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Sessão solene traz à CLDF tema da campanha da CNBB, Fraternidade e Fome

15 de março, 2023

Nesta quarta-feira (15), a Câmara Legislativa homenageou a Campanha da Fraternidade 2023  Em sessão solene no plenário, transmitida ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) […]

Sessão solene traz à CLDF tema da campanha da CNBB, Fraternidade e Fome
Foto: Silvio Abdon/CLDF

Nesta quarta-feira (15), a Câmara Legislativa homenageou a Campanha da Fraternidade 2023 

Em sessão solene no plenário, transmitida ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e Youtube, com tradução simultânea em Libras. O deputado João Cardoso (Avante) destacou o tema deste ano, Fraternidade e Fome, um “chamado a todos para encarar o problema da fome que atinge milhões de brasileiros”.

O parlamentar enfatizou que a campanha é um convite não apenas para discutir o assunto, mas também para que todos busquem medidas concretas para sanar o problema.“Panelas vazias não esperam”, afirmou Cardoso.No período da quaresma, que suscita a reflexão, a campanha representa um chamamento para saciar a fome e a alma do próximo, acrescentou.

Nesse sentido, o bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília, dom José Aparecido, explanou que a campanha da fraternidade coincide com a quaresma e é uma preparação para a Páscoa, que neste ano traz a necessidade urgente de meditar sobre o tema da fome.

De acordo com o padre Jean Paul Hansen, assessor do setor de campanhas da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esta sexagésima campanha da fraternidade “coloca este tema não apenas para a conversão pessoal, mas também comunitária e social, abrangendo o ser humano na sua integralidade, no tempo da quaresma”.

Insegurança alimentarAo lembrar que a fome foi foco da campanha da fraternidade em 1975 e em 1985, Hansen explicou que o assunto retorna neste momento porque há 125 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar, sendo que destes, 33 milhões vivem em insegurança alimentar grave, isto é, aqueles que não sabem quando vão fazer a próxima refeição. “A volta do Brasil ao mapa da fome” fez com que a CNBB retornasse ao tema, salientou o padre, ao defender soluções e não apenas medidas paliativas para a superação do problema social.

Hansen ainda reforçou as palavras do papa Francisco, que ensejou a “cultura da partilha” entre os brasileiros por meio da campanha, cujo chamado neste ano é “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

Ações concretas

Ações pragmáticas para a superação da fome também foi a defesa do frei Rogério Soares, do Vicariato da Promoção Humana e Obras Sociais. Ele enfatizou a importância do engajamento dos jovens na campanha, que acende a esperança no combate à fome.  “O tema Fraternidade e Fome deve entrar pelos nossos ouvidos, permanecer em nosso coração e ser traduzido em ações concretas”, resumiu o padre Agenor Vieira, que coordenada a pastoral da arquidiocese de Brasília.

Já o padre João Batista, assessor do setor Vida e Família da Arquidiocese de Brasília, entende que “quando uma pessoa está privada de alimento, ela também está prejudicada em sua dignidade”, por isso o ato de dar o alimento está ligado à promoção da dignidade da pessoa humana. Em nome da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, a subsecretaria Vanderlea Cremonini considerou que o governo sozinho não consegue atender a todos os que necessitam e precisa do apoio das instituições religiosas.

Ela anunciou que os 14 restaurantes comunitários do DF, os quais oferecem almoço a R$ 1, vão ampliar os serviços e abranger, além do café da manhã por R$0,50, também o jantar, para que as pessoas tenham acesso às três refeições diárias. Ela mencionou outros programas do governo, como o cartão Prato Cheio e a entrega de cestas verdes oriundas da agricultura familiar.

Diversos membros de pastorais do DF se manifestaram durante o evento, como a psicóloga Fernanda Alcântara, da arquidiocese de Brasília, que discorreu sobre as consequências da fome no corpo humano, desde os comprometimentos cognitivos à depressão.

Ao final da sessão solene, foram entregues moções de louvor a personalidades que se destacaram em ações sociais no DF.

Franci Moraes – Agência CLDF