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Uma das principais atividades econômicas das mulheres do Assentamento Pequeno William, o artesanato nasceu de capacitação ofertada pela Emater-DF
Com a fibra da árvore, elas criam uma variedade de peças, como cestos, caixinhas e bandejas, que, ao serem comercializadas sob encomenda e em feiras, complementam a renda das famílias. É do tronco de uma bananeira que vem parte do sustento de 12 mulheres que integram o Grupo de Artesanato do Assentamento Pequeno William, em Planaltina.
Essa tradição existe desde 2011, quando a comunidade ainda passava pelo processo de consolidação agropecuária. Sem poder plantar nos terrenos, as mulheres foram orientadas por extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) a apostar no artesanato. Na época, cinco delas foram capacitadas em um curso promovido pelo órgão sobre fibras naturais. O quinteto serviu de multiplicador do conhecimento e, hoje, todas as mulheres da comunidade conhecem a técnica.
“Esse foi o carro-chefe para dar autossustentação para a gente”, comenta a artesã Adriana Fernandes, sobre as peças de fibra de bananeira
“Esse foi o carro-chefe para dar autossustentação para a gente. Acabou sendo uma forma de produção das famílias”, lembra a produtora e artesã Adriana Fernandes, 55 anos. Foi com o dinheiro arrecadado com as peças de fibra de bananeira que Maria Nide, 53, montou toda a sua casa e comprou o primeiro celular. “Fui juntando o dinheiro aos poucos com as encomendas que fazemos”, comenta.
Mais do que dar independência financeira, o artesanato é também terapia para as mulheres, propiciando um retorno à natureza. “A bananeira é muito rica, porque ela te dá tudo, te dá vida. Você pensa que depois do fruto, acabou, mas não, ela te dá renda, agrega e ainda devolve para a natureza. Temos muitos relatos de mulheres que eram depressivas e esse trabalho veio mudar a vida delas”, revela a extensionista rural da Emater-DF, Sedma Queiroz.
“A bananeira é muito rica, porque ela te dá tudo, te dá vida”, observa a extensionista rural da Emater-DF, Sedma Queiroz
Para a também produtora e artesã Valdira Sena, 39, a fibra da bananeira transformou a realidade das mulheres do assentamento: “Foi muito bom. Até hoje agradecemos a Emater. Sem eles, não teríamos feito nada. Eles nos ajudaram em tudo. É uma atividade que nos proporciona sair de casa para participar de feiras, viajar e conhecer outras pessoas, além de nos sustentar”.
Gratas pelo o que a fibra de bananeira proporciona a elas, as mulheres do Grupo de Artesanato do Assentamento Pequeno William atuam desde 2020 fazendo capacitações para outras artesãs.
Extensionista rural da Emater, Sandra Evangelista afirma que o maior desafio das artesãs é a capacitação
O projeto tem fomento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) por meio do edital Multicultural do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Até agora, elas já desenvolveram duas edições e lançam em abril uma terceira, prevista para ocorrer no Coletivo Comuna Panteras Negras, no Assentamento Pequeno William.
Além disso, o grupo pretende nos próximos anos profissionalizar ainda mais o trabalho. “A nossa ideia é viver bem da nossa profissão de artesã. Queremos ter uma organização, poder tirar nossa subsistência do artesanato”, comenta Adriana Fernandes. O objetivo é reproduzir no Distrito Federal o exemplo da cadeia produtiva do Ceará.
Em Planaltina, a fibra da bananeira é usada para produzir cestos, caixinhas e bandejas, entre outros produtos | Fotos: Joel Rodrigues/ Agência Brasília
Segundo a extensionista rural da Emater Sandra Evangelista, esse ainda é o maior desafio. “O que falta ainda é a capacitação, principalmente, na área de qualificação dos produtos, da decoração e do acabamento. Mas a Emater continua incentivando e apoiando os projetos delas, tanto para trazer instrutor como para apoiar a comercialização, vendendo os produtos. O Pequeno William se destacou, mas também temos grupos no Rio Preto e no Paranoá”, explica.
Para conhecer mais sobre o trabalho das artesãs, basta entrar em contato pelo WhatsApp (61) 99992-6201.
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