
Plano Piloto recebe ação de acolhimento da pessoa em situação de rua neste fim de semana
Abordagem será feita neste sábado (16) e no domingo (17) em oito pontos da região
Dezessete centros de especialidades estão espalhados nas regiões para acolher e receber pessoas de forma humanizada; em quatro anos, foram mais de 74 mil atendimentos
O Distrito Federal possui uma das maiores coberturas do país para o atendimento especializado às pessoas em situação de violência sexual, familiar e doméstica. São 17 Centros de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência (Cepav) distribuídos pelas regiões de saúde que funcionam como espaços acolhedores e preparados para receber essas vítimas — uma iniciativa que coloca o DF como referência nacional no tratamento especializado. Criadas em 2019, essas unidades efetuaram mais de 74 mil atendimentos entre 2021 e 2024.
Com uma das maiores coberturas do país nesse tipo de acolhimento, o DF se destaca na oferta de tratamento contínuo e especializado. A política pública implementada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) garante um acolhimento para além do atendimento imediato, com a recuperação integral e a reintegração social das vítimas atendidas.
“Aqui no DF, além dos cuidados físicos contra alguma lesão oriunda da violência, a gente tem um acolhimento biopsicossocial para essa vítima, e isso é uma inovação. Nós temos um cuidado qualificado, humanizado com relação ao acolhimento e o segmento desse paciente. Temos uma linha de cuidado, e não tem nada dessa dimensão em outros estados”, defendeu a coordenadora da Rede de Atenção às Pessoas em Situação de Violência (RAV), Elizabeth Maulaz.
Os Cepavs, que são unidades que integram a Rede Flores, da Secretaria de Saúde, funcionam como uma porta de entrada para essas vítimas. Por lá, é oferecida assistência humanizada para mulheres, crianças, adolescentes e qualquer pessoa que tenha vivenciado situações traumáticas. Atualmente, as unidades, ligadas aos Núcleos de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav), são adequadas às diretrizes da regionalização e oferecem serviços em ambulatórios especializados, distribuídos nas sete regiões de saúde do DF, localizados nos hospitais regionais ou em Policlínicas.
A equipe é composta por profissionais multidisciplinares, que atuam com foco no tratamento de transtornos decorrentes da violência, como o estresse pós-traumático. “Somos um serviço dedicado exclusivamente a vítimas de violência. Nosso atendimento é interdisciplinar, com enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e técnicos capacitados para oferecer escuta qualificada e encaminhamentos adequados”, explicou a chefe do Nupav da Região de Saúde Norte, Claudiana Jacobino Lima Sesana.
O acesso aos centros se dá por procura direta ou por encaminhamento de outros órgãos da rede, como conselhos tutelares, delegacias especializadas e secretarias do DF. Os profissionais também fazem busca ativa de casos por meio das fichas de notificação preenchidas na rede de saúde.
13,1 Média diária de casos noticiados nos Cepavs
Esse monitoramento constante permite dimensionar a realidade enfrentada no DF e orientar ações de prevenção e acolhimento. Um estudo realizado pela Secretaria de Saúde revelou que, entre 2014 e 2023, foram registradas 62.127 notificações de violência. Destas, 12.169 ocorreram apenas em 2023. A média é de 5.959 notificações ao ano e 397,2 ao mês, representando 13,1 notificações ao dia.
Essa taxa de notificação demonstra a importância da rede para acolher e atender as pessoas em situação de violência. Por meio dos Cepavs, são atendidos casos recentes ou traumas antigos que não foram trabalhados ao longo do tempo. O acolhimento pode ser individual ou coletivo, com grupos de psicoeducação e observação. Em média, o tratamento dura cinco encontros em grupo e, se necessário, até cinco sessões individuais.
Entre as pessoas que receberam apoio está Luciana (nome fictício), que buscou ajuda após sofrer violência doméstica. Encaminhada pelo Conselho Tutelar, ela foi acompanhada pelo Cepav por mais de um ano.
“O Cepav foi fundamental para eu entender que não precisava me submeter a esse tipo de situação. Aos poucos, fui ganhando força para recomeçar”Vítima de violência doméstica
“No início, eu estava muito fragilizada e sem forças para tomar decisões. No Cepav, recebi atendimentos individuais e participei de grupos coletivos, onde cada uma compartilhava um pouco da sua história. Foi fundamental para eu entender que não precisava me submeter a esse tipo de situação. Aos poucos, fui ganhando força para recomeçar”, relatou.
Para ela, o acolhimento foi decisivo. “Eles foram muito eficazes na minha vida. Às vezes, as pessoas têm medo de procurar ajuda, mas eu aconselho que procurem. Não deixem de buscar atendimento. A mulher não precisa passar por isso, somos fortes o suficiente para enfrentar e vencer tantos desafios”, acrescentou a vítima.
No caso da Região de Saúde Norte – que abrange 33% da população do DF –, são dois Cepavs, um em Sobradinho e outro em Planaltina. Por lá, as atividades são feitas de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h. A proposta é oferecer um tratamento efetivo, estimulando o fortalecimento emocional e a retomada da vida social.
Em agosto, mês que marca o enfrentamento à violência contra a mulher, a Secretaria de Saúde promove capacitações para profissionais da rede sobre a Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Doméstica e Familiar.
O objetivo é ampliar a prevenção, identificar sinais de risco e reforçar o combate ao feminicídio. “O Agosto Lilás vem ganhando visibilidade nos últimos anos e é uma oportunidade importante para chamar atenção para o tema. Mas é fundamental que essas campanhas ocorram o ano inteiro”, destacou Claudiana.
Para conferir todos os centros distribuídos no DF, acesse o site da Secretaria de Saúde.
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