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Obras na DF-020, em Planaltina, entram na fase de terraplanagem
A ampliação da via entre Sobradinho e Planaltina vai beneficiar cerca de 80 mil motoristas; investimentos chegam a quase R$ 25 milhões
Os restaurantes comunitários têm como finalidade o preparo e comercialização de refeições saudáveis a preço acessível para todos Por Ana Clara Neves, Mayara Kalyne e Nathália Maciel Agência de Notícias do CEUB/Jornal de Brasília Quem usa os restaurantes comunitários sabe bem a diferença que um prato de comida faz. “Quando o restaurante comunitário não abre, ficamos …
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Os restaurantes comunitários têm como finalidade o preparo e comercialização de refeições saudáveis a preço acessível para todos
Por Ana Clara Neves, Mayara Kalyne e Nathália Maciel
Agência de Notícias do CEUB/Jornal de Brasília
Quem usa os restaurantes comunitários sabe bem a diferença que um prato de comida faz. “Quando o restaurante comunitário não abre, ficamos sem comer”. O testemunho é da desempregada Marcilene Pereira, de 52 anos, que trabalhava como camareira noturna. Ela é frequentadora do restaurante comunitário da Ceilândia, que serve em média 2,5 mil marmitas por dia, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social.
Atualmente, existem 14 unidades em funcionamento no DF: Planaltina, Ceilândia, Gama, Estrutural, Itapoã, Recanto das Emas, Santa Maria, Samambaia, Sobradinho, Sol Nascente, São Sebastião, Paranoá, Brazlândia e Riacho Fundo. Os mais frequentados são o de Planaltina, Ceilândia e Samambaia.
Os restaurantes comunitários são locais públicos de segurança alimentar e nutricional que têm como finalidade o preparo e comercialização de refeições saudáveis a preço acessível para todos. A prioridade é o acesso das famílias em situação de vulnerabilidade.
No caso de Marcilene Pereira, ela passou a frequentar o restaurante depois que ficou desempregada.
As unidades estão localizadas nas áreas centrais das cidades com o intuito de solucionar a insegurança alimentar de brasilienses. A unidade de Samambaia a primeira a ser inaugurada, em 11 de Setembro de 2001 .
As refeições são servidas de segunda a sábado: o café da manhã é de 7h às 8h30 por R$ 0,50 e o almoço das 11h até as 14h no valor de R$ 1 para o público em geral e gratuito para a população em situação de rua, referenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES). Segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), cerca de três mil pessoas estão em situação de rua
As unidades que servem refeições matinais são: Brazlândia, Sol Nascente, Ceilândia, Estrutural, Planaltina, Sobradinho, São Sebastião, Paranoá e Samambaia.
Atualmente, cinco empresas atuam nos restaurantes, sendo responsáveis pela produção e distribuição dos alimentos, e pela manutenção dos locais. São elas:
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, em 2021, foram aproximadamente oito milhões de refeições consumidas nos restaurantes comunitários do Distrito Federal. E só no primeiro semestre de 2022 (janeiro a junho) foram aproximadamente 4,7 milhões de refeições.
A nutricionista Cecília Rocha Santos, de 24 anos, especialista em assistência social e que trabalha na unidade de Ceilândia, explica que o cardápio é montado por uma equipe de profissionais que discutem qual a melhor forma de adequação quanto ao modo de preparo e até mesmo na própria distribuição dessas refeições.
O cardápio dos restaurantes oferece opções para o café da manhã, como café, leite, pão com manteiga ou bolo, e uma fruta da época.
Já para o almoço são opções variadas como: carne com osso, feijoada, vísceras (dobradinhas), frango ao molho, saladas e outros acompanhamentos.
Conforme a secretária geral dos restaurantes, Dolores Moreira, a sexta-feira é o dia em que os restaurantes são mais frequentados pela população. Ao todo, as unidades recebem por volta de três mil pessoas. O chamariz é a feijoada, que, segundo a equipe, faz mais sucesso. O prato é acompanhado de arroz, farofa, vinagrete, laranja e um copo de suco.
Cecília Rocha cita que os nutricionistas, juntamente com os cozinheiros, conseguem controlar muito bem a distribuição do alimento e que eles já sabem, em média, quantas pessoas vão comer por dia. Esse controle é feito por planilhas e fichas que auxiliam a equipe.
Famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional, pré-selecionadas pela SEDES, têm o direito ao Prato Cheio, benefício criado pelo governo para ajudar famílias em vulnerabilidade. O cartão tem o valor de R$ 250 e pode ser usado em qualquer estabelecimento que venda produtos alimentícios. O valor é mensal e dura nove meses.
