
Deputados votam hoje urgência para projeto que derruba novo decreto do IOF
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Presidente da CCJ é a deputada bolsonarista Caroline de Toni, que tem priorizado demandas da ala conservadora da Câmara
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, comandada pela deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que obriga movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a ter um registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). O autor do projeto é o deputado Coronel Assis (União-MT). O relator, Alfredo Gaspar (União-AL), deu parecer favorável.
Ao justificar a mudança na legislação, Assis disse que é preciso ter ”a responsabilização civil e penal decorrente de sua atuação, quando necessária”.
O projeto determina que “movimentos sociais e populares identificados e organizados em mais de três estados, com destaque na imprensa local e nacional, enquadram-se como entidades do Terceiro Setor, devendo adquirir personalidade jurídica, nos termos disciplinados no Código Civil e na legislação especial, para o seu regular funcionamento e responsabilização civil e penal”.
Desde a criação, o MST refuta ter um CNPJ sob o argumento de que é um movimento social e não precisa de um registro jurídico para lutar por reforma agrária. Por isso, recebe recursos financeiros por associações ou cooperativas.
A aprovação provocou críticas da esquerda e deputados do PT se queixaram do avanço do projeto. O deputado Patrus Ananias (PT-MG) disse que há uma tentativa de criminalização do MST.
– Esse projeto de lei vem exatamente nessa linha, para penalizar e criminalizar aqueles que estão se organizando para lutar pelos seus direitos, para que tenhamos no Brasil uma sociedade mais justa.
O petista disse ainda que há uma pressão para impedir movimentos sociais de se organizarem.
– Não estou fazendo nenhuma apologia contra a propriedade privada e a iniciativa privada, mas penso que nesse contexto que estamos vivendo hoje, de um capitalismo selvagem, fica cada vez mais visível o poder ilimitado do dinheiro e ao mesmo tempo um trabalho para impedir a sociedade, especialmente as classes trabalhadoras, mesmo a classe média, a juventude, impedir esse caráter comunitário, associativa, organizativo.
Em maio, o plenário da Câmara já havia aprovado outro projeto contra o MST, que impede invasores de receber benefícios do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida. A série de restrições também se estende ao impedimento de invasores de assumir cargos e funções públicas, além de se inscrever em concursos.
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