Um pouquinho bandidos
Roberta D’Albuquerque é psicanalista, autora de Quem manda aqui sou eu – Verdades inconfessáveis sobre a maternidade e criadora do portal A Verdade é Que…
Clima e tragédias, um problemão para o mundo O deslizamento de um barranco, no último sábado, varreu do mapa a comunidade do Arumã, a 173km de Manaus. O fenômeno, conhecido como “terra caída”, atingiu 40 residências. A longa estiagem na região provoca devastações e uma impressionante seca no Rio Negro. Em decorrência, rios, açudes, barragens …
O deslizamento de um barranco, no último sábado, varreu do mapa a comunidade do Arumã, a 173km de Manaus. O fenômeno, conhecido como “terra caída”, atingiu 40 residências. A longa estiagem na região provoca devastações e uma impressionante seca no Rio Negro. Em decorrência, rios, açudes, barragens e reservatórios secam. A mortandade da fauna, aquática, principalmente, é uma tristeza. No outro extremo, no Rio Grande do Sul, repetem-se ciclones e chuvas de longa duração, inundações, transbordamento do Rio Guaíba. Há milhares de pessoas desabrigadas. Deu a louca no mundo?
Na China, uma seca sem precedentes atingiu o Rio Yangtzé, o maior da Ásia, que abastece um terço da população chinesa. O rio está em níveis alarmantemente baixos. As necessidades se estendem por várias províncias, com apagões elétricos, inclusive em fábricas que reduziram a produção.
Em Nova Iorque, em apenas três horas choveu o que estava previsto para setembro todo. O caos foi geral. Na Líbia, passa de três mil o número de mortos por causa da passagem da tempestade Daniel. Há incêndios florestais de costa a costa no Canadá, ondas de calor no Hemisfério Norte. Os eventos climáticos dominam as manchetes nos últimos meses.
Voltando ao Brasil: o calor é de até 42 graus. É o aquecimento global? Reorganizar essa desordem climática não é da noite para o dia nem de um ano para o outro. E depende de decisões políticas, não só do Brasil, mas das principais potências que queimam combustível sem limites. E a culpa não é só da Amazônia e do Cerrado, ecossistemas que ainda tremem sob a ação da serra elétrica; menos vegetação, menos umidade, menos evaporação… Rearrumar o clima significa, também, reduzir o lucro dos que desmatam para plantar sem limites e, assim, exportar para ganhar mais.
“Maktub”, dizem os árabes. Isto é, “estava escrito”. Estava previsto. As tragédias mundiais de hoje foram anunciadas em 1992, no Rio de Janeiro, que sediou a Conferência do Clima, sobre os rumos do nosso planeta. Denominada “Cúpula da Terra”, a reunião trouxe presidentes e especialistas de todos os cantos. Na delegação brasileira estava o gaúcho José Lutzenberger, pioneiro da ecologia, cidadão do mundo, no assunto. Ele foi visionário. Apresentou teses, estudos e argumentos bem fundamentados nas assembleias. Governos do mundo fixaram metas e assinaram acordos e protocolos. “As mudanças climáticas colocam a Terra sob sério risco. É preciso agir”, concluíram. Agiram? Como se vê, “maktub”…
Lá se vão 31 anos, três décadas… da Conferência Rio 92. Oito governos brasileiros se sucederam. Cada um fixando os seus modelos e tomando decisões, sem um plano de longuíssimo prazo. Reinventar é preciso. Ou seja, adotaram medidas sem uma sequência para chegar ao objetivo de conter e reduzir, por exemplo, o desmatamento e a poluição em todos os seus segmentos. Do solo, inclusive. No Congresso Nacional, produtores agrícolas garantem, pelo voto, o progresso do lucro, recordista, ano a ano, e devastador, sempre.
A ordem é produzir, produzir e produzir. A invasão da Amazônia e o seu desmatamento é uma das formas rápidas para se chegar a isso. A aplicação de “fertilizantes” venenosos, também. São, entre dezenas, péssimas contribuições para o desequilíbrio do clima que levam aos sofrimentos de milhões e às incertezas do futuro do planeta.
José Lutzenberger Pioneiro da ecologia no Brasil (1926 – 2002).
JOSÉ CRUZ
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