POLÍTICA
Operação do MPDF que investiga desvio de emendas parlamentares faz buscas na CLDF
23 de novembro, 2022O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrou, na manhã desta quarta-feira […]
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (23), uma operação que investiga grupo suspeito de desviar dinheiro público de emendas parlamentares. Entre os investigados, estão servidores do governo e da Câmara Legislativa do DF (CLDF).
A investigação identificou um suposto esquema formado por funcionários da CLDF, do GDF, da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e empreiteiros. O dinheiro das emendas seria priorizado para empresas de plantio de grama e tapa buracos que já tinham contratos com o Executivo.
A suspeita é de que o dinheiro público era direcionado para beneficiar empresas específicas. Ao todo, os investigadores cumprem 20 mandados de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, em Goiás (GO) e Sergipe (SE).
Na capital, os investigadores fazem buscas na CLDF e na Novacap. “Há fortes indícios de que todos os alvos vinculados ao setor público colaboravam com as empresas no expedito recebimento de vultosas quantias mediante o pagamento de propina”, diz a investigação.
Padrão
A operação, batizada de Alta Conexão, identificou um padrão na ação dos suspeitos. Por exemplo, os serviços de plantação de grama e recapeamento asfáltico eram feitos nas regiões onde atuavam as empresas participantes do esquema.
Em seguida, a demanda era direcionada aos gabinetes de parlamentares, onde servidores, que atuavam em parceria com os empresários, conduziam o atendimento do pedido. Isso resultava no direcionamento da verba parlamentar exatamente conforme pretendido pelo grupo.
Posteriormente, o ofício era encaminhado para um servidor da CLDF, que chancelava a liberação dos valores. A partir disso, o gabinete parlamentar comunicava a liberação da verba à Novacap, que dava prosseguimento ao desvio por meio dos funcionários públicos do órgão que participavam do esquema. Segundo os investigadores, os crimes investigados são corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, crimes licitatórios, organização criminosa e lavagem de capitais.