Para ter acesso a esse benefício, é necessário a pessoa residir no Distrito Federal e estar inscrita no Cadastro Único (CadÚnico), do governo federal, ou no Sistema Integrado de Desenvolvimento da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF e ir a uma das 29 unidades do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para fazer o requerimento do cartão.
Pessoas em situação de rua, acompanhadas por assistentes sociais, também podem receber o auxílio. Nos restaurantes comunitários a pessoa que possuir esse cartão paga um real pela comida. Essas pessoas que estão inseridos no sistema SEDES, não pagam, podendo levar até duas marmitas por pessoa.
Durante a pandemia de covid-19, o governo federal aprovou o auxílio emergencial, criado em 2020 com o intuito de ajudar os trabalhadores e famílias de baixa renda com o valor de R$ 600. Os usuários desse benefício tinham o direito a uma refeição gratuita nos restaurantes comunitários do DF, garantido pela Lei nº 6.684.
“Cada pessoa é autorizada a levar duas marmitas, mas aí ela pode entrar na fila de novo e comprar mais”, conta Cecília, que trabalha na unidade de Ceilândia.
Ela complementa que a quantidade de distribuição é definida pelo contrato, com a empresa responsável pelo restaurante. “Então, em cada marmita são 200 g de arroz, 150 g de feijão, a guarnição (acompanhamento) varia, a salada é a vontade, a proteína é 120g, 180g quando tem osso, e 270g de feijoada.
A empresa fiscaliza para que ninguém coma mais do que esse limite. Além disso, em tese, o limite é um copo por pessoa. Mas a equipe de reportagem verificou que a distribuição é mais livre.
“Antes eles reclamavam mais porque, quando teve a pandemia, liberaram uma quantidade maior de marmita para o pessoal pegar. E aí quando se encerrou o período pandêmico, as pessoas já estavam acostumadas a querer pegar uma quantidade maior”, diz a nutricionista Márcia Souza.
Ela explica que houve uma determinação de não poder entregar mais de duas marmitas por pessoa. “Então é de 2 em 2. A gente já faz certinho a quantidade. E quem não conhece, acaba reclamando porque não vem muito. Mas os usuários normais [antigos] já estão acostumados”, explica a nutricionista
Ainda sim, uma das reclamações de Marcilene Pereira, de 52 anos, que faz o uso do cartão Prato Cheio, é que a quantidade não é o suficiente para a família. “Sou mãe de família. Se eu for comprar 4 refeições, não vão me vender. Mas pessoas que compram marmitas aqui, para vender na rua, podem pegar até 10 ou mais marmitas”, queixa-se. Marcilene mora com o marido e seus dois netos e frequenta o restaurante da Ceilândia há dois anos.
A segurança é uma das principais reclamações de pessoas que frequentam diariamente o restaurante da Ceilândia. O sentimento por parte dos frequentadores que já presenciaram situações de ameaças e confusões é de medo e insegurança. “Já testemunhei algumas brigas, confusão mais verbal mesmo, mas já presenciei furtos aqui também”, lamenta Anisio Neto, de 38 anos, que anteriormente trabalhava com vendas e atualmente está desempregado.
O restaurante da Ceilândia recebe por volta de 150 pessoas em situação de rua por dia, enquanto outros restaurantes não chegam a 20 pessoas nessa situação, segundo a especialista em assistência social na área de nutrição, Cecília. “As pessoas que frequentam aqui são um pouco diferentes de outros restaurantes, que são frequentados mais por famílias e trabalhadores. Aqui não, são pessoas que estão em situação de rua e usuários”.
Já Márcia Souza, de 42 anos, nutricionista do restaurante de Ceilândia, disse que é normal sentir medo. “Já me xingaram inclusive. Eles [os clientes] xingam todo mundo. Não tem discriminação, qualquer pessoa pode ser xingada aqui. […] É um público mais carente. Então dá pra ver que eles não tem um filtro pra falar com a gente. Aí a equipe sempre tem que estar com o olho aberto, em alerta, para não acontecer nada. Sempre tem uma parte que é mais difícil do que a outra. Mas aí tem os meninos [seguranças] pra ajudar”.
Eliete Lopes Correia, de 49 anos, que é auxiliar em assistência social e presta serviço na unidade de Ceilândia, também relata que a estrutura poderia ser melhor. “As instalações são muito antigas e a empresa, junto com o GDF, vai arrumando pouco a pouco. A nossa segurança aqui fica bem difícil. Às vezes, a polícia tem que vir aqui pra buscar alguém”.
Para melhor organização dos restaurantes, as pessoas são divididas em duas filas.
