Senado pode votar projeto de lei que torna obrigatório extintores em automóveis
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Ex-coronel da Polícia Militar já defendeu impeachement de ministros do STF e disse que a abordagem policial deve ser diferente em bairros de elite e na periferia
Pré-candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes ( MDB) se reuniu nesta sexta-feira com o ex-coronel da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo ( PL), cotado para o cargo de vice. O almoço contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Bolsonaro indicou Mello Araújo, coronel aposentado da PM, em janeiro, mas o prefeito paulistano resistia à tomar uma decisão. O argumento era de que seria necessário equalizar os interesses de todos os partidos de sua base aliada que indicaram outros nomes.
Mello Aráujo coleciona posicionamentos alinhados aos do ex-presidente, de quem é fiel escudeiro. Nas redes sociais, o militar tem mais de 50 mil seguidores e já manifestou apoio ao impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou suspeitas sobre o processo eleitoral e discursou contra o passaporte da vacina e a política de isolamento social em meio à pandemia da Covid-19.
Como comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de elite da Polícia Militar paulista, Mello Araújo defendeu que a abordagem policial precisa ser diferente em bairros de elite, como os Jardins, e na periferia. O ex-PM também já se posicionou a favor da extinção da Ouvidoria da polícia, que recebe denúncias e reclamações de policiais, e das câmeras em uniformes de agentes de segurança.
Em agosto de 2021, quando já ocupava o cargo de presidente da Ceagesp, o bolsonarista convidou veteranos da PM de São Paulo para uma manifestação no dia 7 de setembro. “Não podemos permitir que o comunismo assuma nosso país”, disse ele, em vídeo no Instagram. A Corregedoria da PM chegou a instaurar um inquérito para apurar a conduta do coronel, mas o procedimento foi arquivado.
Mello Araújo assumiu a presidência da Ceagesp em outubro de 2020, tendo ficado no cargo até janeiro de 2023. À frente do entreposto, ele promoveu a militarização do armazém, nomeando 22 policiais militares para cargos comissionados.
Foi sob a gestão Mello Araújo que a Ceagesp alugou uma sala em sua sede, na Zona Oeste da capital paulista, para a instalação de um clube de tiro da empresa Seven Shooting Academia de Tiros e Comércio de Importação Ltda, cujo nome fantasia é g16 universidade do tiro e caça premium.
Em sua passagem pela estatal, o militar ainda entrou em conflitos com o Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast). Em 2021, representantes do sindicato afirmaram que Mello tentou expulsá-los da sede que ocupam no local, em retaliação a denúncias feitas por trabalhadores ao Ministério Público do Trabalho contra o então presidente. Mello, entretanto, disse que a ideia era fazer uma troca do espaço ocupado pelo sindicato com outra sala, já que o local estaria subutilizado. O caso foi parar na Justiça, que autorizou a troca de lugar. Mas Mello acionou a Justiça também de forma individual, pedindo indenização por danos morais por ter sido chamado de “fascistinha” e “autoritário” pelo presidente do sindicato. A juíza Mariana Horta Greenhalgh negou o pedido em dezembro do ano passado.
Nas últimas semanas, Nunes vinha sendo pressionado por bolsonaristas a definir o indicado do PL para o posto, especialmente após o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) ter anunciado sua pré-candidatura, que figurou bem nas pesquisas de intenção de voto.
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