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No papel de pai negligente, ator lida com próprios demônios e com sequestro do filho em nova minissérie de seis episódios na Netflix
O que de impressionante pode acontecer nos bastidores de uma série infantil com o gracioso nome de “Belo dia de sol”? De acordo com a nova minissérie ‘Eric’, a ser lançada no próximo dia 30, na Netflix, ali cabem intrigas, traições, uma seleção robusta de brigas e espaço para o abuso de álcool e drogas.
Na novidade do streaming, um dos maiores agentes do caos por trás do show de fantoches é seu criador e ventríloquo principal Vincent (vivido por Benedict Cumberbatch, numa caracterização que o afasta da elegância de Sherlock ou do herói Doutor Estranho) de quem o filho Edgard (papel do ator mirim Ivan Howe) desaparece um dia à caminho da escola. O sumiço do garoto é atalho para que Vincent entre numa espiral de insanidade e de vícios, o que o coloca, a certa altura, como um importante suspeito em um suposto crime contra a criança e em crise no casamento e no trabalho.
— Vincent ainda é uma criança, vivendo de maneira infantil. E, no meio de todo esse processo, acaba perdendo o próprio filho — afirma Cumberbatch ao Globo. — O personagem está em uma jornada que tem a ver com saúde mental.
Do desaparecimento do garoto em diante, a série embrenha-se numa série de assuntos espinhosos. Racismo, dependência química, desigualdades sociais, machismo e até mesmo violência sexual contra crianças e adolescentes entram na roda de temas e, por vezes, são apenas pincelados dentro da trama central. A criadora de ‘Eric’, Abi Morgan, cujos trabalhos anteriores incluem os filmes As Sufragistas (2015) e A Dama de Ferro (2012), contudo, defende que o tema central da série é mesmo a relação inicial, entre o menino Edgard e sua família, composta por Vincent e sua esposa Cassie (Gaby Hoffmann).
— O coração da série é sobre cuidar das crianças pois elas observam (o tratamento que recebem) e aprendem. Temos que ter cuidado com eles, pois de outro modo estarão perdidos. O principal da série é, sim, o menino Edgard que desapareceu, mas também todas as outras crianças que estão perdidas pela cidade — afirma Abi. — A questão central é como nós lidamos com a paternidade e maternidade das crianças, não só nas famílias, mas também como a sociedade as recebe.
Com o desenrolar dos capítulos é perceptível de que antes que fosse perdido pelas ruas de uma imunda Nova York em 1980, o garoto já estava fora do radar dos pais, que passavam muito tempo em combate dentro de casa. Cassie, a mãe, contudo, ainda era vista buscando algum tipo de conexão com o menino antes de seu desaparecimento. E é ela, inclusive, que toma as decisões mais razoáveis quando o assunto é a busca pelo garoto. E é ai que está o ponto mais dramático da série: os pais descobrem mais sobre o menino Edgard em sua ausência do que ao longo da convivência dentro de sua casa.
Na ala policialesca da trama, o suspense não segue um padrão “hitchcockiano” quando o assunto é a esperteza dos investigadores responsáveis por elucidar o caso. Se nos filmes do gênio britânico os policiais estavam numa toada de equívocos, em “Eric” o detetive Ledroit (McKinley Belcher III) chega perto de desvendar o caso enquanto luta com um drama pessoal — viver sua homossexualidade num tempo que a epidemia do HIV seguia em franco descontrole e figurava como grande estigma sobre a comunidade gay.
— Confesso que para me preparar o papel, tive que fazer um tipo de trabalho interno. Achei interesante imaginar que, como ele era um homem negro e queer nos anos 1980, poderia ser uma pessoa com uma relação com o cristianismo. Passei muito tempo pensando nisso, ouvindo música gospel, e também pensando na complicada relação com a religião que condena a homossexualidade — diz o ator McKinley Belcher III. — Minha preparação teve muito a ver sobre como navegamos entre o público e o privado e como o personagem só se revelava (verdadeiramente) ao chegar em casa.
Falta dizer, contudo, quem, afinal, é Eric, o protagonista paralelo da trama, cuja existência não poderia ser mais insólita: trata-se de um personagem infantil (uma mistura de dinossauro com urso gigante) idealizado pelo menino Edgard, como forma de conectar-se com o pai, antes de seu insólito desaparecimento. No pensamento torto do pai, Vincent, — que mantém uma relação problemática com o garoto — ao conseguir alçar o personagem à TV, o filho assistiria de seu esconderijo e voltaria para casa. Numa trama psicológica, ao mesmo tempo em que Eric figura como atalho entre o personagem e o filho, ele é também um fio condutor para o gradual enlouquecimento do Vincent vivido por Cumberbatch. Para o britânico, inclusive, o papel tem o grande desafio de migrar entre o drama de “carne e osso” com personagens reais e a conversa com uma criatura absolutamente imaginária, cada vez mais tirana e insistente.
— Para quem está vivendo uma psicose, pelo o que eu entendi, a sensações são absolutamente realistas — diz o ator. — Na série, Vincent imagina essa voz criativa dentro dele tornando-se um tipo de realidade por meio dessa criatura que foi, anteriormente, desenhada pelo seu filho. Eric é ao mesmo tempo uma sombra negativa, ou uma Mary Poppins, o mal, ou um facilitador (na busca pelo filho).
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