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ECONOMIA

Veja como vender em marketplaces, plataformas que oferecem economia e praticidade

24 de junho, 2024 / Por: Agência O Globo

‘Shoppings virtuais’ reúnem diversas marcas e segmentos, permitindo vender para todo o país com facilidade

Veja como vender em marketplaces, plataformas que oferecem economia e praticidade
Angelo Di Mangol é head de e-commerce no Grupo Ecoa — Foto: Divulgação

Os clientes não precisam ser da mesma cidade. E nem é preciso um nome de marca consolidada para alcançá-los. Nos últimos anos, os marketplaces — shoppings virtuais que reúnem diversas marcas e segmentos — ganharam mais força na estratégia de negócios dos pequenos negócios interessados em vender para o Brasil todo.

No marketplace da Amazon, o número de vendedores saltou 53% em 2023, em comparação com o ano anterior. Na Shein, apenas de novembro do ano passado a março de 2024, o aumento foi de 50%.

— Muitas vezes foge do orçamento a montagem de uma loja virtual própria. É ai que se vê como solução investir no marketplace — conta Raquel Abrantes, gerente de Inovação e Soluções do Sebrae Rio.

Além do custo menor, ela aponta que os marketplaces oferecem como vantagens aos empreendedores o seu próprio fluxo de consumidores e ferramentas de marketing e gestão. Apesar de atrair até grandes empresas, como o Grupo Ecoa, focado em produtos para casa, a maior parte dos seus lojistas são micro, pequenas e médias empresas.

Por isso, na semana em que se comemora o dia internacional da PME (27 de junho), o EXTRA traz um guia das principais plataformas disponíveis no Brasil.

— Atualmente, 99% dos vendedores parceiros da Amazon.com.br são PMEs — conta Nicolli Souza, líder de Serviços aos Vendedores na Amazon: — E mais de 70% das vendas são destinadas a clientes de estados diferentes de onde o vendedor está localizado. Ou seja, esses vendedores conseguem alcançar uma base nacional de clientes.

Este ano, a empresária Paolla Peixoto, de 27 anos, experienciou um boom após ter decidido colocar a Mapolla Mapolla Intense, marca de moda íntima e pijamas de Friburgo, no marketplace da Shein.

— Em apenas três meses, a Shein se tornou responsável por 80% da receita — lembra.

Entretanto, também há desafias na modalidade. A identidade da marca não fica tão visível em marketplaces, diz Raquel Abrantes. E a competitividade é grande, já que é possível comparar preços e produtos de vários lojistas.

Para se destacarem, os empreendedores devem oferecer a melhor experiência.

— Brasileiros tendem a comprar em função de preços acessíveis, qualidade dos itens e avaliações de usuários. Para anunciar em marketplace, é fundamental ter atenção à padronização das fotos dos produtos e dar informações completas, como medidas e composição do material — orienta Raul Jacob, head de Marketplace da Shein no Brasil.

Além de suprir as demandas dos clientes, os lojistas precisam atender a exigências dos marketplaces. Angelo Di Mangol, de 32 anos, é head de e-commerce no Grupo Ecoa e conta que toda a lojística pode ser desafiadora.

— Garantir os níveis de serviço exigidos pelas plataformas é desafiador: demanda tempo e atenção quase exclusiva. É preciso também estar atento aos prazos, repasses, devoluções e comissionamentos para garantir a rentabilidade do produto — diz, admitindo que o esforço tem valido a pena: — Somos uma grande empresa. Estamos presentes em mas de 6 mil pontos de venda física e, no início, o marketplace representava próximo de 5% do faturamento. Dois anos depois, já representa 40% do faturamento do grupo.

Magalu

Para entrar nas plataformas, é necessário possuir CNPJ ativo no Sintegra, bem como conseguir emitir NF-e, e ter produtos para vender.

