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Novo complexo de reciclagem processa até 5 mil toneladas de lixo por mês, gerando 2 mil empregos Foi inaugurado nesta quarta-feira (2) o Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR/DF). O espaço, que ocupa uma área de 80 mil m² na Cidade Estrutural, é um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos […]
Novo complexo de reciclagem processa até 5 mil toneladas de lixo por mês, gerando 2 mil empregos
Foi inaugurado nesta quarta-feira (2) o Complexo Integrado de Reciclagem do Distrito Federal (CIR/DF). O espaço, que ocupa uma área de 80 mil m² na Cidade Estrutural, é um dos mais modernos equipamentos públicos para reciclagem de resíduos do país. Nesse primeiro momento, cerca de 2 mil empregos para catadores estão sendo criados para trabalhar no centro de reaproveitamento, capaz de processar até 5 mil toneladas de lixo por mês. Na obra, o governo investiu R$ 21 milhões.
O Complexo de Reciclagem dispõe de duas centrais de triagem e reciclagem (CTRs) e uma Central de Comercialização (CC). No primeiro ponto, os resíduos são recebidos da coleta seletiva; passam então pelo processo de separação, classificação, pesagem e prensa. Depois, o material segue para a Central de Comercialização, onde ocorre o processo de beneficiamento, estocagem e comercialização. Todo o trabalho é feito com aparelhos de última geração e instalações com acessibilidade.
A obra foi executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), sendo o contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) administrado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema). No entanto, a gestão do complexo será compartilhada entre o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), a Sema, a Central das Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop) e as associações de catadores, que vão atuar no local.
Durante a inauguração do complexo, os gestores do DF destacaram o cunho socioambiental da grandiosa obra. “O Complexo de Reciclagem tem um apelo social forte, porque vão ser quase mil famílias trabalhando aqui. Famílias que estavam desalojadas e sem trabalhar. Essas pessoas vão ganhar dignidade com as cooperativas que vão trabalhar aqui. Este local será referência nacional como o maior centro de reciclagem do país”, destaca o governador Ibaneis Rocha.
A presidente da Centcoop, Aline Sousa da Silva, ressalta que a construção do Complexo de Reciclagem sempre foi a esperança de quem trabalhava no antigo Lixão da Estrutural. “Ele vai representar dignidade, melhores condições de trabalho e de renda”, resume. “A esperança continua. Não queremos deixar ninguém de fora”.
Este local será referência nacional como o maior centro de reciclagem do paísIbaneis Rocha, governador
Reciclagem de vidro e plástico
A inauguração do complexo representa um grande avanço no ciclo de reciclagem do DF. Com a estrutura que dispõe hoje, o centro será capaz de separar o vidro por cor, descontaminá-lo e triturá-lo para comercialização. Esta etapa não era feita até então e significa um grande passo para que o ciclo completo deste tipo de material ocorra.
Com a aquisição de uma linha de reciclagem, prevista para 2021, o vidro passará por todas essas etapas citadas e ainda será transformado para virar embalagem novamente ou ser usado, por exemplo, na construção civil ou até na sinalização de trânsito. O valor de venda do produto vai aumentar e somar aos esforços das iniciativas existentes hoje no DF de empresas particulares.
Também em 2021, o centro ganhará uma linha de reciclagem para o plástico. Ele poderá ser lavado, descontaminado e transformado em pequenas partículas, o que agrega valor em sua venda e pode representar um ganho de até dez vezes no valor do produto.
Impacto sócio-econômico
O Complexo de Reciclagem trabalha quatro vertentes fundamentais para o melhor uso dos resíduos e da coleta seletiva no DF: técnica, econômica, social e ambiental. O caráter técnico visa a recuperação desses rejeitos, de materiais que iriam para o aterro e, com a nova estrutura, voltam para a cadeia produtiva de reciclagem.
A questão econômica e social diz respeito à contratação de catadores, a geração de renda e a rentabilidade no mercado de reciclagem. Não menos importante, a causa ambiental também ganha destaque. Afinal, os resíduos deixam de ser enterrados.
Foto: Dênio Simões/Agência Brasília
Para o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, a obra é importante porque vai “desafogar o aterro sanitário, dando sobrevida a ele. É importante também pela questão social, dando tranquilidade a 750 famílias. Teremos maquinário para tratamento de vidro, que não tem em Brasília, e de plástico, para que eles possam vender esses produtos a um preço melhor”.
