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Pela proposta do governo e dos estados, a devolução de impostos será destinada às famílias com renda per capita de até meio salário-mínimo
Dchamado “cashback” para as famílias de baixa renda, que é a devolução de parte do imposto pago, somaria R$ 15,2 bilhões se já estivesse em vigor no ano de 2023.
O cálculo, feito pelo diretor de programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Rodrigo Orair, considera a devolução da CBS (imposto sobre o consumo do governo federal) e, também, do IBS (tributo dos estados e municípios).
Pela proposta do governo e dos estados, enviada em abril ao Legistlativo, a devolução de impostos será destinada às famílias com renda per capita de até meio salário mínimo para a população inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal.
Todos os produtos que não serão tributados pelo imposto do pecado, chamado de imposto seletivo, vão ter “cashback” – inclusive armas. Entretanto, o consumidor de baixa renda tem de pedir a nota fiscal e incluir seu CPF para receber o benefício.
De acordo com a equipe econômica, cerca de 73 milhões de brasileiros teriam direito ao “cashback” – que está sendo proposto pela equipe econômica e pelos estados na regulamentação da reforma tributária.
Os números do governo mostram que a devolução de impostos para a população de baixa renda – englobando também o valor a ser devolvido pelos estados – ficaria abaixo, ou próximo, de alguns gastos e benefícios somente do Poder Executivo federal.
O abono salarial, benefício pago a quem já está empregado e recebe até dois salários mínimos, foi alvo de avaliação em 2022 pela equipe econômica do governo Bolsonaro. Um relatório recomendava à Secretaria de Trabalho avaliar a criação de limite máximo de renda familiar per capita para direito ao abono salarial, assim como a verificação da elegibilidade dos beneficiários (para evitar que quem não tem direito receba os valores).
As deduções médicas também já foram foram tema de análise. Em 2022, o governo federal avaliou que apenas 0,8% das deduções de despesas médicas vinham sendo direcionadas aos 50% mais pobres da população, enquanto 88% do benefício concentrava-se na parcela (20%) correspondente às famílias de maiores rendas, e 16,4% (1%) de maior rendimento. E recomendava a reavaliação dessas deduções.
No caso do benefício do Imposto de Renda para quem tem 65 anos ou mais, a avaliação, feita no governo anterior, era de que três milhões de pessoas situadas, na grande maioria, nos 10% mais ricos, se beneficiavam. A recomendação era para acompanhar a tramitação de projeto de lei que contemplava a reforma tributária – que acabou não sendo votada naquele momento – “visando as possibilidades de reavaliação da política”.
Entretanto, o texto da reforma tributária também diz que, tanto o governo federal quanto os estados e municípios poderão, por lei própria, aumentar o “cashback” para a população de baixa renda, estabelecendo percentuais maiores do que os fixados na reforma tributária. O objetivo é mater autonomia dos entes federativos.
Pelo formato proposto, o valor do imposto devolvido à população de baixa renda com a reforma tributária será limitado à renda das famílias para evitar fraudes. Segundo o governo, o padrão de consumo da família beneficiária não poderá exceder a sua renda para fins de devolução do imposto.
“Não posso ter uma renda de R$ 1.000 e falar ‘não, eu gasto R$ 2.000 todo mês’, óbvio que tem algum problema aí. Então, você não vai ter um cashback [relativo a uma renda] de R$ 2.000 para uma família que tem uma renda de R$ 1.000”, afirmou o secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

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