POLÍTICA
Em agenda em Brasília, prefeito de cidade do suspeito de explodir bombas no STF diz estar ‘surpreso e assustado’
14 de novembro, 2024 / Por: Agência O GloboEm vídeo gravado por José Thomé (PSD), gestor municipal de Rio do Sul (SC), certificou a população de que está tudo bem com ele e sua comitiva
O prefeito de Rio do Sul (SC), José Thomé (PSD), se pronunciou nas redes sociais após descobrir que o carro que também foi alvo de explosões no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados pertence a um morador da cidade, identificado pela polícia como Francisco Wanderley Luiz. No vídeo gravado pelo político, ele certifica a população de que está tudo bem com ele, que está em Brasília acompanhado de uma comitiva, em visita aos ministérios.
— A placa do veículo é de Rio do Sul, aqui em Brasília. Inclusive, a gente está fazendo contato com amigos nossos que estão por aqui, vereadores eleitos, pessoas próximas da gente que eventualmente tenham atividade profissional por aqui, e, por enquanto, a informação é de que está todo mundo bem — afirmou o prefeito, agradecendo em seguida as mensagens de preocupação com ele.
Ao portal NSC Total, Thomé disse que ficou “surpreso e assustado” ao saber da notícia. Ainda segundo o prefeito, nem ele nem membros de sua equipe viram ou estiveram com o homem que cometeu “autoextermínio”. Eles teriam deixado o prédio do Senado cerca de 30 minutos antes das explosões.
“Autoextermínio”
Francisco Wanderley Luiz morreu na nesta quarta-feira após detonar artefatos explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes. Minutos antes, ele acionou bombas que estavam em seu veículo, nas imediações da Câmara dos Deputados. A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso. Segundo a Polícia Militar, houve um “autoextermínio com explosivo” nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento à Polícia Civil, um vigilante da Corte relatou ter presenciado o momento em que o homem explode as bombas no local. Nataniel Camelo aponta que o Wanderley se aproximou e ficou parado em frente na estátua da Justiça.
“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz trecho do Boletim de Ocorrência.
Ainda segundo o depoimento, o vigilante visualizou um objeto semelhante a um relógio digital, que o segurança acreditou tratar-se de uma bomba. O segurança relatou que estava sozinho quando o homem se aproximou. As explosões na Câmara e no STF ocorreram em momentos bem próximos.
“O indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, afirma o BO.
Após as explosões, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iniciou uma varredura no entorno do Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Planalto no momento das explosões, mas no Palácio da Alvorada, a quatro quilômetros da área. Ainda pela noite, Lula se reuniu com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Após o ocorrido, o presidente do STF, ministro Luis Roberto Barroso, falou por telefone com o presidente e com Rodrigues, além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Barroso também trocou mensagens com o governador do DF, Ibaneis Rocha, que está na Itália.
Os ministros deixaram a Corte por orientação da equipe de segurança logo após o ocorrido, e a sessão da Câmara dos Deputados foi suspensa. Após encerrar as votações, o Senado também foi evacuado.