BRASÍLIA

Baixas temperaturas exigem cuidados adicionais com os animais

7 de junho, 2025 | Por: Karol Ribeiro-Agência Brasília

Além de roupinhas e mantas, veterinários alertam para vacinação e alimentação reforçada; projeto piloto do GDF resgata e cuida de cães em situação de vulnerabilidade

A chegada do inverno exige cuidados especiais com a saúde dos pets, que podem sofrer com doenças respiratórias e articulares | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Com o avanço do frio no Distrito Federal, a saúde dos animais também entra em pauta. O inverno pode trazer doenças respiratórias e articulares para os pets, especialmente os mais velhos. Além dos cuidados que devem ser tomados em casa, projetos como o novo programa-piloto da Secretaria Extraordinária de Proteção Animal (Sepan-DF) de resgate e vacinação de cães em situação de rua ajudam a proteger os animais mais vulneráveis.

A orientação da médica veterinária da pasta, Hellen Mendonça, é clara: manter os pets aquecidos, bem alimentados e vacinados é essencial. “Ter a vacinação em dia, especialmente a vacina múltipla, tanto para cães quanto para gatos ajuda na prevenção de doenças infecciosas que tendem a aumentar no frio, como a traqueobronquite canina e a cinomose”, explica.

Hellen também esclarece que suplementos para imunidade e articulação também são recomendados, especialmente para animais idosos, que já apresentam maior desgaste articular e tendem a sofrer mais com artrite e artrose durante o frio. A pele também merece atenção – o ressecamento pode causar coceiras e descamação, e o ato de coçar pode provocar feridas que se tornam portas de entrada para contaminações secundárias. Para isso, existem hidratantes específicos de uso veterinário que ajudam a manter essa barreira cutânea saudável. Além disso, uma boa alimentação fortalece o sistema imunológico em qualquer época do ano.

Quanto aos sinais de alerta, o mais comum nas doenças respiratórias é a tosse, que muitos tutores confundem com vômito. “A tosse em cães costuma soar como um engasgo, e o tutor muitas vezes acredita que o animal está vomitando por ter comido algo diferente. Por isso, em muitos casos, o atendimento veterinário é adiado. Quando o animal finalmente chega à clínica, pode já estar com bastante secreção, o que exige tratamentos mais longos e, em casos avançados, o uso de antibióticos. Por isso, ao notar esse tipo de sintoma, que parece vômito, mas é tosse, o ideal é procurar o veterinário o quanto antes”, recomenda Hellen.

Outras orientações incluem manter a rotina de passeios, sempre com atenção aos horários: é importante evitar os momentos mais frios do dia e preferir os períodos mais quentes. O mesmo vale para os banhos, que devem ser feitos em horários mais quentes e com água morna. Além disso, é recomendável aumentar o intervalo entre os banhos e evitar a tosa, já que o pelo ajuda na termorregulação do corpo.

É recomendado o uso de roupinhas, mas alguns animais não as aceitam. Nesses casos, insistir pode gerar estresse, o que diminui a imunidade e pode agravar outras condições. Se o animal aceitar, a roupinha pode ser usada; caso contrário, é possível recorrer a mantinhas. O ideal é manter o pet dentro de casa, em um ambiente protegido, sem janelas abertas que formem correntes de ar. O mais importante é garantir que o animal fique quentinho.

Caso o animal aceite, o uso de roupinhas é recomendado para manter o corpo aquecido nos dias frios | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Projeto-piloto

A partir da próxima segunda-feira (9), o projeto-piloto da Sepan-DF, em parceria com o Instituto Omni, entra em ação para resgatar animais em situação de rua. A ação inclui cuidados veterinários, quarentena, castração, adestramento, vacinação (incluindo a vacina múltipla) e posterior adoção.

A ação será feita nas regiões administrativas por onde o programa Castra DF já passou, como Gama, Ceilândia, Pôr do Sol e Sobradinho. A meta inicial é alcançar 150 animais.

Por serem animais de rua, o processo pode levar um tempo, já que eles precisarão passar por uma avaliação veterinária e por uma quarentena antes de receberem os cuidados definitivos. Ainda assim, a ação ocorrerá durante o período de frio, e o projeto tem potencial para reduzir a vulnerabilidade desses animais.

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