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Lira citou a autonomia do BC como uma das medidas apoiadas pela Câmara, em sua gestão, para “impedir retrocessos”
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a autonomia do Banco Central poucas horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter atacado o presidente do BC, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira. Lira citou a autonomia do BC como uma das medidas apoiadas pela Câmara, em sua gestão, para “impedir retrocessos”.
Mais cedo, Lula afirmou que o comportamento da instituição é a única coisa “desajustada” na economia do país. E comparou Campos Neto ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato. Segundo o petista, Campos Neto tem “lado político” e não demonstra “capacidade de autonomia”.
— A Câmara tem apoiado reformas econômicas e impedido retrocessos. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal — disse Lira durante o evento CNN Talks.
Lula chegou a dizer que o Banco Central “trabalha muito mais para prejudicar o país”.
— Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está — afirmou o presidente em entrevista à CBN.
Lula disse ainda que indicará um novo presidente para o Banco Central – o mandato de Campos Neto termina no fim deste ano – que seja sério e que tenha compromisso com o desenvolvimento e que não pense só no controle da inflação. Para ele, “temos que pensar em uma meta de crescimento, porque é o crescimento econômico, da massa salarial, que vai permitir a gente controlar a inflação”.
O presidente ainda criticou reunião de Campos Neto como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro cotado para concorrer à Presidência em 2026:
— O que é importante saber é a quem esse rapaz é submetido. Como que ele vai para uma festa de São Paulo quase que assumindo um cargo no governo de São Paulo? Cadê a autonomia dele? — indagou Lula.
Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Freitas.
— Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,50%.
O presidente continuou:
— Quando ele se autolança para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir um Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então, o presidente do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado.
Moro rebateu na manhã desta terça-feira a fala do presidente dizendo que a comparação é uma “nuvem de fumaça” para a “incompetência” do governo Lula na área da economia.
Perguntado sobre a possibilidade de rever gastos do governo para equilibrar as contas pública, o petista disse “estar disposto” a discutir o Orçamento do ano que vem.
— Estou disposto a discutir o orçamento com a maior seriedade com a Câmara, com o Senado, com a imprensa, com os empresários, com os banqueiros, mas para que a gente faça com o povo mais humilde e trabalhador não seja prejudicado como em alguns momentos da história foi — afirmou.
A fala ocorre um depois de o presidente reunir a equipe econômica no Palácio do Planalto para iniciar a discussão sobre revisão de gastos do governo. Lula sinalizou no encontro, porém, que o corte de despesas deve vir só em 2025.
— Estamos fazendo um estudo muito sério sobre o Orçamento. Não gosto de gastar aquilo que eu não tenho. A equipe econômica tem que me apresentar as necessidades de corte. Ontem quando eu vi a demonstração da (ministra do Planejamento, Simone Tebet), disse para ela que fiquei perplexo. A gente discutindo corte de R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões aqui e de repente você descobre que que tem R$ 546 bilhões de benefício fiscal para os ricos nesse país, como é que é possível?
Lula voltou a afirmar que não fará ajustes com corte focados nos mais pobres:
— Você pega, por exemplo, a Confederação da Agricultura, que tem uma isenção de quase R$ 60 bilhões. Pega o setor de combustível, que tem isenção de quase R$ 32 bilhões, ou seja, você vai tentar jogar isso em cima de quem? Do aposentado? Do pescador? Da dona de casa? Da empregada doméstica? Então, quero discutir com seriedade.
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