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6 de julho, 2023

VICENTE PIRES EM CRISE Omissão, incompetência e conivência se misturam na base de um problema que se arrasta há 15 anos em Vicente Pires: a multiplicação de prédios irregulares com mais de três andares. Monstrengos que a partir de agosto podem ser derrubados caso o GDF cumpra determinação da Justiça para demolir edificações residenciais e …

VICENTE PIRES EM CRISE

Omissão, incompetência e conivência se misturam na base de um problema que se arrasta há 15 anos em Vicente Pires: a multiplicação de prédios irregulares com mais de três andares. Monstrengos que a partir de agosto podem ser derrubados caso o GDF cumpra determinação da Justiça para demolir edificações residenciais e comerciais irregulares em Vicente Pires.

Febre atravessa governos

A construção desses prédios virou febre ainda no Governo José Roberto Arruda (PFL), quando, em 2009, Vicente Pires passou a ser região administrativa. Nos Governos Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) foram oito anos de olhos fechados ao surgimento de arranha-céus irregulares.

Pesquisa não viu

Em 2016, Rollemberg divulgou a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) da Codeplan. A minuciosa pesquisa não detectou nenhum prédio irregular em Vicente Pires. Apenas concluiu que 88% dos moradores ocupavam terrenos invadidos e que 0,38% viviam em apartamentos.

Rollemberg ignorou ordem        

Rollemberg também ignorou a ordem dada pelo Ministério Público em 25 de outubro de 2017 para demolir essas edificações. Ao final do Governo Rollemberg, Vicente Pires já tinha 487 prédios irregulares.

Ibaneis herda problema

Ibaneis herdou o caos. Enfrentou, mas não conseguiu conter o problema. Ao final de 2019, primeiro ano de governo, a cidade passou a ter 500 edificações irregulares. Nos últimos quatro anos, o GDF combateu grileiros e derrubou casas construídas em áreas públicas.

Ou o plano ou a multa

Em maio de 2023, foi montada força-tarefa apenas para fiscalizar irregularidades em obras, não para demolir prédios com mais de três andares. Agora, o GDF tem até 4 de agosto para apresentar à Justiça um plano de demolição dos prédios irregulares. Ou o plano ou multa de R$ 5 mil por dia.

OS DESVANEIOS DO MARAJÁ

O eterno presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, agora se arvora a analista de mobilidade urbana. Juntando-se à esquerda que morre de inveja da expansão da malha rodoviária feita pelo governador Ibaneis Rocha, o sindicalista-marajá, em artigo num tabloide da cidade, critica as novas “obras viárias faraônicas e de resultados duvidosos no fluxo de veículos”. Defende que o GDF tape buraco e arrume calçadas.

 Sem noção

Gutemberg, sem noção de presente e futuro, ignorou os dados do Censo 2022. Diz o IBGE: a população do DF chegou a mais de 2,8 milhões de habitantes, enquanto a frota automotiva é superior a 2 milhões de carros. São os novos complexos viários que facilitam a mobilidade diária da população transportada pela frota. Sem essas obras, o trânsito do DF seria tão caótico quanto o de São Paulo e Rio de Janeiro.

GDF Presente

Gutemberg também esquece que no dia 6 de janeiro 2019, primeiro ano de Ibaneis no Buriti, foi lançado um programa mantido até hoje: o GDF Presente. O programa foi criado justamente para tapar buraco, recuperar calçadas, recolher entulho e prestar outros serviços de manutenção das cidades.

Tudo ao mesmo tempo

Ao construir viadutos, tapar buracos e recuperar calçadas, Ibaneis mostra que uma obra não inviabiliza a outra. Ambas podem ser realizadas ao mesmo tempo. Só não vê quem não quer. Neste caso, Gutemberg, o sindicalista-marajá que está há mais de 25 anos no comandado do Sindmédicos e que, mesmo ganhando todo mês R$ 40 mil do GDF, não presta serviço em nenhuma unidade da rede pública de saúde.

HIP-HOP VIRA PATRIMÔNIO

O governador Ibaneis Rocha sancionou a lei que transforma o Hip-Hop em patrimônio cultural e imaterial do DF. O projeto é do deputado distrital Max Maciel (PSol), fã desse gênero nascido nos guetos de Nova Iorque. Maciel se inspirou em Rodrigo Rollemberg (PSB), autor da lei que criou o Dia Nacional do Reggae. Aliás, foi o mais importante projeto de Rollemberg no Congresso Nacional. A Lei do Hip-Hop também promete ser o mais importante projeto de Maciel.

 

Armando Guerra
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