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Presidente questionou organização da solenidade e chamou ao microfone a secretária estadual de Saúde Tainá Mara Coelho para se dirigir ao público presente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a ausência de discursos femininos em um evento nesta quarta-feira, que reuniu representantes do alto escalão do governo em Fortaleza (CE). Na ocasião, o mandatário reclamou que somente homens discursaram durante a solenidade, que marcava a reinauguração do Hospital Universitário do município. Após constatar que uma mulher não tinha sido chamada para falar ao microfone, o presidente convocou a secretária de Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, para estar ao seu lado e se dirigir ao público presente no local.
O presidente foi o sétimo a discursar e foi precedido por outros seis homens. Entre eles estavam o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), que substituiu Nísia Trindade na pasta no início do mês. Além deles, também discursaram o governador Elmano de Freitas (PT), o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), o enfermeiro-chefe da UTI do hospital, Caio Pontes, e o reitor da Universidade Estadual do Ceará, Hildebrando dos Santos Soares.
Ao iniciar o seu discurso, Lula reclamou da organização da solenidade por não convocar nenhuma mulher para falar na ocasião:
— O cara que fez o roteiro desta festa aqui esqueceu de uma coisa fundamental. Ele esqueceu de que é preciso colocar uma mulher para falar e não apenas homens para falar. Nós estamos inaugurando um hospital, o maior hospital público do Ceará, com mais de 800 leitos, e a secretária da Saúde do estado, a Tânia, está aqui e não foi chamada para falar — disse o presidente. Em seguida, ele a chamou ao microfone para se dirigir ao público que acompanhava a solenidade.
Como mostrou reportagem do Globo, as mulheres têm demonstrado seu descontentamento com o governo e com a postura do petista, seja por falas machistas ditas de improviso em seus discursos ou relacionadas à alta dos preços dos alimentos.
A queda na avaliação positiva do governo nesse grupo, mostrada pelas últimas pesquisas Genial/Quaest e Datafolha, combina com a conclusão do levantamento de 80.809 comentários nas redes sociais da Meta e no X levantados pela consultoria Gobuzz: as mulheres, que representam 52% do eleitorado, foram impactadas por declarações do presidente, como a que ele diz que é um amante da democracia, “porque, na maioria das vezes, os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres”. Ou quando, ao comentar sobre o aumento dos casos de agressão doméstica em evento no Palácio do Planalto, disse que “depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem”.
Segundo o levantamento da Quaest divulgado no mês passado, o índice de aprovação do governo, além de cair cinco pontos percentuais no público em geral (de 52% para 47%), diminuiu no segmento feminino: 49% das entrevistadas afirmam agora aprovar o governo, contra 54% em dezembro. A tendência de queda também apareceu na última pesquisa Datafolha, que mostrou que o percentual do eleitorado que considera Lula 3 ótimo ou bom caiu 11 pontos em apenas dois meses, de 35% para 24%. Entre as mulheres, a parcela que vê o governo positivamente caiu 14 pontos, de 38% para 24%.
Especialistas atribuem os resultados, em parte, a falas do presidente consideradas machistas pelo público feminino. Na semana passada, o presidente também foi criticado publicamente por um comentário polêmico direcionado à ministra Gleisi Hoffmann (PT).
Durante um evento no Palácio do Planalto, na presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Lula disse que colocou uma “mulher bonita” para chefiar a articulação política e mudar a relação entre o Executivo e o Congresso Nacional. Após o ocorrido, deputados alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro também reagiram com ofensas, críticas e cobranças direcionadas à base do governo.
O presidente também tem sido cobrado pela redução na representatividade de mulheres no governo, principalmente após a demissão de Nísia do ministério da Saúde, marcada por um processo de “fritura” e dias de exposição pública. Ela foi a terceira mulher desligada do alto escalão do governo neste mandato de Lula, sendo precedida por Daniela Carneiro, que comandava a pasta do Turismo, e Ana Moser, do Esporte.
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