  • Como se cadastrar: Basta acessar o universo.magalu.com, preencher os dados referentes a empresa e ao responsável pela administração do lojista dentro da plataforma, e inserir os produtos. Uma avaliação interna decide se o vendedor está apto à venda.
  • Taxas: O lojista não paga nada por se cadastrar e por se manter dentro da plataforma. Só paga se vender: as taxas começam em 10,8% até 28% e mais uma pequena cobrança por pedido, variando de categoria para categoria e também do canal de venda.
  • Repasse de vendas: O repasse de valores pode ser feito mensalmente ou semanalmente, por escolha do próprio lojista. Nas vendas feitas a crédito, o lojista tem a opção de fazer o adiantamento pontual ou então escolher a opção de adiantamento automático.
  • Formas de pagamento do cliente final: Pix, boleto, ou parcelado no cartão de crédito.
  • Entrega: Entre as soluções logísticas disponibilizadas pelo marketplace está o despacho do produto através de uma loja física da Magalu, coletas, fulfillment (quando o lojista disponibiliza fisicamente parte do seu portifólio que fica alocado dentro de um dos nossos CDs) e a entrega por intermédio de algum parceiro Magalu como os Correios ou através de operadores logísticos terceirizados de sua escolha.

AliExpress

Está aberto a receber marcas, lojistas e operações de qualquer porte, que tenham CNPJ, sejam eles credenciados como MEI, Eirelli, ME ou as demais denominações.

  • Como se cadastrar: Basta acessar a página de cadastro do AliExpress, completar as informações sobre o negócio e seu responsável legal, fazer o upload da licença do CNPJ e enviar o formulário. Depois disso, o cadastro será revisado e as informações serão conferidas. O processo de aprovação leva no máximo cinco dias úteis para ser finalizado.
  • Taxas: É cobrada comissão sobre as vendas realizadas, que varia de 5 a 8%, de acordo com a categoria.
  • Repasse de vendas: O vendedor recebe em até sete dias após o pedido chegar na casa do consumidor. Dessa forma, quanto antes o pedido for despachado, mais rápido o comerciante receberá por ele.
  • Formas de pagamento do cliente final: Cartões de crédito, PicPay, Google Pay, PIX e boletos bancários. Também há a opção de parcelamento no cartão de crédito e, em milhares de itens, a entrega com frete grátis e devolução sem custos estão disponíveis.
  • Entrega: O vendedor pode optar por empresas parceiras do AliExpress ou operar com a sua logística própria.

Mercado Livre

Se o vendedor ainda não possui uma empresa com CNPJ, é possível criar a conta utilizando apenas o CPF. Para se cadastrar como pessoa física, insira: nome e sobrenome, e-mail, crie uma senha e clique em “continuar”. Para se cadastrar como empresa, insira: CNPJ, razão social, e-mail, crie uma senha e clique em “continuar”. Não há número mínimo de produtos requisitados.

  • Como se cadastrar: É preciso acessar www.mercadolivre.com.br e selecionar a opção “Crie a sua conta”. Se o interessado não tiver todas as informações à mão no momento do cadastro, o Mercado Livre salva tudo como um rascunho. Após o preenchimento dos dados e confirmação da criação do cadastro, a loja estará pronta para vender.
  • Taxas: Não há custo para anunciar e o vendedor só paga se vender, variando a cobrança conforme o tipo de anúncio escolhido (Grátis, Clássico ou Premium).
  • Repassa de vendas: A ferramenta “Simulador de custos”, no site do Mercado Livre, permite ao vendedor calcular quanto receberá por unidade vendida, considerando as condições de venda escolhidas.
  • Formas de pagamento do cliente final: Mercado Pago, Mercado Crédito, cartão de crédito, boleto e Pix.
  • Entrega: Ao anunciar um produto, o vendedor poderá automaticamente oferecer envios pelo Mercado Livre, desde que o item atenda às características e dimensões máximas permitidas pelos Correios ou transportadoras. As modalidades disponíveis atualmente são: Envios Full (quando o vendedor envia os produtos ao centro de distribuição e o Mercado Livre cuida de armazenamento, embalagem, envio e atendimento pós-venda), Envios Flex (quando o envio é por conta do vendedor, mas o Mercado Livre facilita o processo de entrega, para quem comprou receber o produto no mesmo dia ou no dia seguinte), Coleta (quando são feitas coletas diárias das vendas no negócio) e Agências Mercado Livre (quando o vendedor deixa o pacote num desses endereços próximos). Como oferecer entregas grátis é uma boa estratégia comercial para ganhar exposição e vendas, se o vendedor desejar, o Mercado Livre divide os custos do envio, a depender da reputação dele, nas vendas a partir de R$79.

