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Presidente do STF avaliou ainda que movimentos que atacam a democracia derivam da falta de igualdade de oportunidades e da estagnação econômica
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou nesta quarta-feira (23) os “populismos extremistas de direita e de esquerda” que surgem nas democracias e associou esses movimentos a “promessas não cumpridas de prosperidade e de igualdade” ao longo dos anos. O ministro palestrou a alunos do Sesi, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
— Quem pensa o mundo tem que se apegar aos valores democráticos, mas os populismos extremistas de direita e de esquerda fluem pelos desvãos da democracia, que são basicamente as promessas não cumpridas de prosperidade e de igualdade de oportunidade para todas as pessoas. Esse continua sendo o grande compromisso não cumprido das democracias — declarou Barroso.
O ministro, contudo, abordou o tema de forma genérica, sem mencionar qualquer governo brasileiro. Na sequência, defendeu a reindustrialização como caminho para o crescimento econômico, argumentando que o desempenho do setor é o que mais alavanca o resultado do Produto Interno Bruto (PIB).
— Precisamos viver um processo de reindustrialização no país e de valorização da indústria, porque sem crescimento não se tem o que distribuir, e dar prioridade máxima para a educação básica, investir em ciência e tecnologia, cuidar de coisas indispensáveis como saneamento básico, que é a principal política pública de um país como o Brasil, além de moradia digna, do transporte adequado e da liderança ambiental que precisa assumir.
Ele também fez um alerta relativo às mudanças climáticas no evento, o que sugere que essa medida precisa necessariamente ser acompanhada da agenda da preservação ambiental para não acelerar a destruição do planeta. Para Barroso, não se pode mais falar de “futuras gerações” ao abordar a pauta verde, porque catástrofes climáticas já estão ocorrendo com mais frequência hoje, com consequências devastadoras.
O ministro citou como exemplos a “maior seca da história” da Amazônia, as queimadas no Pantanal e as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre do ano. Ele defendeu ainda a política de demarcação de terras indígenas como uma das soluções para mitigar o problema.
— As comunidades indígenas demarcadas, onde haja direito legítimo, porque ninguém apoia picaretagem, são uma das formas importantes de se preservar o meio ambiente no país. As áreas legitimamente demarcadas são as áreas de melhor preservação ambiental — argumentou.
O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, fez um aceno ao STF na abertura do evento, lembrando que a instituição julga milhares de processos por ano, ao contrário da Suprema Corte americana, e que críticas feitas ao trabalho dos ministros ocorrem, muitas vezes, ao estilo “técnico de futebol”, sem o devido conhecimento dos autos.

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