SAÚDE
‘Vape mata’: Mãe alerta como cigarro eletrônico levou à morte de filho de ex-Milan e Cruzeiro aos 20 anos
9 de outubro, 2024 / Por: Agência O GloboHerdeiro de Serginho, Diego faleceu em agosto em decorrência de infecção generalizada
A mulher do ex-jogador Serginho — que marcou seu nome no futebol em passagens pelo Milan, pelo Cruzeiro e pela seleção brasileira — alertou os seguidores sobre o risco de fumar cigarro eletrônico. Lia Paiva publicou um vídeo nas redes sociais em que relata como o uso do vape contribuiu para a morte do filho Diego, de apenas 20 anos, em agosto passado, por septicemia (infecção generalizada).
No vídeo, Lia Paiva conta que Diego contraiu um bactéria, que se espalhou pelo corpo dele. A família acredita que o jovem deva ter se contaminado por meio de um furúnculo, durante um treinamento de jiu-jitsu. A mãe conta que o filho pensava ter alguma lesão no ombro e no cotovelo, onde passou a sentir dores, mas depois descobriu a gravidade do quadro.
— A bactéria se alojou ali e depois se espalhou pelo corpo inteiro, e fez septicemia. Quando a bactéria entra no corpo, ela entra com tudo. E aí começa o nosso organismo a lutar contra a bactéria. Ele ficou quatro dias [internado]. Os rins liberaram, o fígado ficou ótimo, o coração ficou ótimo. [Os médicos] Estavam super positivos quanto à recuperação dele. Até que, no quinto, no sexto dia, ele teve esse infarto pulmonar e veio a óbito — recordou Lia Paiva.
A mãe exibiu imagens de um pulmão saudável e comparou com o exame do filho, que mostrava um órgão infeccionado. Lia Paiva ressaltou que o uso do vape evitou que Diego se recuperasse totalmente e fez um alerta para os seguidores.
— A causa maior foi a bactéria que invadiu o corpo dele, fez uma septicemia, mas o pulmão dele não reagiu. O pulmão não reagiu por quê? Pelo uso excessivo do vape. Quando a gente fala para vocês “não fume vape”, e eu já fumei, isso mata. De fato, isso mata. Que isso fique como um grande aprendizado. Joga isso aqui fora — destacou ela, com um cigarro eletrônico nas mãos.
Desde 2009, todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), categoria que engloba os cigarros eletrônicos, os vapes, os pods e outros aparelhos semelhantes, têm a venda e a distribuição proibidas no Brasil. Em abril deste ano, após uma longa reavaliação sobre o tema, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter o veto aos dispositivos, e o Congresso Nacional passou uma regulamentação do tema.
Quem é a favor da liberação aponta a já existente circulação dos aparelhos, fruto do contrabando, como um sinal da ineficiência da proibição. Alegam que a liberação, com a devida regulamentação, criaria uma régua sanitária para a composição dos vapes.
Por outro lado, os críticos da medida citam os malefícios que eles representam para a saúde. Na semana passada, 80 entidades médicas, entre elas a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), assinaram uma carta reforçando a posição contrária ao projeto.