Amazon

Qualquer pessoa ou empresa que possua um CPF ou CNPJ válido, uma conta de e-mail, conta bancária e cartão de crédito ativo pode se cadastrar.

  • Como se cadastrar: O vendedor deve escolher o plano de vendas que tem mais a ver com seu perfil de negócios: o individual é recomendado para quem planeja vender menos de 10 itens por mês; o profissional é para quem pretende vender mais de 10 itens por mês. Depois, é hora criar uma conta no Seller Central. Para mais detalhes, basta acessar: https://venda.amazon.com.br/.
  • Taxas: O valor cobrado vai depender do plano escolhido e do produto vendido. No plano individual, cadastro e mensalidade são gratuitos, sendo cobrados somente R$2 por item vendido, mais a comissão a cada venda. O plano profissional possui 12 mensalidades grátis, mas depois custa R$19. Há ainda comissão por venda. As comissões variam de 9% a 15%, dependendo da categoria dos produtos. No site, há o detalhamento de tarifas.
  • Repasse de vendas: A Amazon deposita o pagamento na conta bancária dos vendedores e vendedoras quinzenalmente e avisa quando isso é feito. A forma de pagamento escolhida pelo consumidor não afeta o lucro do vendedor, que recebe à vista, mesmo em compras parceladas, por exemplo.
  • Formas de pagamento do cliente final: Cartões de crédito (todas as bandeiras que operam no Brasil, nacionais ou internacionais), cartões pré-pagos, Pix, boleto bancário e Pontos Livelo.
  • Entrega: O vendedor pode seguir com sua logística própria ou pode optar pelo apoio da Amazon no processo. No Delivery by Amazon (DBA), o parceiro é quem gerencia e embala seus produtos e a Amazon apenas entrega. No FBA Onsite, a empresa tem acesso à solução de gestão de estoque da Amazon, que faz as entregas. Já o FBA Logística permite que vendedores enviem seus produtos para os Centros de Distribuição da Amazon, que cuida de todo o processo de entrega. Quem se cadastra neste programa multiplica suas vendas, em média, em cinco vezes, pois os produtos se tornam elegíveis ao selo Prime, garantindo entrega grátis em um dia útil para mais de 200 cidades.

Shein

Todos os vendedores interessados passam por uma avaliação de qualificação antes de serem certificados a operar na plataforma. É necessário comprovar CNPJ ativo, estar em conformidade com a legislação tributária brasileira e emitir nota fiscal.

  • Como se cadastrar: É preciso acessar https://l1nq.com/n6IhV.
  • Taxas: Nenhuma taxa de comissão é cobrada nos primeiros 30 dias após o registro na plataforma. Após esse período, a taxa é de 16%.  
  • Repasse de vendas: Os vendedores recebem todas as segundas-feiras, facilitando a gestão financeira do negócio dos vendedores externos.
  • Formas de pagamento do cliente final: Pix, cartão de crédito brasileiro (parcelado em até 6 vezes), boleto bancário, PayPal, cartão de crédito ou débito internacional.
  • Entrega: Há dois modelos logísticos na Shein, dependendo do volume de vendas diárias de cada vendedor no marketplace da plataforma: Pontos de coleta (quando o vendedor leva os produtos vendidos para um local próximo) e Coleta dos produtos (quando a Shein retira os produtos na loja do vendedor). O marketplace tem parceiros logísticos que atuam junto a empresa nos processos de coleta e envio.

BS20240624083010.1 – https://extra.globo.com/economia/noticia/2024/06/veja-como-vender-em-marketplaces-plataformas-que-oferecem-economia-e-praticidade-para-negocios.ghtml