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Palestras e oficinas marcam o Dia Nacional do Cerrado

12 de setembro, 2024 / Por: Redação

Fórum Permanente de Educação Ambiental reuniu especialistas e professores para discutir práticas sustentáveis

Palestras e oficinas marcam o Dia Nacional do Cerrado
A 6ª edição do evento reuniu especialistas e professores em palestras e oficinas sobre práticas sustentáveis - Foto: Mary Leal/SEEDF

No Dia Nacional do Cerrado, celebrado nesta quarta-feira (11), e em consonância com as recentes discussões promovidas sobre as mudanças climáticas enfrentadas no mundo, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), realizou o 6º Fórum Permanente de Educação Ambiental. O evento, que teve como tema principal Tecnologias e Inteligência Artificial para a Sustentabilidade, reuniu especialistas e professores para discutir novas abordagens pedagógicas e práticas sustentáveis.

A programação do fórum incluiu palestras e oficinas sobre agroecologia e metodologias pedagógicas voltadas para a sustentabilidade, com o objetivo de capacitar professores para incorporar tecnologias e práticas ambientais em suas aulas. Além disso, foi apresentado o programa Ibama de Portas Abertas, que visa ampliar a interação entre instituições de ensino e práticas de preservação ambiental.

O fórum foi realizado no auditório PrevFogo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na Asa Norte. A solenidade de abertura contou com a participação da secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, do coordenador geral do Centro Nacional de Educação Ambiental do Ibama, Vladimir Andrade Nóbrega, e do palestrante e engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura (Seagri-DF), Athaualpa Nazareth.

A secretária de Educação ressaltou a importância do uso das tecnologias para o fortalecimento das políticas públicas e aprendizagem nas escolas. “Este fórum é uma oportunidade valiosa para discutir práticas e projetos de educação ambiental, além de explorar como as tecnologias e a inteligência artificial podem ser aliadas na proteção ambiental, especialmente do bioma Cerrado”, afirmou Hélvia Paranaguá.

Representando o Ibama, Vladimir destacou o papel das tecnologias no enfrentamento dos desafios ambientais. “A parceria com a Secretaria de Educação e a realização deste fórum são cruciais para integrar novas tecnologias ao ensino ambiental. Esperamos que a colaboração e as discussões de hoje inspirem práticas inovadoras nas escolas”, pontuou.

Novas abordagens

O fórum proporcionou um espaço para o desenvolvimento e a implementação de estratégias educacionais de proteção e valorização do bioma Cerrado. O engenheiro agrônomo Athaualpa Nazareth, ministrou uma palestra sobre agroecologia e a revolução dos sistemas agroalimentares.

“A agroecologia é um conceito que muitas vezes parece restrito ao meio rural, mas tem um impacto direto na vida urbana. Quando falamos de agroecologia, não estamos apenas pensando nos produtores que trabalham no campo, mas também em como isso influencia a nossa alimentação nas cidades”, explicou Nazareth.

O professor do Centro Educacional (CED) Agrourbano Ipê do Riacho Fundo II, Leonardo Hatano, participou do fórum e explicou que aplica os conceitos de agroecologia em sala de aula, envolvendo os alunos em práticas como o uso de bolas de semente para recuperar áreas degradadas.

“Realizamos um evento há alguns anos onde testamos a germinação das sementes lançadas em uma área degradada, promovendo a recuperação do solo. Tudo isso faz parte do nosso dia a dia no agrourbano”, explicou o professor.

Ação faz parte das comemorações do Dia Nacional do Cerrado (11/9) – Foto: Divulgação/Ibram-DF

Toca Literária chega ao Parque Ecológico Riacho Fundo

O Parque Ecológico Riacho Fundo, administrado pelo Instituto Brasília Ambiental, recebe nesta quarta-feira (11), a segunda edição do projeto Toca Literária, que segue até o dia 21 deste mês. A iniciativa fez parte da comemoração pelo Dia Nacional do Cerrado. A ação ocorre em parceria com o projeto Parque Educador, realização do instituto e das secretarias de Educação (SEEDF) e de Meio Ambiente (Sema-DF).

Na avaliação do presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, o Toca Literária é um projeto de extrema importância, pois constrói, por meio da literatura, diálogos com outras linguagens de arte, “além de sensibilizar a população quanto ao uso responsável do Cerrado, bioma com a maior biodiversidade vegetal do planeta”.

