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31 de janeiro, 2025

É hora de político fazer conta Político hoje tem que ser bom de conta. Aqui no Distrito Federal estão todos andando com lápis atrás da orelha e bloquinho, calculando o número de votos que vão precisar para se eleger no ano que vem. Tudo por culpa das novas regras eleitorais, como a limitação do número …

É hora de político fazer conta

Político hoje tem que ser bom de conta. Aqui no Distrito Federal estão todos andando com lápis atrás da orelha e bloquinho, calculando o número de votos que vão precisar para se eleger no ano que vem. Tudo por culpa das novas regras eleitorais, como a limitação do número de candidatos e a federação de partidos, uma união que precisa durar pelo menos quatro anos, e que atrela grandes e pequenos a uma estratégia de médio prazo. E como político gosta de mudar de ideia a todo minuto…

Uma disputa encardida

Com a nova legislação, cada partido poderá lançar apenas oito candidatos a deputado federal – sendo obrigatoriamente três mulheres – e 24 a deputado distrital (oito têm de ser mulheres). Isso vai evitar a colocação de candidatos miúdos, aqueles que, por exemplo, no caso da Câmara Federal, tenham menos de 20 mil votos. Como o quociente eleitoral está calculado em torno de 180 mil votos para eleger o primeiro colocado da legenda, a disputa por candidatos médios – como boa quantidade de voto, mas que só fazem figuração – está sendo encardida.

O fator Damares no DF

Tome-se como exemplo o Republicanos, que hoje abriga um deputado federal, Julio Cesar, na bancada do DF. Fala-se muito na filiação e lançamento da candidatura da ministra da Mulher, Família e Direito Humanos de Bolsonaro, Damaris Alves. Seria uma grande puxadora de votos da agremiação cristã. Neste caso, estariam em maus lençóis tanta Júlio César, quanto os outros pretendentes a uma vaga federal, como o atual secretário da Ciência e Tecnologia do governo Ibaneis, Gilvan Máximo.

A união vai fazer a força

Para as 24 vagas de deputado distrital, a situação não é melhor. Acostumados a lançar dezenas de candidatos, alguns bem miudinhos e que não passam de lideranças de quadra, para arregimentar poucos votos, os partidos terão de mudar a tática. O desafio é juntar pelo menos 50 mil votos para fazer um parlamentar, o que dificilmente seria alcançado por um único candidato, o que torna árdua a tarefa de convencer um cidadão a gastar tempo e dinheiro para eleger outra pessoa.

Uma coligação de anões

Partidos menores como o da Mobilização Nacional (PMN) estão preparando uma nominata nanica, onde nenhum dos 24 candidatos a distrital de destaca demasiadamente, o que teoricamente abre chances parelhas para todos. Desta forma, todos trabalham para conseguir votos e, no final da corrida, como se fosse uma gincana, ganha quem conseguir se destacar. Mas os partidos grandes não podem e dar ao luxo de convocar apenas anões.

Campeão agora está em apuros

Alguns candidatos muito bons de votos estão em dificuldades. O vice-campeão da última eleição, delegado Fernando Fernandes, por exemplo, ainda está sem partido e terá dificuldade em conseguir uma legenda que o abrigue por causa dos 29.420 eleitores que amealhou já na sua primeira eleição. Eleito pelo Pros, deixou a legenda para buscar força, mas agora amarga o problema de ter votos demais e assustar eventuais correligionários que teriam que entrar na disputa apenas para cumprir tabela, sem chance de vencer.

Mesmo contra, vai ficar

É o mesmo problema que vive o atual distrital Cláudio Abrantes, ainda no PDT, mas com os dois pés fora da agremiação. Seus 14.238 votos amealhados em 2018 assustam os demais candidatos que preferem tentar a sorte em outras plagas menos disputadas. Pode ter de ficar no PDT mesmo, na mesma situação da última eleição, quando apoiou o atual governador Ibaneis Rocha, mesmo indo contra a orientação partidária.

Juras de amor eterno

A confusão do PL nacional no filia-não-filia do presidente Bolsonaro, tem reflexos diretos no Distrito Federal. A ministra Flávia Arruda se apressou em mandar mensagem para o Palácio do Buriti jurando amor eterno e apoio à reeleição de Ibaneis. Um gesto ainda mais claro deve se dar nos próximos dias: a filiação, nos próximos dias, da secretária de Justiça do GDF, Marcela Passamani, esposa do atual chefe da Casa Civil do Buriti, Gustavo Rocha, amigo pessoal do governador.

 

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