BRASÍLIA

GDF lança 4ª edição do projeto “Mulher, Não se Cale!”

26 de setembro, 2025 | Por: Agência Brasília

Solenidade de abertura na Estação Galeria marca início do projeto que pretende alcançar mais de 590 mil pessoas em três grandes frentes de atuação

Raimunda da Silva, moradora de Samambaia Sul, pegou o metrô para ir à Asa Sul e se deparou com uma movimentação diferente na Estação Galeria. Curiosa, quis saber o que estava acontecendo e acabou participando do lançamento da 4ª edição do projeto “Mulher, Não se Cale!”.

Raimunda da Silva, moradora de Samambaia Sul, participou da 4ª edição do projeto | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

“A partir do momento em que uma mulher me entregou o panfleto, eu percebi que era sobre violência contra mulheres. Eu sou analfabeta, mas consegui entender a mensagem pelo símbolo. Essa ação é maravilhosa, porque muitas mulheres vivem situações difíceis e se calam. Temos que nos valorizar e falar, e aqui temos um ponto de apoio com informações, banners e até massagem”, disse Raimunda.

O lançamento desta 4ª edição do projeto foi realizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria da Mulher do DF, em parceria com o Instituto Inside e com apoio do Metrô-DF, na Estação Galeria.”O projeto reforça que o enfrentamento à violência de gênero não é uma responsabilidade isolada, mas uma causa coletiva que exige o engajamento de toda a sociedade. O poder público tem o dever de acolher as vítimas, promover a conscientização da população e trabalhar por  um futuro com dignidade e segurança para todas as mulheres”, afirmou a vice-governadora Celina Leão.

“O projeto reforça que o enfrentamento à violência de gênero não é uma responsabilidade isolada, mas uma causa coletiva que exige o engajamento de toda a sociedade. O poder público tem o dever de acolher as vítimas, promover a conscientização da população e trabalhar por  um futuro com dignidade e segurança para todas as mulheres”Vice-governadora Celina Leão

Direitos garantidos

O “Mulher, Não se Cale!” é uma campanha de conscientização sobre o combate às diversas formas de violência praticadas contra as mulheres. O objetivo é orientar, apoiar e ampliar o debate sobre a importância desse tema junto à sociedade, alcançando o público no dia a dia. A 4ª edição tem previsão de alcançar mais de 590 mil pessoas até o dia 8 de janeiro de 2026.

“Nós estamos chegando até as mulheres, e nada melhor que esse espaço democrático, que é o metrô, onde circulam milhares de pessoas. Nesta edição, estamos inovando: além de levar a informação, também oferecemos serviços. Aqui, as mulheres terão alguns instantes para cuidar da beleza para que possam recuperar a autoestima”, disse a secretária da Mulher, Gisele Ferreira.

As ações são divididas em três frentes: a primeira é a campanha educativa, que circula por oito estações estratégicas do metrô, como Taguatinga Sul, Shopping e Samambaia Sul, com cartazes, banners e adesivos, incluindo os trens. A segunda frente é o estande itinerante, que percorrerá dez estações até 18 de outubro, distribuindo materiais informativos e promovendo a mobilização social. A terceira frente é o estande da beleza, que é fixo e oferecerá serviços gratuitos de maquiagem, massagem e orientações sobre canais de denúncia, passando pelas estações Galeria, Praça do Relógio e Ceilândia Centro.

“A gente recebe mais de 130 mil pessoas por dia nas estações do metrô. Por isso, a campanha estar presente no dia a dia é fundamental. Nós estamos levando para as mulheres essa possibilidade de ajuda. Pode ser que uma mulher que foi vítima de violência não pare aqui hoje. Mas ela vai passar de novo por aqui e vai parar outro dia”, afirmou Letícia Divina, gerente de projetos especiais do Metrô-DF.

Giselle Ferreira, secretária da Mulher: “Nós estamos chegando até as mulheres, e nada melhor que esse espaço democrático, que é o metrô, onde circulam milhares de pessoas. Nesta edição, estamos inovando: além de levar a informação, também oferecemos serviços. Aqui, as mulheres terão alguns instantes para cuidar da beleza para que possam recuperar a autoestima”

O presidente do Metrô, Handerson Cabral Ribeiro, destacou ainda que o primeiro carro é exclusivo para mulheres desde 2013 e que todas as estações têm salas de supervisão operacional, onde mulheres são atendidas em casos de importunação, com encaminhamento legal quando necessário. “Quem já utilizou o metrô e esse carro exclusivo sabe como ele oferece mais conforto e segurança. Quem já precisou acionar o corpo de segurança do metrô, que está sempre presente nas estações, ou enviar uma denúncia pelo WhatsApp, sabe que agimos rapidamente. Além disso, todas as campanhas do metrô sobre assédio nos vagões buscam combater esse tipo de violência”, ressaltou o presidente.

Sinais de alerta 

Segundo a Lei nº 11.340/2006, a violência doméstica contra a mulher pode se manifestar de várias formas. A violência sexual acontece quando a vítima é forçada ou pressionada a ter relação sexual sem querer. A violência física inclui bater, empurrar, cortar, puxar o cabelo ou atirar objetos. A violência patrimonial ocorre quando bens da vítima são retidos, destruídos ou roubados. A violência psicológica envolve intimidar, constranger, manipular ou explorar. Já a violência moral se dá quando a mulher é caluniada, difamada ou vítima de injúria.

Se você está passando por uma situação de violência, denuncie por meio do 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar), 156 opção 6 (Central 156 do GDF), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e Maria da Penha Online.

Confira, abaixo, os espaços especializados em atendimento psicológico a mulher disponíveis no DF:

⇒ Núcleo Integrado de Atendimento à Mulher, da PCDF;

⇒ Programa Direito Delas, da Secretaria de Justiça e Cidadania;

⇒ Casa da Mulher Brasileira, em Ceilândia;

⇒ Centro de Referência da Mulher Brasileira;

⇒ Centro Especializado de Atendimento à Mulher;

⇒ Espaços Acolher, vinculados à Secretaria da Mulher.

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