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PGR se manifesta contra soltura de Daniel Silveira
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Depoimentos citaram motivação política no assassinato de Marcelo Arruda por Jorge Guaranho, ocorrido em 2022
O primeiro dia do julgamento do caso do ex-policial penal Jorge Guaranho, que é réu por homicídio duplamente qualificado do guarda municipal Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), em julho de 2022, foi marcado pelo depoimento de quatro testemunhas, que citaram motivação política no crime. Guaranho atirou contra o petista durante sua festa de aniversário, temática do Partido dos Trabalhadores, em caso simbólico de violência política naquele ano, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) disputaram a Presidência.
O júri acontece em Curitiba após um pedido da defesa de Guaranho por maior segurança. De acordo com o g1, foram ouvidos nesta terça-feira: a viúva de Arruda, Pâmela Silva; a vigilante Daniele Lima dos Santos, que foi citada tanto pela defesa quanto pela acusação por estar próxima ao local do crime; a perita Denise Berejuk; e Wolfgang Vaz Neitzel, amigo de Arruda e que estava na festa de aniversário.
A vítima comemorava 50 anos com a família e amigos quando o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local e fez dez disparos, dos quais quatro acertaram a vítima. O réu foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil – em função da violência política motivada pelo desrespeito às diferenças – e perigo comum, já que os disparos foram efetuados no local da festa e poderiam ter vitimado os convidados presentes.
No depoimento, a viúva deu detalhes da ausência de Marcelo na vida do filho mais novo, que tinha 40 dias de vida quando o pai foi assassinado.
— O bebê não sabe o que é pai, o que é falar a palavra pai, ele não teve essa oportunidade de conhecer o Marcelo, ele não tem consciência do que é ter pai. Ele sabe quem é o Marcelo, eu coloquei várias fotos do Marcelo pela casa para que ele conhecesse quem é o pai dele (…) Eu não consegui viver essa coisa de mãe. Não pude dar isso, porque eu estava em um estado emocional muito delicado — afirmou Pâmela.
A comemoração do aniversário de 50 anos ocorria em uma área reservada da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A, no dia 9 de julho de 2022. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná, o réu — desconhecido da vítima e familiares — se aproximou da porta do salão de festas de carro, com o som do veículo em alto volume, reproduzindo uma música de campanha do então candidato Jair Bolsonaro. De acordo com as testemunhas, Guaranho havia saído de um churrasco com mulher e filho e soube que o festejo tinha como tema decorativo o Partido dos Trabalhadores e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, o réu, que estava acompanhado da esposa e do filho – um bebê de colo – ameaçou Arruda mostrando que estava armado e afirmou que voltaria para matar a vítima.
Aproximadamente uma hora depois, Guaranho retornou ao local da festa, sozinho, e começou a disparar contra o alvo e convidados ainda da porta do salão. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança. As imagens mostraram que a vítima tentou se esconder debaixo de uma mesa, onde foi alvejada à queima-roupa.
Jorge José da Rocha Guaranho está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). Ele foi demitido do cargo de policial penal por decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, por uso de recurso material da repartição em atividade particular (arma), improbidade administrativa e incontinência pública. A decisão é resultado de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado à época do crime, para apurar a atuação do ex-agente da penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná.
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