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POLÍTICA

Candidatura de Elmar à sucessão de Lira pode fazer União Brasil perder presidência da CCJ da Câmara; entenda

24 de setembro, 2024 / Por: Agência O Globo

Acordo prevê que próximos dois anos tenham nomes de MDB e União à frente, mas Hugo Motta indica que trato pode ser rompido se adversário lançar candidatura

Candidatura de Elmar à sucessão de Lira pode fazer União Brasil perder presidência da CCJ da Câmara; entenda
Deputado Elmar Nascimento entrando na Residência Oficial da Câmara dos Deputados — Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara pode fazer com que o União Brasil, partido de Elmar Nascimento (BA), perca a vaga no comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, prevista para acontecer em 2025 ou 2026, por acordo firmado no ano passado.

Na ocasião, ficou acertado que os partidos com maiores bancadas pertencentes ao bloco que elegeu Lira se alternariam ano a ano à frente do colegiado mais importante da Casa. Como o PT exerceu a presidência no primeiro ano de governo e o PL comanda a CCJ atualmente, as duas futuras presidências seriam ocupadas por MDB e União. Entretanto, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que desponta como favorito para concorrer com o apoio de Lira, já externou a aliados que o trato não será seguido, caso o União se desvincule do bloco para ter Elmar como candidato.

O assunto já foi levado, inclusive, à cúpula do MDB, que espera indicar um nome para assumir a CCJ no ano que vem. Lira já sinalizou que pretende apoiar Motta, mas ainda tenta criar um consenso com a participação de Elmar, que era o seu favorito para o posto até a entrada do candidato do Republicanos no páreo. Elmar, por sua vez,declarou ter ignorado convite para um diálogo com Lira, de quem é próximo, e segue fazendo movimentações para se cacifar ao posto. Na semana passada, ele foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reafirmou a disposição de continuar na corrida.

Além disso, ressaltou o apoio do PSD e de dissidentes de siglas do Centrão e sinalizou ao Palácio do Planalto que não terá o apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Insatisfeitos com o cenário, parlamentares do União Brasil passaram a qualificar Lira como “traidor”. Depois de ter afirmado que faria o anúncio do nome à sua sucessão em agosto, Lira não trabalha com um novo prazo para se posicionar formalmente sobre a disputa. Motta tem dito que cabe só ao próprio Lira o anúncio, “no tempo dele”, e que não vê motivos para acelerar o processo.

Já Elmar Nascimento teve, além da conversa com Lula, uma reunião com integrantes da cúpula e da bancada do União Brasil. Após o segundo compromisso, ele não escondeu a contrariedade com a situação. O presidente da Câmara chegou a ser o principal fiador de sua candidatura.

— Minha pré-candidatura segue de pé. Nada mudou. O presidente (Arthur) Lira é do PP, mas não me falou nada. Ele me procurou hoje, mas não tive tempo. Só falo sobre ele quando ele falar em on (em público, oficialmente sobre o apoio a Hugo Motta). Eu não tenho inimigos, nem vou ter. Toda hora que ele chamar, vou aceitar — disse Elmar.

O cenário sofreu uma reviravolta quando Marcos Pereira (Republicanos-SP) abriu mão de sua candidatura em favor de Hugo Motta, que angariou apoio relevante em pouco tempo.


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