VARIEDADES

Roger Waters é demitido de gravadora após comentários sobre Israel e Ucrânia

31 de janeiro, 2024

► Empresa alemã BMG encerra contrato com o ex-Pink Floyd e abre mão de lucrativo catálogo musical, avaliado em torno de R$ 2,4 bilhões A gravadora e empresa de gerenciamento musical BMG decidiu encerrar a parceria que mantinha, há quase uma década, com Roger Waters devido a comentários feitos recentemente pelo ex-Pink Floyd acerca das …

► Empresa alemã BMG encerra contrato com o ex-Pink Floyd e abre mão de lucrativo catálogo musical, avaliado em torno de R$ 2,4 bilhões

A gravadora e empresa de gerenciamento musical BMG decidiu encerrar a parceria que mantinha, há quase uma década, com Roger Waters devido a comentários feitos recentemente pelo ex-Pink Floyd acerca das guerras da Ucrânia e dos conflitos entre Israel e Palestina. A notícia foi revelada, no início desta semana, pela revista “Variety” e confirmada, na última terça-feira (30), pelo jornal britânico “The Guardian”.

Empresa com sede na Alemanha, a BMG havia assinado, em 2016, um contrato com o músico de 80 anos e programou, na ocasião, o lançamento de uma nova versão do álbum clássico “Dark side of the moon”, de 1973. Mas o novo presidente da gravadora, Thomas Coesfeld — que assumiu o cargo em 2023 —, decidiu quebrar o acordo com o artista, e a produção acabou saindo pela gravadora independente Cooking Vinyl, com sede no Reino Unido.

Neste ano, a empresa se prepara para cortar, de vez, todos os laços que mantém com Roger Waters, abrindo mão de um dos mais lucrativos catálogos musicais — estipula-se que a obra do Pink Floyd é avaliada em torno de US$ 500 milhões (o equivalente a R$ 2,4 bilhões).

A decisão acontece em reação a falas controversas de Roger Waters, apontado por propagar discursos de aversão preconceituosa e xenofóbica contra judeus. Nos últimos anos, ao defender a causa palestina — e apoiar um boicote a Israel —, Roger Waters passou a ser acusado por antissemitismo. Devido ao fato, shows do artista na Alemanha acabaram cancelados. Ele se defendeu e negou todos os apontamentos, a despeito de ter retratado a Estrela de Davi, o símbolo mais famoso do judaísmo, como uma bomba sendo despejada por um avião, em cenário do show “The Wall Live”, em 2010 (veja abaixo).

Em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, em novembro de 2023, Waters salientou que a decisão da empresa BMG aconteceu por causa de interesses pró-Israel da Bertelssman Music Group, proprietária da gigante fonográfica.

— Não tenho nada contra Israel, muito menos contra judeus ou o judaísmo. Mas sou fundamentalmente contra a ideia de pessoas serem subjugadas e privadas de seus direitos. Expressei esse meu posicionamento, e aí sugeriram que eu fosse antissemita, o que não é verdade. Irei para o meu túmulo defendendo os direitos das pessoas comuns — afirmou o cantor, em entrevista publicada pelo GLOBO, em 2017.

O roqueiro foi alvo de uma investigação da polícia alemã, em abril do ano passado, ao utilizar um traje de estilo nazista, numa apresentação em Berlim. Em abril de 2023, ele venceu uma batalha na Justiça que lhe permitiu tocar em Frankfurt, depois de magistrados da cidade alemã terem instruído autoridades a cancelarem o show e acusado Waters de ser “um dos antisemitas mais conhecidos do mundo”.

Mais recentemente, Roger Waters denunciou a guerra na Ucrânia, mas falou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas — a convite da Rússia —, alegando que a invasão do país, em 2022, “não foi provocada” e sugerindo que Ucrânia havia “dado motivos” para que fosse invadida.

(Agência O Globo)

Legenda da foto: Roger Waters durante apresentação do show de sua turnê ‘This is not a drill’, no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução vídeo

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