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17 de novembro, 2023

FIM DA CPI Chegam ao fim os trabalhos da CPI da Câmara Legislativa que, por quase um ano, investigou o movimento conspiratório contra a democracia, […]

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Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

FIM DA CPI

Chegam ao fim os trabalhos da CPI da Câmara Legislativa que, por quase um ano, investigou o movimento conspiratório contra a democracia, marcado pelo vandalismo na Praça dos 3 Poderes. Para fechar os trabalhos só falta agora aprovar o relatório, previsto para 29 de novembro. Até o encerramento, terão sido 316 dias de atividades parlamentares em busca de esclarecimentos sobre quem idealizou, financiou e liderou tanto o acampamento dos “patriotas” no Forte Apache quanto os atos extremistas do 8 de Janeiro. Principal conquista da CPI da Câmara: o fortalecimento da democracia brasileira, patrimônio político que a direita extremista insiste em depredar. Não passarão.

Sanatório geral

A CPI encerrou a fase de depoimentos ao ouvir ontem (16) o coronel Reginaldo Leitão. Ele comandava o Centro de Inteligência da Polícia Militar em dois momentos marcantes da conspiração: a insana tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em 12 de dezembro de 2021 e o ataque às sedes dos três poderes da República. Leitão negou o que todo mundo viu: o apagão das forças de segurança do DF, em especial da Polícia Militar, que cruzaram os braços enquanto a nossa pátria mãe era subtraída em tenebrosas tentações. O coronel, com seu depoimento, apenas hasteou o estandarte do sanatório geral traduzido na frustrada conspiração.

 


Desonra à farda

Leitão, ao minimizar o potencial de agressividade dos patriotas, passou atestado de incapacidade para comandar o Centro de Inteligência da Polícia Militar do DF, talvez a mais equipada, preparada e bem paga entre as PMs do país. O coronel, pela omissão durante a conspiração contra a democracia e pelo que falou à CPI, não honrou a farda que ainda veste. Nem ele nem outros militares da PM ou do Exército, que igualmente se omitiram ou foram coniventes com os ataques à democracia, também não merecem continuar fardados.


 

Dever cumprido

O deputado Chico Vigilante (PT), presidente da CPI, pode encerrar os trabalhos com a certeza de que cumpriu com o seu dever de parlamentar e cidadão. Encarou generais, coronéis e outras altas patentes com firmeza e responsabilidade. Soube separar a importância das instituições militares dos militares sem importância para a democracia. Não transformou a CPI em circo midiático. Fez dela um instrumento de defesa da democracia. Melhor do que isso, só isso.

O relatório de Hermeto

O deputado Hermeto (MDB), relator da CPI, promete que seu relatório não será um documento de caça às bruxas, não terá viés político-partido e nem conterá combustível para fazer explodir outra crise entre as instituições. “O relatório não vai fazer ilações”, antecipou Hermeto. “Ele vai dizer claramente o que realmente aconteceu. Não vou me deixar levar por oba-oba. No relatório vai constar o indiciado e os motivos do indiciamento. Eu tenho certeza que nosso relatório será instrumento de justiça”. É isso que a sociedade espera da CPI.

 


O NOVO VELHO

A longevidade política do presidente Lula tem estimulado a não renovação dos quadros do PT. É o que vem ocorrendo no DF. Enquanto outros partidos de esquerda, como o PSol, crescem com novas lideranças, figurinhas carimbadas do PT insistem em voltar à cena mesmo sem voto. É o caso do ex-deputado Geraldo Magela e da sindicalista Rosilene Corrêa.


Manifesto e ataques

Magela, na tentativa de renascer das cinzas, produziu o pífio manifesto “Fortalecer o PT para voltar a vencer”. Muito pouco para reverter as constantes derrotas nas urnas e a desidratação do partido no DF. Já Rosilene, vice-presidente do PT distrital, procura sair do ostracismo imposto pelas urnas em 2022 repetindo carcomidos ataques ao Governo Ibaneis (MDB). É o velho querendo ser novo.

 

Armando Guerra
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