
Polícia Militar do Rio apreendeu 500 fuzis este ano em ações contra o crime organizado
Operações foram realizadas em Irajá, Ilha do Governador e Bangu
Especialistas dizem que quem já comprou passagens pela parceria não será prejudicado, mas alertam que fim da parceria pode encarecer viagens em algumas rotas e reduzir opções de conexão
A Gol desistiu da fusão com sua concorrente. O anúncio foi feito pela Abra, controladora da companhia aérea. O acordo com a Azul tinha sido assinado em 15 de janeiro deste ano. Tratava-se de um memorando de entendimentos para avaliar a combinação de negócios. Mas a desistência da transação foi anunciada nesta quinta-feira (dia 25).
Em paralelo, a Gol informou ter pedido à Azul o fim dos acordos de compartilhamento de voos (codeshare), que permitem comprar um bilhete em uma empresa de trechos operados pela outra. Mas como ficam os passageiros neste caso? A companhia reforçou que seguirá cumprindo todos os bilhetes já emitidos dentro da parceria.
Segundo especialistas, quem já comprou passagens por meio do codeshare não tem motivos para se preocupar. Mesmo com o fim da parceria, os voos já vendidos serão honrados, e a experiência do passageiro na hora do check-in ou de remarcar uma viagem deve mudar pouco.
Ainda assim, eles alertam que o fim do acordo pode aumentar os custos para parte dos clientes. Em compensação, a desistência da fusão é vista como positiva para a concorrência, o que tende a ajudar no equilíbrio do preço das passagens.
A partir de quando não será mais possível comprar passagens em codeshare nos sites da Gol e da Azul?
Com o encerramento das negociações de fusão e a rescisão do acordo de codeshare, Renan de Araújo Xisto, head da área de Contratos e Societário do Paschoini Advogados, explica que a venda de novas passagens nesse modelo será suspensa imediatamente. Na prática, não será mais possível comprar voos da Azul operados pela Gol ou vice-versa, embora o processo de atualização dos sistemas possa levar alguns dias.
Segundo Xisto, todas as passagens emitidas serão garantidas, independentemente da data da viagem.
— Ou seja, os passageiros poderão embarcar normalmente, com horários e condições do bilhete original mantidos, sem alterações decorrentes da rescisão do acordo.
José Roberto Ruiz, advogado especialista em direito do consumidor, reforça que não pode haver negativa de embarque, alteração unilateral ou restrição de direitos como assentos, franquia de bagagem ou serviços acessórios já contratados.
Ele recomenda ainda que, caso o consumidor receba orientações divergentes entre sites, centrais de atendimento ou canais oficiais, seja cauteloso: registre protocolos de atendimento, guarde comprovantes de comunicação e, em caso de dúvida sobre seus direitos, busque a orientação de um advogado de confiança.
Caso o passageiro precise remarcar um voo comprado em codeshare, como ficará o processo?
O processo de remarcação segue a lógica da compra original: a companhia que vendeu o bilhete é responsável por gerenciar qualquer alteração, seja remarcação, cancelamento ou reembolso. Não será necessário contatar ambas as empresas. Toda a comunicação permanece centralizada na companhia emissora do bilhete, o que garante praticidade ao passageiro.
No entanto, Ruiz diz que, em caso de falha ou negativa de atendimento, aplica-se a responsabilidade solidária dos fornecedores — ou seja, tanto a companhia que vendeu quanto a que opera o voo respondem conjuntamente pelo serviço.
— O consumidor, portanto, não pode ser compelido a negociar com duas companhias ao mesmo tempo; pode acionar qualquer uma delas para ver sua demanda atendida, visto que a responsabilidade das empresas é solidária.
O check-in continuará sendo unificado (feito por uma única companhia) para quem já comprou passagem em codeshare, ou vai mudar?
Para os bilhetes já emitidos, o check-in continua sendo feito pela companhia que opera o voo ou pelo primeiro trecho, no caso de conexões.
— Assim, os passageiros não percebem alterações nos procedimentos de embarque ou despacho de bagagem, garantindo que os processos de viagem previamente planejados permaneçam intactos — diz Xisto.
Com o fim do acordo, os passageiros terão menos opções de rotas e conexões?
Sim. Uma das principais consequências para as próximas viagens é a redução de rotas integradas. Trechos regionais ou cidades menores, que antes se beneficiavam do codeshare para oferecer conexões convenientes, agora podem exigir bilhetes separados. Isso significa que passageiros podem ter mais dificuldade em encontrar voos conectados em uma única reserva.
O fim do codeshare tende a aumentar os custos para parte dos passageiros, dizem os advogados.
— Antes, a integração de voos permitia preços ajustados para trechos combinados, com despacho de bagagem único e garantia de conexão. Agora, o viajante pode ter que comprar dois bilhetes separados, arcar com taxas extras de bagagem e enfrentar o risco de perda de conexão caso o primeiro voo atrase — afirma Xisto.
Ruiz complementa que a tendência é de encarecimento especialmente nas rotas que dependiam diretamente da integração. Sem a tarifa combinada, o passageiro pode ser obrigado a adquirir bilhetes distintos, sem direito automático à reacomodação em caso de atraso, assumindo riscos maiores.
Como o fim das negociações de fusão impacta o consumidor? É positivo por manter maior competitividade?
Do ponto de vista da concorrência, o encerramento da fusão traz benefícios, avalia Xisto. Para ele, manter Gol e Azul como empresas independentes preserva a competição em diversas rotas, o que ajuda a evitar aumentos automáticos de tarifas e garante opções de preço mais justas para os passageiros.
— Por outro lado, a rescisão do codeshare reduz comodidade e integração de voos, forçando o passageiro a planejar viagens com mais atenção às conexões. Em resumo, há um trade-off: menor conveniência, mas maior competitividade e potencial para tarifas mais equilibradas.
Na visão de Ruiz, em síntese, há um ganho estrutural em termos de competição, mas com a perda da facilidade que a integração proporcionava. O consumidor passa a depender mais de sua própria organização e da atuação de órgãos como Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) para coibir práticas abusivas.
BS20250926191729.1 – https://extra.globo.com/economia/noticia/2025/09/sem-fusao-e-com-fim-do-compartilhamento-de-voos-entre-gol-e-azul-veja-o-que-muda-para-os-passageiros.ghtml
Operações foram realizadas em Irajá, Ilha do Governador e Bangu
Investigados compraram iate, carros de luxo e imóveis
Prdutos estão proíbidos de serem fabricados e comercializados
Segundo testemunhas, crime ocorreu porque vítima se recusou a tirar camisa do time do coração