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Iniciativas vão desde regulamentação da Inteligência Artificial, criminalização das drogas e aumento de salário para o Judiciário
Usando o poder da caneta de presidente do Senado para fazer acenos ao governo e à oposição, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tornou-se o presidente da Casa que mais apresentou projetos de lei e Propostas de Emenda à Constituição (PEC) nos últimos 11 anos.
Entre as iniciativas estão temas sensíveis ao Palácio do Planalto, como as PECs das Drogas, que inclui na Constituição a criminalização da posse de entorpecentes, e a do Quinquênio, que eleva os vencimentos de juízes e procuradores. Em outros casos, Pacheco procura legislar em discussões mais amplas, como mudanças na lei de impeachment, a regulamentação da Inteligência Artificial (IA) e regulamentação da Sociedade Anônima nos times de futebol.
Não é usual que o presidente do Senado seja o autor de tantas propostas. Davi Alcolumbre (União-AP), antecessor de Pacheco no cargo, por exemplo, foi autor apenas de uma PEC sobre Reforma Tributária.
Desde o período da redemocratização, a partir de 1985, dos 16 senadores que comandaram a Casa, apenas quatro tiveram mais iniciativas enquanto comandavam o Congresso. O último que teve mais propostas que Pacheco foi José Sarney (MDB), que deixou a presidência do Senado há mais de uma década.
Por ser presidente do Congresso, o entendimento de líderes partidários é que os textos já partem de um ponto de partida privilegiado. É Pacheco quem define a pauta do plenário e escolhe os relatores das propostas.
Parlamentares aliados são escolhidos para relatar as iniciativas de sua autoria. Isso ocorreu recentemente com a indicação de Efraim Filho (União-PB) para a PEC das Drogas; Eduardo Gomes (PL-TO) para a regulação de IA;Marcos Rogério (PL-RO) para o novo projeto de lei das SAs de futebol; e Weverton Rocha (PDT-MA) para as mudanças na lei de impeachment.
O presidente do Senado declarou que apenas cumpre a sua atribuição constitucional.
— Projetos sempre conscientes e de acordo com o que acredito. Na verdade, é o exercício de uma prerrogativa parlamentar — disse ao GLOBO.
Por outro lado, o cientista político e professor do Insper Leandro Consentino avalia que isso é um sintoma da falta de um protagonismo do governo, que não conseguiu eleger uma maioria com a mesma ideologia política para as cadeiras do Congresso.
— Isso é fruto de um protagonismo muito maior e de uma transferência do protagonismo para o Legislativo, em detrimento do Executivo. O Executivo antigamente tinha muito mais o condão de conduzir, coordenar esses debates.
A realidade, porém, é diferente na Câmara. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não apresentou nenhum projeto de lei e nenhuma PEC desde que foi eleito para ocupar o posto, em 2021.
Entre os parlamentares, há a leitura de que Pacheco atende a diversos setores com textos de sua autoria. Como já mostrou O GLOBO, o senador tem interesse em ter consenso para eleger Alcolumbre como sucessor e para se viabilizar como candidato a governador de Minas Gerais em 2026. Por isso, ele tem se equilibrado entre agradar ao governo e à bancada bolsonarista no Senado, além de acenos ao Judiciário.
A regulamentação da Inteligência Artificial, por exemplo, é acompanhada de perto pelos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Ricardo Lewandowski (Justiça). O governo é a favor de estabelecer regras para o uso da tecnologia e responsabilizar as plataformas pelo uso.
Já a aprovação da PEC das Drogas foi comemorada pela oposição e considerada uma resposta do Congresso ao Supremo Tribunal Federal, que iniciou julgamento sobre a descriminalização da posse de maconha em pequenas quantidades. Em curto espaço de tempo, porém, houve um sinalização aos magistrados com a PEC do Quinquênio.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) reclamou do andamento das propostas tocadas pelo chefe do Senado.
— Julgo que temos um número demasiado de PECs. Está sendo feita uma reforma constitucional sub-reptícia — afirmou.
Apesar disso, a maioria dos senadores evita se queixar da concentração de temas importantes nas mãos do presidente. A avaliação, tanto de senadores da base quanto da oposição, é que Pacheco é um senador como qualquer outro.
— Não acho negativo. Acho normal ele propor projetos que ele julga importantes — afirmou o senador Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), também vê com naturalidade a atuação de Pacheco e cita o exemplo de sua gestão, quando patrocinou um pacote de iniciativas na área econômica, entre elas a criação da Instituição Fiscal Independente (IFI). Em seis anos no posto, Renan apresentou 16 propostas. Já Pacheco, que ainda não completou o quarto ano, já apresentou 18.
— (Quando era presidente) votamos matérias importantíssimas para a economia, a renegociação das dívidas nos estados, estabelecemos um prazo de carência, trocamos o indexador e ampliamos o prazo. Isso tudo era a chamada Agenda Brasil.
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Postagem foi publicada na conta do Departamento de Estado dos EUA
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