A realização da Toca Literária envolveu 32 turmas das escolas públicas de Riacho Fundo. O veterinário Otávio Maia falou sobre a fauna do Cerrado, auxiliando as crianças na identificação dos sons dos animais e explicando sobre a alimentação e a moradia dos bichos. Foi abordado também o risco de extinção enfrentado por alguns animais do bioma.

Agentes de unidades de conservação (UC) do Brasília Ambiental, Jeovane Lúcio de Oliveira e Celso Macedo Costa explicaram o que é um parque ecológico, as estratégias do Brasília Ambiental para aproximar a população desse espaço e o que pode ser usufruído numa UC, entre outras questões.
Eles destacaram, ainda, as ações para proteger as nascentes da UC do Riacho Fundo e os desafios que são enfrentados para isso, como as invasões recorrentes, por exemplo. Os profissionais ressaltaram também a participação da população. “É com essa rede de apoio que conseguimos gerir essa unidade de conservação”, disse Jeovane.

A idealizadora do Toca Literária, Cristiane de Salles Moreira dos Santos, enfatizou que o projeto alinha a arte a ciência, cultura e meio ambiente. “ [O projeto] Nasceu com a proposta de ampliar horizontes, desenvolver o pensamento crítico e impulsionar ações propositivas dos participantes, tanto o público quanto os envolvidos na organização”, enfatiza.

O Toca Literária se materializa em uma grande tenda geodésica de bambu cheia de livros ilustrados e decorada com tapetes e almofadas. O ambiente é aconchegante, de forma que as crianças e adultos participantes ficam bem à vontade para ouvir leituras de histórias. O evento conta, ainda, com oficinas e passeios guiados pelo parque ecológico.

Projetos exploram os biomas e suas riquezas naturais regionais – Foto: André Amendoeira/SEEDF

Etapa do Circuito de Ciências inspira alunos em Brazlândia

A etapa regional da 13ª edição do Circuito de Ciências das escolas públicas do Distrito Federal continua a todo vapor nas 14 Coordenações Regionais de Ensino (CRE). Nesta terça-feira (10), foi a vez de a CRE de Brazlândia receber cerca de 2 mil visitantes entre alunos e a comunidade local no Ginásio Poliesportivo Espelho d’Água para conhecerem os projetos expostos com o tema. “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.

A etapa regional de Brazlândia contou com a apresentação de 38 projetos criativos e inovadores de 23 escolas, de autoria dos alunos, com a orientação dos professores. Cerca de 190 estudantes estiveram envolvidos diretamente no desenvolvimento de projetos expostos.

A coordenadora da Regional de Brazlândia, Neuseli Rodrigues Alves da Silva, explicou que o objetivo do evento é estimular o interesse pela ciência e pela pesquisa nos estudantes, e principalmente promover as aprendizagens, por meio de projetos criativos, inovadores, utilizando o que eles têm dentro da sua realidade.

“Nós temos participado aqui estudantes da educação infantil ao ensino especial, unidade de internação até o ensino médio. Então, foi um resultado muito positivo. Os projetos são de excelente qualidade e quem ganha com isso, é claro, é o nosso estudante com o desenvolvimento das aprendizagens”, disse.

Projetos

O estudante Heitor da Silva, 12 anos, do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 01 de Brazlândia, participou de um projeto que utiliza o ambiente virtual do jogo Minecraft para monitorar o desmatamento na área da Bacia do Descoberto.

“Para mim a importância desse projeto é mostrar para gerações futuras como é que seria, por exemplo, a Bacia do Descoberto, caso um dia ela seja soterrada, por esse problema da expansão urbanística. A parte mais difícil foi a coleta dos dados e a construção da maquete, e a parte mais legal foi a saída de campo e as pesquisas”, explicou.

O professor de ciências do Heitor, que coordenou o projeto, André Ricasso, explicou que a ideia era escolher uma área de importância arqueológica para a cidade de Brazlândia que pudesse ser mapeada para assim verificar se ela está sendo preservada ou se está acontecendo degradação ambiental. “Demorou uns três meses para coletar todos os dados por uma ferramenta de satélite”, contou.