Uma fila é para comprar o ticket e outra para entrar no refeitório. Ao passar por uma catraca novamente, as pessoas são dirigidas para dois balcões diferentes, um para quem vai comer no local e outro para quem vai levar a marmita, que é uma outra opção que o restaurante oferece. Após receber a comida que será servida pelos próprios funcionários, cada pessoa escolherá particularmente em qual parte do refeitório vai se acomodar.
Devido às filas nos momentos de pico, o cliente José Claudio de Oliveira, de 52 anos, reclama da lentidão no atendimento e ressalta também que deveria ter uma fila preferencial aos idosos. “A fila está bem enrolada, demorou uns 40 minutos . Nos dias de feijoada. Aí que demora mesmo. O atendimento que deveria ser mais rápido, porque a fila é uma bagunça. Principalmente quando o restaurante abre. É uma zona”, diz.
Segundo a nutricionista Cecília Rocha, da unidade de Ceilândia, a higiene dos restaurantes é feita pela empresa que atua em cada restaurante, mas, afirma, que são os próprios usuários [do restaurante] que não cuidam do local onde estão. “Muita gente deixa a bandeja em cima da mesa e ai fica com um aspecto meio esquisito. Mas estamos, sempre que possível, passando e limpando o local e recolhendo as bandejas”.
“Quando finalizamos o atendimento cada um já tem sua função. Deixamos designado por semana o que cada funcionário vai fazer. Aí alguns vem pro salão, outros limpam as rampas, também têm o rapaz fixo que é responsável só pelo banheiro. Tem a parte da higienização das bandejas e pratos, então é tudo dividido”, conclui Márcia Souza.
Márcia lembra que em 2020, no período da pandemia, os restaurantes continuaram normalmente: “Não paramos um dia sequer. Nem em feriados. E aqui os cuidados foram redobrados. Utilizamos máscaras e tinha toda a higienização necessária. Usamos muito álcool. E aqui não teve um fluxo muito grande de pessoas com covid”, diz.
No entanto, os consumidores expõem críticas à falta de higiene dentro do restaurante. Sebastião, de 48 anos, trabalhador autônomo, conta: “O banheiro, que fica no centro do restaurante, está muito sujo. Pelo menos o dos homens, está realmente imundo”. Najila, de 23 anos, desempregada, reclama também da ventilação do local, que deixa a desejar.
“Tem gente que está aqui às 6h da manhã já e fica durante o dia, aí a gente acha que talvez seja porque estão sós, e que moram sozinhos, que não tem o auxílio da família. Tem uns que, quando terminam o café da manhã, voltam para a fila para o almoço e continuam aí à tarde. E assim, a nossa freguesia é mais essa mesmo”, conta Eliete Lopes sobre o dia a dia de alguns dos frequentadores do restaurante.
Na unidade de Ceilândia, a clientela conta com um bom número de idosos que não têm o auxílio da família para receber refeições todos os dias. “Estou vindo porque eu não tenho ninguém para fazer minha comida, então eu tenho que vir aqui. Venho todo dia. Aí aquele dinheirinho que sobra eu vou guardando para pagar comida em algum outro restaurante no dia que não abre”, Nelson Pereira de Brito, 72 anos, aposentado.
Aposentada e moradora de Santa Maria, admite que o restaurante é muito importante em sua vida. “Às vezes, não dá pra fazer comida, aí eu venho. Ajuda a diminuir o preço da água, da luz e do gás”, conta Sebastiana Antônio Queiroz, que não quis revelar sua idade. É frequentadora há 19 anos da unidade de Santa Maria, vai sozinha ao restaurante por pelo menos 3 vezes na semana, e fala que sempre gostou da comida e que é muito bem recebida pelos funcionários.
Quanto à acessibilidade, Geyssianne Santos da Costa, gerente da unidade de Santa Maria, afirma que a equipe é treinada para atender pessoas com deficiências. “Agora os equipamentos (estrutura) para locomoção física não são totalmente acessíveis. Por exemplo, hoje (sexta) é feijoada e se uma pessoa como cadeirante pegasse essa fila seria muito difícil, então nós preferimos facilitar esse atendimento. A pessoa passa pela saída e vai direto para a rampa e ali é atendido”.
Ela explica que o prato é montado de imediato para essas pessoas. “Essa unidade trabalha dessa forma. Aqui tem acessibilidade, porém essa acessibilidade devido à estrutura física do ambiente acaba tumultuando, então para a pessoa com deficiência não ficar no meio de muita gente, damos essa alternativa”, diz.
*Fotos: Mayara Kalyne
Fonte:
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