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Carmen diz que ‘autoria e materialidade’ de invasão a sistema do CNJ foi comprovada ao votar para condenar Zambelli

10 de maio, 2025 | Por: Agência O Globo

A parlamentar e o hacker Walter Delgatti Junior são julgados pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

A deputada federal Carla Zambelli participa de audiência na Câmara — Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados/03-12-2024

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia apontou “autoria e materialidade” ao acompanhar o voto do relator, Alexandre de Moraes, para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. A parlamentar e o hacker Walter Delgatti Junior são julgados pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“A autoria e materialidade dos comportamentos delituosos estão firmemente comprovadas pelos dados constantes dos autos, além de sedemonstrar, à saciedade, o concurso material dos crimes de invasão asistema informatizado e a falsidadeideológica”, diz um trecho do voto da ministra.

O STF já formou maioria para condenar Zambelli e Delgatti. Cristiano Zanin e Flávio Dino também seguiram o voto do relator.

Moras ainda fez uma relação entre o episódio, ocorrido no dia 4 de janeiro de 2023, e os atos golpistas do 8 de janeiro, alegando que a proximidade entre as datas “não é meramente coincidencial”.

“A invasão dos sistemas judiciários, a inserção de documentos falsos e a divulgação desses eventos na mídia constituem parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização institucional, cujo ápice se materializou nos eventos de 8 de janeiro”, escreveu Moraes.

Em seu voto, Zanin concordou com a relação entre os eventos protagonizados por Zambelli e o 8 de janeiro.

“Não se pode desprezar, ainda, que parte significativa dos fatos narrados nesta ação penal eclodiram às vésperas do lamentável episódio do 8/1/2023, o que permite refletir que os crimes praticados se inserem em um contexto mais amplo de tentativa de ruptura da ordem constitucionalmente estabelecida”, disse.

Zambelli e Delgatti foram responsáveis, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), por elaborarem e incluírem diversos documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes, que elaborado como se tivesse sido assinado pelo próprio ministro. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.

Também foi incluída uma decisão de quebra de sigilo bancário do ministro. Esse arquivo foi criado no computador de Delgatti e acessado 22 segundos depois por Zambelli. “Esta prova técnica é irrefutável e demonstra, além de qualquer dúvida razoável, o envolvimento direto da acusada Carla Zambelli Salgado de Oliveira nos crimes a ela imputados”, avaliou Moraes.


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