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20 de novembro, 2023

BRASÍLIA NEGRA Há 328 anos, era degolado o maior líder quilombola da história brasileira: Zumbi dos Palmares. Por tudo que Zumbi continua a representar para […]

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BRASÍLIA NEGRA

Há 328 anos, era degolado o maior líder quilombola da história brasileira: Zumbi dos Palmares. Por tudo que Zumbi continua a representar para os negros do Brasil, há 12 anos, sempre no dia 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra. Mas em apenas seis estados é feriado: Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo. E em apenas três capitais hoje o dia é de folga: João Pessoa (PB), Florianópolis (SC) e Goiânia (GO). Em Brasília, é ponto facultativo. Poderia ser feriado se fosse considerada a cor da pele predominante nas 35 regiões administrativas do Distrito Federal. Aqui, dos 2,8 milhões de brasilienses, 1,6 milhão se declaram negros.

Cores da capital

A maioria negra de Brasília foi atestada pelo Mapa das Desigualdades elaborado pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD), realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e divulgada em abril de 2023. A pesquisa diz que 57,4% (1,6 milhão) dos brasilienses se declaram negros, 40,9% brancos (1,1 milhão), 1,4% amarelos (39 mil) e 0,3 indígenas (8 mil).

Pobreza e negritude

Brasília é mais negra nas seguintes regiões administrativas: Estrutural (75%), São Sebastião (74%), Paranoá (71%), Sol Nascente/Por do Sol (68%), Santa Maria (65%), Planaltina (63%), Samambaia (61%), Sobradinho (60%), Ceilândia (60%), Gama (57%) e Taguatinga (56%). Os pretos são minoria em Águas Claras (44%), Plano Piloto (37%) e Lago Sul (33%).

Retrato do Brasil

Os negros são maioria nas cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e minoria nas regiões onde os moradores ganham mais. A minoria branca vive em cidades com toda infraestrutura urbana, enquanto a maioria preta habita cidades mais carentes em redes de água, luz, esgoto. Realidade de Brasília, retrato do Brasil.

Estrutural

O Governo Ibaneis Rocha (MDB) vem investindo para mudar essa realidade. Exemplo: na Estrutural, dos 36 mil habitantes, 27 mil se declaram negros. Apenas na implantação de rede de abastecimento da Quadra 2, desde julho deste ano o GDF vem investindo R$ 212 milhões. E mais R$ 55 milhões estão sendo injetados para duplicar e concretar 13 km da Via Estrutural.

Sol Nascente

No Sol Nascente/Por do Sol, o Governo Ibaneis atua para transformar a maior favela do Brasil numa cidade onde seus 83 mil habitantes – dos quais, 56,4 mil se declaram negros – possam viver com dignidade. Ali, são investidos R$ 200 milhões em drenagem e urbanização. Em agosto deste ano, Ibaneis entregou o primeiro Restaurante Comunitário do Sol Nascente. Investimento: R$ 5,2 milhões.

Cidadãos brasilienses

Ao investir nessas cidades, Ibaneis não olha a cor dos moradores. Olha para os problemas socioeconômicos que herdou. Problemas de décadas que não serão solucionados em oito anos, mas que estão sendo enfrentados com obras e serviços. Trabalho que vem mudando a vida de negros, brancos, amarelos, índios. Todos cidadãos brasilienses, todos cidadãos brasileiros.

DF SEM GREVE

O bom senso prevaleceu no cabo de guerra entre rodoviários e empresas de ônibus de Brasília. Cada lado afrouxou a corda para amarrar o acordo que impediu nova greve dos rodoviários. O acordo ficou assim: reajuste salarial de 6,5% ainda em novembro, mais 8% no tíquete alimentação, 10% na cesta básica e 5,33% no plano de saúde. Itens devidamente costurados com a interveniência da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O cenário de sempre

Pacote fechado, acordo aprovado pelos rodoviários no domingo (19). Assim, a segunda-feira de ponto facultativo amanheceu em paz. Tudo como sempre: povo indo e vindo nos velhos, carcomidos e calorentos ônibus. Frota medieval que continua a rodar pelas cidades do Distrito Federal.

 

Armando Guerra
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