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DENGUE: doença é ainda mais perigosa nos idosos

29 de janeiro, 2024

► Secretaria de Saúde alerta que pessoas acima de 60 anos têm mais chances de óbito por causa da doença Integrantes do principal grupo de […]

DENGUE: doença é ainda mais perigosa nos idosos
Destaque da Pdad desses anos é o aumento da população idosa no DF - foto: Marcelo Camargo/ABr

Secretaria de Saúde alerta que pessoas acima de 60 anos têm mais chances de óbito por causa da doença

Integrantes do principal grupo de risco para a dengue, os idosos já totalizam 2.395 casos no primeiro mês de 2024. Segundo dados do boletim epidemiológico divulgado em 25 de janeiro pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), a faixa etária de 70 a 79 anos lidera em incidência de casos prováveis de dengue entre os residentes no DF. A incidência nesse grupo atinge 605 casos por 100 mil habitantes, considerando a população dessa faixa etária na capital.

Os idosos ainda não são elegíveis para vacinação e possuem maior
fragilidade imunológica, o que torna a evolução da doença mais grave.
Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A coordenadora de Atenção Primária à Saúde (APS) da SES-DF, Sandra Araújo, destaca que pessoas com mais de 60 anos apresentam um índice de mortalidade por dengue mais elevado. “Esta faixa da população, que atualmente não é elegível para vacinação, possui maior fragilidade imunológica, o que torna a evolução da doença mais grave. Além disso, aqueles que já tiveram a doença têm maior probabilidade de desenvolver o quadro hemorrágico (o mais grave) em uma segunda contaminação”, explica.

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Segundo o Ministério da Saúde, inicialmente receberão a vacina contra a dengue crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalização depois dos idosos – grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa.

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A médica Lívia Teixeira Neves, Responsável Técnica Distrital (RTD) de Geriatria, destaca que os idosos enfrentam maior propensão à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves de doenças, apresentando até 12 vezes mais risco de mortalidade pela dengue, conforme evidenciam estudos. “Além disso, essa faixa etária frequentemente lida com a presença de doenças crônicas associadas, aumentando a susceptibilidade à desidratação”, explica.

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A geriatra ressalta ainda que, ao manifestar sintomas como febre alta, sangramento de mucosas, vômitos persistentes, dor abdominal intensa, pressão baixa e desmaios, é crucial procurar imediatamente um serviço de saúde para obter o diagnóstico preciso e o tratamento adequado. Também é importante ficar alerta com sintomas como manchas vermelhas no corpo, náuseas, vômitos, mal-estar, dor ao movimentar os olhos, falta de apetite, dor de cabeça e dores musculares.

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“A parada de febre no terceiro ou quarto dia não quer dizer que o paciente está melhor, que está se curando. Muitas vezes, é nesse momento que apresenta um agravante, ele tem que imediatamente retornar ao posto médico. Evite ao máximo a automedicação. As pessoas fazem uso de medicamentos que não são aconselháveis e isso pode agravar”, explica a médica.

Segundo dados do último boletim epidemiológico, a faixa etária
de 70 a 79 anos lidera em incidência de casos prováveis de dengue entre
os residentes no DF. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Este ano, os pesquisadores também identificaram a presença de um vírus novo, o chamado tipo 2, bem mais agressivo. A aposentada Iva Laguna teve dengue há dois meses e até agora não se sente bem. “Depois da dengue, eu nunca mais fiquei normal, cada dia é um probleminha. Uma hora é dor de cabeça, dor nos olhos, mesmos sintomas de quando eu tinha dengue. É impressionante isso aí, mas os médicos disseram que isso vai até seis, sete meses”, afirma.

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A queixa que os sintomas persistem por meses é muito comum entre os pacientes que tiveram dengue esse ano. A especialista explica que isso realmente acontece por causa do processo de inflamação que a picada do mosquito provoca no organismo.

Como se cuidar?

A geriatra da SES-DF também destaca medidas que os idosos podem adotar para se proteger. “Existem as medidas físicas de proteção, como o uso de telas mosquiteiras e vestimentas que cubram o corpo; as medidas químicas, como o uso de repelentes; e as medidas preventivas, que envolvem a melhoria do saneamento básico, o manejo ambiental e a participação comunitária, com o objetivo de evitar a infestação domiciliar do mosquito”, explica.

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A Secretaria de Saúde do DF recomenda o uso nas partes expostas do corpo de repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), de IR3535 ou de Icaridina. Os produtos também podem ser aplicados sobre as roupas.

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O uso da substância química deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. Repelentes de insetos contendo esses componentes são seguros para uso durante a gravidez, quando usados de acordo com as instruções do fabricante.

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Em crianças menores de 2 anos, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia. Também deve ser observada a existência de registro em órgão competente.