Na primeira semana de PSD, Raquel Lyra ganha inserção na televisão para falar sobre seu governo
17 de março, 2025
| Por: Agência O Globo
Governadora de Pernambuco deixou o PSDB, tendo em vista as eleições do ano que vem; o partido de Gilberto Kassab oferece recursos maiores
Raquel Lyra em inserção do PSD — Foto: Reprodução
Quatro dias após se filiar ao PSD, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, fez sua primeira aparição na televisão pelo partido. Na última sexta-feira, ela teve 30 segundos para destacar ações de sua gestão.
— Como primeira mulher governadora de Pernambuco, fico honrada em liderar a transformação do nosso estado e garantir um futuro melhor para o nosso povo. O resultado desse trabalho já pode ser visto nas estradas, nas ruas, nas casas e, principalmente, na vida das pessoas — declarou Lyra.
A governadora afirmou ainda que o estado nunca cresceu tanto quanto em sua gestão e disse estar motivada para promover mais mudanças.
A mudança para o PSD dá a Lyra maior tempo de TV e acesso a recursos do partido de Gilberto Kassab, fatores que pesaram em sua decisão de deixar o PSDB. No próximo ano, ela disputará a reeleição e deve enfrentar o prefeito do Recife, João Campos (PSB), nas urnas.
A filiação ao PSD ocorreu na última segunda-feira (10), em um evento com clima de convenção, com locutor, jingle e discursos em defesa de sua reeleição. A presença de ministros e aliados do governo federal reforçou a intenção de Lyra de estreitar laços com o Planalto. Nas últimas semanas, a governadora tem intensificado articulações em Brasília, especialmente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), a quem considera um aliado próximo.
Em Pernambuco, o PT está dividido: enquanto a ala estadual apoia Lyra, o diretório municipal mantém aliança com João Campos. Com a governadora no PSD, o governo federal enfrenta um dilema sobre um eventual apoio público ao prefeito do Recife, uma vez que o PSD também integra a base aliada.
A saída de Lyra do PSDB reflete a fragilidade do partido em âmbito nacional. Embora tenha conquistado o maior número de prefeituras em Pernambuco (32 no total), a legenda enfrenta dificuldades em nível federal. No PSD, a governadora ganha estrutura partidária mais robusta, o que pode ser decisivo na disputa contra Campos.