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3 de fevereiro, 2025

BRASÍLIA EM WASHINGTON Uma caravana de políticos e empresários brasileiros está em Washington (EUA) para participar, nos dias 1 e 2 de setembro, de um evento que pode resultar em novos investimentos no Brasil: o Lide Brazil Development Forum. A caravana brasiliense é comandada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Com ele estão o secretário de …

BRASÍLIA EM WASHINGTON

Uma caravana de políticos e empresários brasileiros está em Washington (EUA) para participar, nos dias 1 e 2 de setembro, de um evento que pode resultar em novos investimentos no Brasil: o Lide Brazil Development Forum. A caravana brasiliense é comandada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Com ele estão o secretário de Planejamento, Ney Ferraz, e o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. O governador quer atrair empreendimentos que desenvolvam a economia e melhorem a qualidade de vida da população pobre do DF. Nada melhor do que ter como parceiros os endinheirados investidores estrangeiros e os bancos oficiais de desenvolvimento.

Ibaneis “vende” a capital

Em busca desses parceiros, ontem Ibaneis foi recebido pelo diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Afonso Bevilaqua. Conversaram sobre as perspectivas de novos negócios para a América Latina, em especial para o Brasil. Ibaneis vendeu seu peixe. Mostrou que Brasília é terreno fértil para empresas de tecnologia da informação e um privilegiado centro de distribuição de mercadorias para o Brasil e América do Sul.

A Dama de Ferro do FMI

Vale lembrar: entre 1980 e 2000, o FMI era o terror do Brasil. Toda vez que chegava uma missão do Fundo, o país entrava em pânico. Todos morriam de medo da rigorosa economista chilena Ana Maria Jul, a dama de ferro encarregada pelo FMI de fiscalizar as contas brasileiras. Ela mandava o governo apertar o cinto e o cinto era apertado no bolso dos brasileiros. Ana Maria virou musa do irreverente “Pacotão”.

Atrás do BIRD

As reuniões prosseguem hoje à tarde. Ibaneis conversa com Ayat Soliman, diretora de Estratégias e Operações para a Região da América Latina e Caribe do Banco Mundial. O Bird é parceiro de países em desenvolvimento. Há 60 anos vem ajudando o Brasil, financiando 500 projetos não só do Governo Federal, mas também de estados e municípios.

Parceria com o BID

Depois, Ibaneis conversa com presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn. O BID financia projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional em países da América Latina e Caribe. Mais uma oportunidade para apresentar projetos que podem melhorar a vida de centenas de brasilienses, como a oferta de moradias para famílias carentes e infraestrutura em cidades mais pobres, como Sol Nascente-Por do Sol. Ibaneis termina a jornada participando do fórum empresarial.

 

COMITIVA DA CLDF

A Câmara Legislativa mandou dois observadores para o evento em Washington: os distritais Wellington Luiz (MDB), presidente da Casa, e Eduardo Pedrosa (União), presidente da Comissão de Orçamento e Finanças. É praxe da Câmara custear, com dinheiro público, viagens internacionais oficiais dos distritais. Dessa vez, não. A Câmara autorizou a viagem de Wellington “sem ônus para a CLDF”. Pedrosa bancou a viagem do próprio bolso.

 

MILITARES NA CPI

A CPI Distrital que investiga a conspiração contra a democracia relacionou 25 depoentes para ouvir até novembro, quando terminam os trabalhos da comissão, que acabariam em setembro. Na relação estão 10 militares, entre eles um general, quatro coronéis e dois capitães. O general é Carlos José Assumpção Penteado, superpoderoso secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante os atos golpistas.

Estratégia do silêncio

Há um acordo entre o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), e o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, para que militares sejam convidados e não convocados a depor. Convite pode ser recusado; convocação, não. Os 10 militares, portanto, podem simplesmente recusar o convite. Mas se aceitarem, podem repetir a mesma patética estratégia adotada pelo tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Entrar mudo e sair calado.

 

Armando Guerra
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