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Hospital Regional da Asa Norte promove Dia Mundial do Sono

13 de março, 2024 / Por: Michelle Horovits- da Agência Saúde-DF

Nesta sexta-feira (15), especialistas vão debater com a comunidade a importância de dormir bem

Hospital Regional da Asa Norte promove Dia Mundial do Sono
Imagem de Jess Foami por Pixabay

Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em parceria com a Associação Brasileira do Sono (ABS), promove nesta sexta-feira (15), Dia Mundial do Sono. O (Hran), vai reunir uma equipe de especialistas para discutir o tema: “Sono para todos: dormir faz bem”. O evento, gratuito e aberto à população, contará com a participação de renomados especialistas do sono, Vitor Codeço, Géssica Andrade, Anderson Albuquerque, e a psicóloga Danuska Tokarski. A palestra será no auditório do Hran, das 8h às 12h.

Segundo a ABS, cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia, uma condição marcada pela dificuldade em adormecer ou manter o sono durante o período de repouso. A instituição aponta que dormir bem melhora o humor, a concentração, fortalece o sistema imunológico e previne doenças cardiovasculares e metabólicas.

O médico do sono Vitor Codeço explica que a privação de sono e o sono insuficiente aumentam o risco para problemas cardiovasculares e metabólicos, como hipertensão e diabetes, além de propensão para obesidade. “A proposta do evento é oferecer orientações sobre os distúrbios mais comuns. A palestra será dividida em grupos. Um deles focará em pessoas que têm dificuldade para iniciar o sono, outro em pessoas que têm dificuldade em manter, e um terceiro grupo será destinado àqueles que têm problemas para descansar durante o sono”, detalha o especialista.

Gratuito e aberto à população, evento terá participação dos especialistas do sono, Vitor Codeço, Géssica Andrade, Anderson Albuquerque.  Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

A ABS aponta que um indivíduo adulto precisa de sete a nove horas de sono, dependendo da idade. Entretanto, Codeço destaca que a qualidade do sono não diz respeito apenas às horas dormidas, mas também a outros vários fatores. “É importante ter um sono de boa qualidade, para que você se sinta descansado ao acordar. Ter regularidade no horário de dormir e acordar também é um fator essencial para criar bons hábitos de saúde”, ressalta.

Referência
O Hran é referência no DF, com um ambulatório dedicado a tratar distúrbios do sono. A polissonografia é o principal exame realizado. Com estrutura ampliada em 2023, o local tem cinco quartos com cortinas blackout e isolamento acústico para garantir o conforto dos pacientes durante o exame.

O Hran realiza cerca de 600 polissonografias por ano. O procedimento consiste na aplicação de um conjunto de eletrodos e sensores no corpo do paciente para monitorá-lo enquanto dorme. Os dispositivos registram várias respostas do organismo, como a atividade cerebral, os movimentos oculares e a atividade elétrica de nervos e músculos.

Polissonografia registra várias respostas do organismo durante o sono, como a atividade cerebral, os movimentos oculares e a atividade elétrica de nervos e músculos. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Com mais de 90 paradas respiratórias por hora de sono, Luciel Rodrigues, 58 anos, é paciente do ambulatório do sono e faz uso do aparelho CPAP, uma máscara especial para apneia. “Sofro com a apneia desde sempre, por isso procurei um especialista em busca de ajuda para melhorar a qualidade do sono”, relata.

O técnico de manutenção destaca que o problema afeta significativamente sua rotina no trabalho e se sente constantemente exausto e sonolento. Além disso, há o impacto negativo na autoestima. “Evito dormir na casa de outras pessoas com medo de incomodar. E quando sou convidado para acampamentos da igreja, me sinto envergonhado, pois sei que posso atrapalhar”, lamenta.

Pessoas que vivem com apneia do sono – condição em que a respiração é interrompida por alguns segundos no meio da noite – estão mais suscetíveis a uma série de problemas relacionados ao cérebro, como derrame, doença de Alzheimer e declínio cognitivo, revela a especialista do sono e pneumologista, Géssica Andrade. Segundo a médica, algumas doenças do sono afligem mais mulheres. “A insônia é bem comum em mulheres, e também a apneia em uma certa idade, perto da menopausa”, conta.