeter a avaliações periódicas para que possam permanecer no emprego. Vale lembrar: quando em campanha, Lula prometeu lutar pelo arquivamento da Reforma Administrativa. Agora, terá que combinar com os russos, no caso, o poderoso Artur Lira.

A PEDRO O QUE É DE PEDRO

Pedro Henrique Garcia é o artista plástico brasiliense que de fato criou a arte do monumento em homenagem ao Rei Pelé no Túnel de Taguatinga. Pedro projetou o monumento em três camadas de concreto e mármore. A primeira: o rosto de Pelé jovem vazado; a segunda: o nome do rei esculpido numa placa de mármore negro; e a terceira (ainda não instalada): um painel com os nomes dos 800 homens e mulheres que construíram o túnel.

Projeto alterado

O projeto original, porém, foi alterado. Em vez de concreto e mármore, o monumento seria feito em metal cortado a laser, técnica mais econômica e menos complexa. A Secretaria de Obras escolheu o escultor mineiro Omar Franco, radicado em Taguá, para dar vida à criação de Pedro.

Assina, Pedro!

O mineiro fez um bom trabalho. O monumento ficou bonitaço. Faltou, porém, a assinatura de Pedro. Ela será inclusa no painel em homenagem aos trabalhadores, a ser inaugurado em agosto, junto com o Boulevard de Taguatinga, a última etapa do Túnel Rei Pelé. É justo. Antes tarde do que nunca.

Armando Guerra
[email protected]

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