“É uma obra de enorme alcance social que vai garantir o sustento de quase mil catadores, beneficiando, portanto, direta ou indiretamente, mais de três mil pessoas, além de garantir maior sobrevida do Aterro Sanitário de Brasília”, acrescenta Rômulo Barbosa, diretor-adjunto do SLU. “O Serviço de Limpeza Urbana está fazendo sua parte na organização, no acompanhamento técnico e espera que agora, com o gerenciamento direto por parte das cooperativas, que esse empreendimento seja exemplo, até porque já é, para todo o Brasil”, completa.
“Muitas dessas pessoas eu vi passando fome e catando lixo para ter o que comer. Estou orgulhosa de fazer parte desse momento, da entrega deste Complexo. Isso aqui é apenas o começo de uma bela e longa trajetória”, disse a deputada federal Flávia Arruda, que colaborou com emendas parlamentares para o desenvolvimento do centro de reciclagem.
É uma obra de enorme alcance social que vai garantir o sustento de quase mil catadores, beneficiando, portanto, direta ou indiretamente, mais de três mil pessoas, além de garantir maior sobrevida do Aterro Sanitário de BrasíliaRômulo Barbosa, diretor-adjunto do SLU
Gestão integrada
O coordenador de implementação da Política de Resíduos Sólidos da Sema, Glauco Amorim, explica que a infraestrutura será fundamental para a gestão integrada de resíduos sólidos. “O Complexo de Reciclagem vai garantir a destinação correta dos materiais recicláveis, reinserindo-os na cadeia produtiva, minimizando as demandas por matérias-primas e reduzindo os impactos ambientais da produção”, afirma.
Por meio do SLU, o GDF mantém 29 contratos com 22 cooperativas e associações, envolvendo 908 catadores de recicláveis que atuam na prestação de serviços de coleta seletiva e triagem. O órgão será responsável por gerir a operação do Complexo de Reciclagem junto às cooperativas e associações de catadores.
“É um avanço muito importante na gestão de resíduos sólidos do DF”, analisa o presidente do SLU, Jair Tannús. “Com o Complexo de Reciclagem, vamos fortalecer a coleta seletiva e as cooperativas de catadores na destinação correta dos recicláveis. O SLU e as cooperativas trabalharão juntos para aproveitar e gerir o novo espaço da melhor forma possível.”
Inicialmente, o Complexo de Reciclagem contará com a atuação de 450 a 500 catadores de materiais recicláveis contratados, integrantes das cooperativas Ambiente, Coorace, Coopernoes, Construir e Recicla Brasília, todas elas ligadas à Centcoop-DF, que possui a cessão da área.
Projeção
Os profissionais serão os responsáveis pelo funcionamento do complexo, atuando na recepção, triagem, classificação, prensagem, armazenamento e comercialização dos materiais recicláveis advindos da coleta seletiva. A projeção é que, quando a operação atingir sua capacidade máxima, sejam processadas até 5 mil toneladas de resíduos recicláveis por mês.
A escolha das entidades foi feita por meio de seleção baseada nos critérios de manifestação de interesse, existência de contrato de triagem com o SLU, fazer parte da Rede Centcoop-DF e, preferencialmente, ser oriunda do antigo Lixão da Estrutural, local que hoje sedia a Unidade de Recebimento de Entulho (URE) do SLU.
Investimentos
Do total de R$ 53 milhões do programa de fechamento do lixão, R$ 21 milhões foram destinados às obras físicas do complexo. O restante do valor será destinado à compra de equipamentos, materiais de operação, assessoria técnica e capacitação de catadores e aos outros centros de triagem já em operação.
As unidades foram erguidas em estrutura metálica com alvenaria e contam com dois pavimentos. O superior abrigará esteiras de separação, compartimentos para lançamento dos resíduos não aproveitados e silos de armazenagem do material bruto.
No térreo funcionarão as áreas de prensagem, separação secundária, armazenamento do resíduo separado e depósito de material. Além do galpão de triagem e a área de administração, os catadores contarão com refeitório, vestiário com armários, banheiros e chuveiros, sala multiuso e equipamentos de segurança individual. A obra ainda envolve 5 mil m² de calçadas e redes de captação de águas pluviais.
Clientela pode optar pelo cronograma de demanda, sem hora marcada
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