O cofre está vazio

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acaba de colocar o seu time da transição em campo sob o comando do vice-presidente as República, Geraldo Alckmin (PSB). O que se desconfiava já foi descoberto sem muito esforço: o cofre está vazio. Tanto que o tal orçamento do presidente Jair Bolsonaro não tem recurso pro Bolsa Família, Farmácia Popular, saúde indígena, merenda escolar etc. Na verdade, a peça não condiz com a realidade e não tem o mínimo de ordenamento com os futuros gastos do país. Os interesses eleitoreiros do governo retirou todo e qualquer bom senso da peça orçamentária. Áreas prioritárias como Educação, Ciência e Tecnologia receberam cortes acentuados etc. A primeira impressão é a de que tudo foi “arrumado” para turbinar o terrível “orçamento secreto” que alguns acreditam ser o maior escândalo com dinheiro público já visto no Brasil. Agora, a solução parece ser a chamada “PEC da Transição”, uma espécie de socorro ao Orçamento de 2023 para financiar programas e ações do primeiro ano do governo Lula.

Sinais de fumaça

Novo governo, novos ares. É assim que o PSD, União Brasil e MDB – qual deles? – emitem sinais de fumaça para integrar a base da governabilidade do governo Lula. Só que tudo vai depender de muita conversa.

Peça restritiva

O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), garante que a peça orçamentária é a mais restritiva da nossa história em termos de redução de investimentos. Castro lembra o caso do DNIT, que cuida da insfraestrutura de transportes, que tem apenas R$ 6,7 bilhões. “Isso é insuficiente até para a manutenção da nossa malha. Nós já tivemos, em governos passados, uma média de investimentos no DNIT em torno de R$ 15 bilhões”, explicou Marcelo Castro.

Fusão

O que restou do PSDB está à procura de uma fusão já visando às eleições municipais de 2024. Com o que restou os tucanos tem muito poucas chances de eleger até mesmo prefeitos de pequenas cidades do interior.

Liberdade

A tal “liberdade de expressão” no Brasil tem várias interpretações. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) diz que está nos EUA para falar com autoridades americanas e “estudar meios de assegurar e restaurar a liberdade de expressão” no Brasil. Nem precisava viajar, basta apenas seguir as leis vigentes no Brasil.

Guedes sumiu

O ex-todo poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, desapareceu depois da derrota do dia 30. Os adversários do ministro dizem que ele desapareceu depois que teve noticias das paralisações ilegais – e que teriam sido “pagas” – dos caminhoneiros e radicais da extrema-direita contra o resultado das eleições.

STF

Os nomes para as duas vagas que serão abertas no STF em 2023 já estão em muitas rodas: Cristiano Zanin Martins (muito próximo e advogado de Lula), Marco Aurélio de Carvalho e Euênio Aragão.

Extremistas

As manifestações golpistas que assistimos nos últimos dias – alguns movimentos estariam até sendo financiados – são preocupantes em uma democracia. Talvez sem uma ação enérgica do STF e dos governadores ainda estariam a mercê dos extremistas bolsonaristas. É preciso lembrar que o presidente Jair bolsonaro (PL) até fez um pedido “bem baixinho” para que o movimento fosse paralisado.

Missão difícil

Será que os petistas vão conseguir demover o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de lançar o seu filho recém eleito senador Renan Filho (MDB-AL) da disputa pela presidência do Senado? A missão não será fácil.

PL e Bolsonaro

Tem muita gente apostando que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vai se “arrepender” de ter oferecido casa, escritório, salário e advogado para Jair Bolsonaro. Além do mais, as aladas radicais do bolsonarismo não se inserem nas práticas do PL. A aposta é que Bolsonaro deixe os radicais de lado enquanto não tiver eleição para disputar.

Carlos Honorato
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